John Carter, em análise

 

Realizador: Andrew StantonAtores: Taylor Kitsch, Lynn Collins e Willem Dafoe.

ZON | 2012 | Aventura/Sci-fi | 132 min

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100 anos. Demorou 100 anos para que «John Carter» passasse para a grande tela. Há quem diga que “só agora é que houve tecnologia à altura da história”. Que remédio temos senão acreditar piamente nestas palavras. Mas se 100 anos depois a Disney pegar no projeto e colocar Andrew Stanton («Wall.E» e «À Procura de Nemo») na cadeira da realização nós até que não nos importamos. Se depois nos informarem que o orçamento ascende a 250 milhões de dólares e decidem fazer uma péssima campanha de marketing, aí gritamos todos “vai ser um flop!”.

Inspirado no clássico de Edgar Rice Burroughs, o filme conta-nos a história de John Carter, um capitão veterano de guerra, que inexplicavelmente é transportado para Marte onde, e ainda que relutantemente, é envolvido num conflito de proporções épicas entre os habitantes do planeta, que inclui Tars Tarkas e a cativante Princesa Dejah Thoris. Num mundo à beira do colapso, Carter redescobre a sua humanidade quando percebe que a sobrevivência de Barsoom e do seu povo está nas suas mãos.

 

Falava-se numa fusão de «Avatar» com «Príncipe da Pérsia» e a verdade é que, muito sinteticamente, podemos dizer que sim. Se virmos «John Carter» desse prisma, então as primeiras palavras que iremos dizer depois de o ver serão: “já vi isto em qualquer lado”. Mas «John Carter» é um herói com 100 anos. Não será injusto tratá-lo como uma cópia? Não será injusto afirmar que não é inovador? A meu ver é sim, muito injusto. Até porque, a haver filmes-cópia, todos aqueles criados pós 1912 (data da criação de John Carter) o são. Mesmo assim, e apesar de todos estes argumentos, não é por aí que «John Carter» se torna numa obra memorável.

Uma certeza é que os efeitos especiais são de invejar. Não há qualquer mácula. Mas num orçamento megalómano isso já não deveria ser um dado adquirido? Se mais uma pequena fração desse orçamento fosse aplicada no 3D, então este sairia muito melhor. Consegue-se ver que foi razoavelmente bem aproveitado, é percetível alguma profundidade da imagem, mas pedia-se um pouco mais. Do argumento o melhor é nem falar porque é o elo mais fraco desta fita, onde dominam incoerências, diálogos não muito coesos e exatamente a sensação de “já vi isto em qualquer lado”.

 

Mas ninguém quer muito saber, nesta altura posterior aos Óscares, se o argumento está bom ou se os atores representam bem o seu papel (neste capítulo temos Lynn Collins num péssimo desempenho). Nesta altura do ano, a diversão toma conta das salas de cinema e neste aspeto «John Carter» é um triunfo.

PS: Atente muito bem num personagem, Woola. Vai imediatamente querer ter um em sua casa. Escusa de procurar nas lojas de animais. Talvez um dia destes, quando conseguirmos ir todos… a Marte!

DR


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