Batman: Arkham Origins (PS3) | Análise

 

Editora: Warner Bros. Produtora: Warner Bros. Montreal Plataformas: PlayStation 3, Xbox 360, PC, Wii U Classificação  [starreviewmulti id=8 tpl=20 style=’oxygen_gif’ average_stars=’oxygen_gif’]

 

Com a mudança de estúdio que produz o jogo, muitos foram os que tiverem receio de se dar um passo atrás, ou vários passos, na qualidade que esta série tem apresentado. A saga Batman foi uma das grandes “novidades” desta geração, trazendo de volta os grande jogos de super heróis e dando uma nova esperança aos fãs que há muito esperavam uma grande série, capaz de oferecer uma grande qualidade de forma consistente. A verdade é que estamos perante um bom jogo e que agradará aos fãs, mas existe a sensação constante que nada neste jogo é novo. Após uns primeiros dias onde alguns bugs atormentaram os fãs, agora as correções estão feitas e o jogo ganha bastante com isso.

Usando a mesma fórmula, o mesmo sistema de combate e também de stealth mode, “BAO” é um jogo em tudo idêntico ao que a saga já nos deu. Não existe inovação, mas existe qualidade porque tudo o que faz, faz bem.

Em primeiro lugar, devemos salientar o esforço para tornar o mundo de Batman bastante maior. Os cenários apresentam um tamanho considerável e com detalhes interessantes, oferecendo uma sensação de liberdade que não existia nos jogos anteriores. No entanto também devemos salientar que algumas zonas destes cenários estão demasiado mortas, e por isso fica a ideia que o mundo é maior, mas não traz mais opções em termos de jogabilidade.

Outros pormenores onde sentimos que o jogo se limita a ser igual é nos movimentos dos personagens e forma de atuar, originando uma experiência de combate muito parecida ao que temos visto. No entanto, na parte stealth existem algumas melhorias e devemos ainda falar da novidade que é podermos investigar certa zonas, procurando pistas e tentando perceber o que se passou naquele local, olhando para destroços ou algo que alguém deixou para trás. Tal introdução é muito bem pensada, todavia o processo em si é demasiado básico e automático, não nos dando muitas opções e torna-se fácil desvendar o mistério e reproduzir certos eventos passados. Como tal, esta novidade nunca é um desafio e não causa impacto, mas se for melhor explorada no futuro, poderá trazer algo muito bom à saga.

Com a mudança de estúdio veio também a mudança de vozes. No início podemos estranhar a voz de Batman, mas acreditamos que qualquer fã irá aceitar esta mudança, principalmente com a voz de Joker a mostrar grande qualidade, nunca ficando a sensação que o jogo ficou a perder em relação aos anteriores. No restante trabalho sonoro, todos os efeitos e banda sonora estão bons, proporcionando momentos de tenção e que melhoram o jogo.

As lutas de bosses são boas, algumas sendo mesmo memoráveis, e apenas lamentamos o facto de tais lutas não exigirem em termos de jogabilidade algo diferente do jogo. Em alguns momentos fica a sensação que não teremos de mudar a nossa forma de jogar para vencermos todos os bosses, no entanto, algumas lutas estão mesmo muito bem conseguidas, sendo difícil escolher a nossa favorita. Preparem-se para intensas lutas contra os grandes vilões e bons efeitos visuais e sonoros à mistura.

Em relação ao multiplayer só podemos aplaudir, com pequenas alterações “BAO” consegue oferecer uma boa experiência, principalmente ao conseguir-nos agarrar com diferentes objetivos e formas de nos levar a jogar. Ficamos perante uma luta entre gangs (duas equipas), com Batman e Robin pelo meio (a “tratarem” dos inimigos a seu belo prazer), o que cria variedade, muitas opções, muito suspense e tornam este multiplayer em algo que não se deve perder. Apresenta algumas falhas, mas nada que mate esta boa experiência online.

 

Para o fim deixámos a melhor parte. Quando quase tudo neste jogo é bom, mas igual ao que já vimos nos anteriores jogos, é o enredo que se destaca. Não esperem um grande final, pois nós já sabemos o que acontecerá depois, mas toda a narrativa é boa, forte e capaz de explicar muito do que ainda não sabíamos. É, claramente, o ponto mais forte do jogo, muito graças aos vários vilões e a um ritmo sempre constante que nos leva a continuar a avançar na história sem saturação. Naturalmente tem os seus pontos altos, e aí é difícil não aplaudir Joker, que, novamente, se torna numa personagem fantástica que dá vida ao jogo e cria grandes momentos com Batman. Mas não só. É fácil perceber que existe um esforço de aprofundar algumas personagens, alguns dilemas e mostrar o início de algumas amizades ou rivalidades. Tudo bem pensado e coerente, criando uma base sólida e que encaixa bastante bem nos jogos da série.

“Batman: Arkham Origins” é um bom jogo que consegue fazer bem tudo o que oferece apesar de se notar que ainda falta qualidade nos detalhes (qual é a razão de a cidade apenas ter criminosos nas suas ruas? Nem uma pessoa a passear?). A fantástica herança da série quase mata este jogo por ficarmos perante um produto que não traz quase nada de novo. Contudo, se olharmos para todos os aspetos do jogo, “BAO” é um bom jogo, com ideias interessantes, só que fica na sombra dos seus antecessores. Mas, certamente, os fãs irão adorar e não deverão perder este jogo.

Pontos fortes:

• A voz de Joker é fantástica
• Usa a fórmula dos jogos anteriores e o que faz, faz bem
• Multiplayer
• Boas lutas de bosses

Pontos fracos:

• Não existe nada de novo no jogo

LP