Guardiões da Galáxia Vol.2, em análise

Guardiões da Galáxia Vol.2 marca o regresso do grupo de super-heróis mais disfuncional do Cinema é um saboroso encore dos Greatest Hits do original de 2014.

The Strokes. The Darkness. Franz Ferdinand. Kaiser Chiefs. Guardiões da Galáxia. Há entre todos estes fenómenos da cultura popular um elo de ligação que não apenas a afeição pela Primeira das Artes: a síndrome do “segundo álbum”.

Guardiões da Galáxia Vol. 2 continua a acompanhar as aventuras de Star-Lord (a.k.a. Peter Quill) e companhia enquanto estes atravessam os limites do cosmos. Nesta instância, os Guardiões devem lutar para manter a sua família recém-descoberta unida, enquanto tentam desvendar o mistério do verdadeiro parentesco do líder (pouco assumido) Quill.

Há muitas coisas que funcionam na perfeição em Guardiões da Galáxia Vol. 2 (já lá iremos), mas é essencial destacar as razões pelas quais se revela incapaz de estar ao nível da explosão original. A primeira é óbvia: só há uma primeira vez e a frescura que permeou Guardiões da Galáxia em 2014 era obviamente irrepetível. No entanto, este Vol. 2 acaba por pecar ainda por se encostar demasiado a tudo aquilo que adorámos no primeiro filme, reutilizando excessivamente truques e trejeitos que retiram força aos procedimentos e que eliminam algum do carisma espontâneo e natural do primeiro capítulo.

Mas antes que comecem a desanimar, estamos aqui para assegurar que, não obstante algumas consideráveis insuficiências, Guardiões da Galáxia Vol. 2 prolonga a sua existência como um filme pejado de energia criativa, uma estética brilhante e psicadélica com mais influências dos anos 70, tudo isto levado a cabo pela deliciosa (e ridícula) “família” tremendamente disfuncional sem a qual já não passamos.

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Na verdade, a Família é o grande tema unificador do enredo, mas curiosamente o Vol. 2 opta por a separar. Ainda que grande parte do desenvolvimento do arco narrativo seja sobre testar o laço que une os Guardiões, a separação que ocorre no segundo ato permite desenvolvimentos mais íntimos e pessoais a cada um (particularmente da relação tempestuosa entre Nebula e Gamora, o passado traumático de Rocket e o arco emocional e linhagem de Quill). Aqui a sequela consegue acentuar as forças e fragilidades dos protagonistas, movendo o seu arco narrativo mais além na sua natureza cómica, dramática e temática, ainda que infelizmente a principal de todas elas (a relação entre Quill e o recém-descoberto pai) seja inequivocamente o menos ressonante emocionalmente.

Outra das grandes razões para nos termos apaixonado irremediavelmente pela saga passou pela sua independência irreverente que afastou grande parte do seu enredo das habituais (e por vezes) entediantes conexões com o restante universo Marvel. Se é que era possível, este Vol. 2 é ainda mais independente – diriam até muitos, quase inteiramente inconsequente para o futuro do Universo partilhado Marvel, o que, dependendo dos pontos de vista ou humores diários, pode ser maravilhoso ou problemático.

O que não desilude com toda a certeza é a banda sonora, a Awesome Mixtape #2, uma vez mais escolhida a dedo de forma tão brilhante que parece verdadeiramente uma parte do enredo e não apenas um “dispositivo de enfeite”.

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Mesmo com problemas de ritmo, storytelling e repetição que não afetaram o seu antecessor, o Vol. 2 permanece um verdadeiro Guardiões da Galáxia, de alma, coração e energia.

E aqui estamos deveras. A bater o pé, sem amarras nem moderações. Venha daí esse Vol. 3!

Guardiões da Galáxia Vol. 2, em análise
guardioes da galaxia (2)

Movie title: Guardians of the Galaxy Vol. 2

Director(s): James Gunn

Actor(s): Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista, Bradley Cooper, Vin Diesel

Genre: Ação, Comédia, Fantasia

  • Ângela Costa - 90
  • Catarina de Oliveira - 70
  • Cláudio Alves - 65
  • Daniel Rodrigues - 70
  • Maria João Bilro - 70
  • Rui Ribeiro - 75
  • Filipa Machado - 75
  • Luís Telles do Amaral - 80
74

CONCLUSÃO

Guardiões da Galáxia Vol. 2 não consegue recuperar a frescura do original de 2014 mas é um embevecido regresso a casa para uma família disfuncional sem a qual já não vivemos.

O MELHOR: A banda sonora e a química entre o elenco principal.

O PIOR: Alguma inconsequência que se sente nesta aventura, que parece existir apenas para nos dar mais uma dose de Guardiões da Galáxia do que propriamente para fazer avançar consideravelmente o seu arco.

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  1. Frederico Daniel 28 de Maio de 2017

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