A Introdução de Black Panther no Universo Marvel

Black Panther é a adição mais recente ao contínuo Universo Cinematográfico da Marvel, destacando Chadwick Boseman no papel principal, simultaneamente como super-herói, rei e líder religioso do seu país de origem – Wakanda. A representação live-action da personagem aconteceu em Capitão América: Guerra Civil, e por essa mesma razão, o principal plano de introdução recaí sobre a rica cultura do seu próprio mundo.

Recomendamos que se preparem antes de 15 de fevereiro com a leitura integral deste artigo sobre T’Challa, Rei de Wakanda e Black Panther.

A ORIGEM DE BLACK PANTHER

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Chadwick Boseman apresenta Black Panther pela segunda vez na MCU

Há duas distinções que temos de fazer antes de explorarmos a personagem na sua íntegra – a versão da banda-desenhada e a versão apresentada no plano cinematográfico. Há questões que certamente serão desenvolvidas a partir de 15 de Fevereiro, por isso façamos um cômputo geral da rica história de Black Panther já disponível na banda-desenhada.

A sua origem remonta aos tempos da pré-história. O manto de Black Panther não é singular à sua personagem mais popular e titular do filme, ao invés é uma herança de gerações de líderes de Wakanda. Antes da sua reunião com os Vingadores e protecção do mundo, Black Panther é, mais importante, o protector de Wakanda e um avatar do poder da Deusa Pantera. Significa isto que T’Challa é um líder político e religioso de um dos países mais tecnologicamente avançados do mundo. Os seus poderes advém, para além da figura dívina, da tecnologia ao seu dispor desenvolvida ao longo de milhares de anos de evolução.

Na figura de rei, T’Challa tem ao seu dispor um exército e avanços tecnológicos, que se traduzem nos seus movimentos de combate e no seu super fato. Enquanto pessoa singular o seu intelecto superior é a sua principal arma. A sua ligação religiosa a Bast, a Deusa Pantera central em Wakanda, dá-lhe permissão para se alimentar de uma erva especial em forma de coração, que lhe aumenta os sentidos, força, reflexos e regeneração. Por outras palavras, o Capitão América de Wakanda.

No Universo Cinematográfico da Marvel, Chadwick Boseman, estreou-se em 2016 em Capitão América: Guerra Civil. Na banda-desenhada a sua presença remonta a Fantastic Four #52 de 1966, directamente da mente criativa de Stan Lee e Jack Kirby. As suas ligações a movimentos afro-americanos e a batalhões da Segunda Guerra Mundial foram negados ao longo dos anos, e a personagem até mudou de nome temporariamente para Black Leopard em 1972, mas em último Black Panther foi o nome em que se decidiram comprometer. Curiosamente, criou-se um símbolo ao tornar-se o primeiro super-herói negro da história da banda-desenhada.



T’CHALLA, O REI DE WAKANDA

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Chadwick Boseman e Lupita Nyong’o mostram as relações de Black Panther

A principal diferença, que referenciamos anteriormente, entre a banda-desenhada e os filmes acontece na introdução de T’Challa. Em Capitão América: Guerra Civil, o seu pai T’Chaka foi assassinado numa trama de desacreditar e dividir Os Vingadores e, aparentemente T’Challa já se vestia na pele de Black Panther antes de herdar o trono de Wakanda.

Na banda-desenhada a sua história é mais aprofundada. T’Challa é o actual rei de Wakanda, numa linhagem com centenas de anos e filho do Rei T’Chaka e da Rainha N’Yami. A sua mãe faleceu devido a doença meros dias após o nascimento de T’Challa.

Na juventude do herói titular, o seu pai voltou a casar com Ramonda, uma sul-africana e das poucas a descobrir Wakanda antes da revelação da sua localização para o resto do mundo. Em Black Panther, a Rainha Ramonda será interpretada por Angela Bassett, e será também uma figura maternal de T’Challa, e mãe da sua meia-irmã Shuri (interpretada por Letitia Wright).

T’Challa tornou-se rei após uma tragédia que custou a vida do seu pai, quando Ulysses Klaue assassinou T’Chaka em batalha. A tragédia foi eclipsada pela decisão de T’Challa em revelar a existência de Wakanda para o resto do mundo.

O escritor Evan Narcisse resume a personagem como alguém “dividido entre tradição e modernidade”. Uma temática que irá então distinguir Black Panther dos outros projectos a solo da Marvel e dar-lhe um toque único no alinhamento de super-heróis.

A história de T’Challa está em muito ligada a Wakanda. O país distopiano e fictício que muitos historiadores crêem como um movimento interessante (afro-futurismo) por, em especial, ser um país independente desde a sua origem e não colonizado nem influenciado pela Europa.

Significa isto que Wakanda é um palco de cultura singular, sem qualquer influência do mundo externo na sua filosofia, avanços científicos e estética.

No mundo da Marvel há outra característica que torna Wakanda um local muito desejado – Vibranium.



