Thor: Ragnarok

Thor: Ragnarok, em análise

Ação e bom humor negro são os ingredientes que fazem de “Thor: Ragnarok”, um dos melhores filmes da MCU até ao momento. O realizador peculiar Taika Waititi transforma radicalmente o universo de Thor e para melhor!

Thor é sem dúvida um dos deuses mais relaxados e de bom humor dos nove reinos, contudo, a personagem terá de mergulhar numa verdadeira viagem de auto-descoberta para encontrar o seu verdadeiro lugar e salvar Asgard de Ragnarok, a completa destruição da sua casa e do seu povo. No entanto, ele não está sozinho e ao lado do seu velho amigo Hulk, da última das valquírias, e do seu sempre matreiro irmão, o deus do trovão enfrentará Hela e terminará um ciclo, dando o ínicio a uma nova aventura.

thor ragnarok

Da última vez que vimos Thor (Chris Hemsworth) ele estava à caça das Infinity Stones. Agora, assombrado por visões de morte e destruição, o deus regressa a Asgard onde encontra um Rei Odin demasiado feliz com todo o caos – enquanto os nove reinos caem, Odin organiza peças de teatro cujos atores te irão fazer sorrir (alerta cameo surpresa!!). O nosso protagonista pode sim ser um pouco distraído mas se há algo que ele bem conhece são as manhas do seu querido mas odiado irmão, Loki. Odin (Anthony Hopkins) está desaparecido quando a sua presença nunca foi tão importante, contudo, desta vez nem mesmo ele será capaz de vencer o inimigo.

Thor e Loki (Tom Hiddleston) são deixados sozinhos para travar Hela, deusa da morte, uma criatura cuja história se perdeu no tempo e que ameaça trazer Ragnarok a Asgard, ditando o fim da paz. Os dois embarcam então numa jornada que os levará ao planeta de Grandmaster, um excêntrico Senhor, dono de um moderno coliseu cuja principal atração é nada mais nada menos que Hulk (Mark Ruffalo), capturado pela última das valquírias (Tessa Thompson).

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Normalmente unilaterais e com problemas simples e fáceis de resolver, as personagens de “Thor: Ragnarok” são nos apresentadas num ambiente descontraído e caricato, porém terão aqui de enfrentar os seus maiores pesadelos, oferecendo-lhes uma profundidade nunca antes vista. Eles são sim deuses e grandes guerreiros mas não são invencíveis e os seus cargos ou poderes sempre foram fruto de terríveis destinos que os assombram constantemente. Como espectador, mergulhamos nos seus desejos, nos seus medos mas também na coragem que se encontra escondida neles – mais do que heróis, eles são humanos, com as qualidade e os defeitos que lhes são inerentes.

Aliada a esta falsa felicidade inicial temos o planeta do Grandmaster (Jeff Goldblum), onde se encontram todos os indesejados do universo. A palete de cores de Sakaar é imensa mas esconde um negro segredo – quem cai nele não poderá voltar a sair. É nesta prisão que conhecemos um grupo de personagens caricatas e que vão sobrevivendo aparentemente felizes, aceitando o seu destino e já sem esperança de um dia regressarem ao antigo auge e glória. Entre as piadas de humor negro encontram-se seres com passados sofridos, revelados subtilmente e sem demasiada exposição.

Aliás, neste filme a exposição é mínima e inserida de forma natural ao longo da narrativa. Contrariamente ao que acontece em “The Dark World”, onde a narrativa pára para nos ser contada parte importante da história, em “Ragnarok” o fundamental é resumido em breves diálogos fluídos.

Regressando à palete de cores, é alternado com Sakaar que vemos Asgard. Anteriormente brilhante e dourado, o reino está mergulhado nas sombras e os seus habitantes vestidos com roupas sujas e desfeitas. Eles estão afinal a ser governados pela própria deusa da morte. A interpretação de Cate Blanchett é maravilhosa, transpirando na perfeição a crueldade, o desejo de poder mas também a dor pelo passado que esta personagem sente. A sua caracterização respeita os comics e é sem dúvida tenebrosa, contudo, para quem conhece a sua origem na banda desenhada (ligeiramente alterada no filme), o padrão de cores pode ser um pouco “confuso” – ainda que leve a algumas teorias interessantes por parte dos fãs, afinal, e como refere Odin, por vezes vemos apenas metade da fotografia, e cabe-nos a nós tentar desvendar o que eventualmente falta.

thor ragnarok

Taika Waititi, realizador por detrás do peculiar “O Que Fazemos nas Sombras”, consegue aliar cenas de ação bem desenhadas com um humor negro que, apesar de excessivo em alguns momentos, oferece ao universo de “Thor” um ambiente que lhe parece caber melhor. Se gostaste do humor de “Guardiões da Galáxia”, vais adorar “Ragnarok” mas não te iludas! Waititi não está meramente a copiar o êxito de outro grande sucesso da Marvel, nem a sua escolha para realizador advém disso.

Vale a pena lembrar que Thor sempre foi uma personagem com pretenções cómicas e que em filmes anteriores cortavam muitas vezes o clima dramático, dando até a entender que o deus do trovão não era “a batata mais inteligente do saco”. Agora a personagem está finalmente inserida num ambiente que corresponde à sua caracterízação e a dinâmica entre atores nunca foi tão boa – até o carrancudo e solitário Hulk encontra aqui um lado que não lhe conheciamos mas que queremos sem dúvida voltar a ver!

TRAILER | RAGNAROK PODE SER O FIM DE ASGARD

Se fazes parte do grupo de fãs da MCU que não tem gostado da adaptação das histórias de “Thor”, não vais querer perder “Ragnarok”! Waititi faz renascer o herói e transforma-o naquilo que ele nasceu para ser.

Thor: Ragnarok, em análise
thor ragnarok

Movie title: Thor: Ragnarok

Director(s): Taika Waititi

Actor(s): Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Cate Blanchett, Benedict Cumberbatchm, Idris Elba, Jaimie Alexander, Tessa Thompson, Anthony Hopkins, Karl Urban, Clancy Brown, Mark Ruffalo

Genre: Ação, Aventura, Fantasia

  • Ângela Costa - 85
  • Rui Ribeiro - 80
  • Daniel Rodrigues - 65
  • João Fernandes - 85
  • Cláudio Alves - 70
  • Miguel Pontares - 70
  • Filipa Machado - 70
  • Marta Kong Nunes - 85
76

CONCLUSÃO

Taika Waititi é uma lufada de ar fresco para o mundo de “Thor”, misturando na perfeição o passado negro das personagens, cenas de ação cativantes e momentos muito divertidos! Os fãs da MCU e do realizador não ficarão decepcionados!

O MELHOR: Waititi transforma o universo de “Thor” e apresenta ao espectador uma nova perspectiva que encaixa melhor com as suas personagens e o seu enredo.

O PIOR: Primeiramente, alguns momentos de humor excessivos. Para além disso, e apesar deste filme ter como subtítulo “Ragnarok” Hela não é tão ameaçadora quanto o espectador pode estar à espera. A resolução é relativamente simples e fica o desejo de vermos uma deusa da morte mais letal.

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3 Comments

  1. 6 de Novembro de 2017
  2. Ângela Costa 6 de Novembro de 2017
  3. Frederico Daniel 2 de Fevereiro de 2020

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