Mr. Peabody e Sherman, em análise

 

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  • Título Original: Mr. Peabody & Sherman
  • Realizador:  Rob Minkoff
  • Elenco Vocal: Rui Unas, Miguel Cardoso, Carolina Sales
  • Género: Animação, Aventura
  • BIG Picture Films | 2014 | 125 min

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Se há coisa pela qual não podemos colocar as mãos no fogo é na constância criativa da DreamWorks Animations. Basta recordar os dois filmes animados que este estúdio nos trouxe no ano transacto e facilmente percebemos do que estamos aqui a falar. Se surge um filme bem acima da média (neste caso, o delicioso “Os Croods”) logo a seguir vem uma enorme desilusão (o insípido “Turbo”).

Olhando para o calendário do estúdio para 2014, podemos tirar várias conclusões. Assumindo que “Como Treinares o Teu Dragão 2” (com lançamento em junho) será fiel à enormíssima qualidade do seu antecessor, só nos restam duas possibilidades de onde poderá surgir o filme menor: “Mr. Peabody e Sherman”, baseado nas personagens da série animada dos anos 60, ou “Home” (que por acaso exibe um curto mais hilariante sneak-peek anexado ao filme de que vos vamos falar hoje).

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Contudo, olhando para a produção de “Mr. Peabody e Sherman” (levada a cabo pelos mesmos nomes que criaram “Como Treinares o Teu Dragão”) e para o nome de Rob Minkoff na realização – afinal, é o mesmo realizador de “O Rei Leão”-, não é possível acreditar que a DreamWorks continue de mãos dadas com a sua intermitência. Infelizmente, e apesar de “Mr. Peabody e Sherman” ser uma obra agradável, a intermitência está para ficar.

Mr. Peabody (voz de Rui Unas na versão portuguesa) é um homem de negócios, inventor, cientista, vencedor do prémio Nobel, chef, duas vezes campeão olímpico e génio… e é um cão. Usando a sua engenhosa invenção, a máquina WABAC, Mr. Peabody e seu filho adoptivo humano, Sherman (voz de Miguel Cardoso Mestre na versão portuguesa), viajam no tempo para viver em primeira mão alguns acontecimentos que mudaram o mundo e interagir com as grandes personalidades históricas. Tudo se complica para Sherman (e para a qualidade desta história DreamWorks) quando este quebra as regras da viagem no tempo, colocando pai e filho numa corrida para reparar a história e salvar o futuro, enquanto Mr. Peabody enfrenta o maior desafio da sua vida – ser pai.

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É com pena que dizemos que “Mr. Peabody e Sherman” é uma completa antítese de si mesmo. Por um lado, com deliciosas referências históricas que nos vão sendo apresentadas durante as viagens no tempo, convence-nos de que esta é uma animação mais adulta, dotada de uma inteligência e perspicácia pouco comum. Todas estas referências – que poucas crianças compreenderão a importância – evocam uma animação inteligente mas são imediatamente destruídas por uma previsibilidade atroz e, mais do que isso, pela infantilidade dos diálogos e do rumo da narrativa (onde salvar o mundo faz parte do itinerário).

No fundo, e uma animação que não sabe aquilo que quer ser: não tem ADN. Se os momentos iniciais nos faziam salivar por um produto DreamWorks divertido e audaz, a verdade é que o produto final se fica pelo ‘divertido’. A audácia perde-se pelo desejo desenfreado em tornar tudo muito formulaico e simples de modo a que as crianças consigam absorver tudo na plenitude (segundo este ponto de vista, o final confuso e narrativamente incompreensível assume-se como um contra-senso).

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A própria animação digital não acrescenta muito ao que já foi feito no passado, apresentando personagens redondas, sem nuances especiais, revelando alguma carência de criatividade. Já quanto ao 3D, a sua utilização era mais uma vez, no seu todo, desnecessária.

Tem os seus momentos, os seus gags divertidos, os seus ápices ternurentos e as necessárias conclusões morais (onde a relação pai-filho e a natureza do ser humano são os pratos principais) mas, depois de ver “Mr. Peabody e Sherman”, só há vontade de entrar naquela máquina do tempo e regressar a momentos antes da sessão começar. Talvez nesse momento ainda fossemos a tempo de redefinir as nossas expectativas.

DR

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