A IMPORTÂNCIA DO VIBRANIUM

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Andy Serkis como Ulysses Klaue

Para os seguidores do Universo Cinematográfico da Marvel, Vibranium, já não é um mistério. É o metal de que é composto o escudo de Capitão América, o metal que reveste o corpo de Ultron e claro está, o fato de Black Panther.

A sua resistência e peso leve torna-o um dos activos mais valiosos de toda a Marvel. E claro está, é em Wakanda que jazigos de vibranium se encontram e que levaram a cidade a avanços tecnológicos nem vistos em outros locais do universo.

O vibranium chegou aliás do espaço, numa chuva de meteoritos, que criaram o Great Mound, uma mina gigante do metal precioso. A presença elevada de vibranium é uma das principais razões que levaram Wakanda a manter-se escondido (através de uma redoma invisível) durante tanto tempo, de forma a evitar guerras contra provavelmente, os exércitos de todo o mundo.

A única forma de encontrar Wakanda para uma pessoa normal dependia na sua intenção, concretamente no quão pura esta seria. A Rainha Ramonda foi uma das que já mencionamos, mas outro, aceite pelo avó de T’Challa, foi um estrangeiro de grandes valores e integridade que recebeu de oferenda um pedaço de vibranium puro, que acabou por ser utilizado na construção de um certo resistente escudo.



A FORTE PRESENÇA FEMININA DA CULTURA DE WAKANDA

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Lupita Nyong’o em Black Panther (2018)

Um dos pontos de venda mais intrigantes da história de Black Panther solidifica-se no destaque da mulher. Mencionamos aqui a presença da Rainha Ramonda e da meia-irmã de T’Challa, Shuri, como que os pilares da liderança do Rei de Wakanda. A influência porém não termina aqui…

As Dora Milaje são uma recente (ah, 1998 é recente?) adição ao mitos da Marvel Comics sobre Black Panther. Um grupo de guerreiras, enviadas desde infância das suas respectivas vilas para a capital, cujos objectivos são treinar os seus métodos de combate para proteger o rei de Wakanda e, em algumas interpretações, ser escolhida para casar com o Rei.

A última regra não foi seguida à letra nem por T’Chaka nem T’Challa no mundo da banda-desenhada e isso levou a algumas histórias verdadeiramente interessantes e modernas serem exploradas.

“Dado aquilo que conheço do mundo real e da história dos homens, esta situação poderia ser alvo de abusos. E dessa forma, ocorreu-me que as Dora Milaje podem não concordar com a ideia de se casarem com o Rei, caso ele assim decida”. – Ta-Nehisi Coates, actual escritor do comic de Black Panther.

Numa das histórias mais recentes de Coates na BD de Black Panther, duas das Dora Milaje, Ayo e Aneka, apaixonam-se uma pela outra, ao invés do seu rei. Ambas deixaram-se desiludir pelas preocupações globais e cosmopolitas de T’Challa, e fugiram do grupo de guerreiras, tornando-se vigilantes de mulheres marginalizadas e abusadas nos locais mais remotos de Wakanda. Eventualmente, claro, aliaram-se de novo ao seu rei, mas desta vez não como servas, mas como suas iguais.

Ayo já fez a sua presença sentir na pele da atriz Florence Kasumba em Capitão América: Guerra Civil. Lupita Nyong’o e Danai Gurira também darão vidas a outras Dora Milaje, respetivamente Nakia e Okoye.



QUEM SÃO OS VILÕES ULYSSES KLAUE E ERIK KILLMONGER NO FILME DE BLACK PANTHER?

Ulysses Klaue não é um estranho no Universo Cinematográfico da Marvel. A personagem, interpretada por Andy Serkis em Os Vingadores: Era de Ultron, é conhecida por roubar milhões de dólares em vibranium – algo que será explorado em Black Panther também com o regresso da personagem.

Na banda-desenhada já referimos que Klaue assassinou um Black Panther, neste caso T’Chaka, com uma arma sónica que eventualmente e obviamente substituiu a sua mão direita e lhe acrescentou o alter-ego de Klaw.

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Michael B. Jordan em acção como Killmonger.

Em Black Panther, Klaue toma uma rédea secundária, em detrimento de Erik Killmonger.

Michael B. Jordan procura justiça no mundo de super-heróis a dar vida ao principal antagonista do filme. Killmonger cresceu exilado de Wakanda, porque o seu pai era um apoiante de Klaue, e assim acredita que T’Challa permitiu que Wakanda caísse sobre a influência corrupta de outras culturas, particularmente caucasiana, e procura conquistar o trono de forma a trazer o país às ideais tradições de origem.

A sua rendição no filme poderá ter diferentes motivos, mas partilha do mesmo objectivo. O ator comparou a relação de T’Challa e Killmonger com outro duo lendário da banda-desenhada:

“A melhor forma de descrever a dinâmica das personagens é Magneto e Professor X. Ele tem os olhos no trono e está disposto a tudo para o conquistar”.

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