O Hobbit: Uma Viagem Inesperada, em análise

 

  • Título Original: The Hobbit: An Unexpected Journey
  • Realizador: Peter Jackson
  • Elenco: Martin Freeman, Ian McKellen e Richard Armitage
  • Género: Aventura/Fantasia

ZON | 2012 | 169 min

Classificação: [starreviewmulti id=6 tpl=20 style=’oxygen_gif’ average_stars=’oxygen_gif’]

 

Peter Jackson regressa à Terra Média. 60 anos antes dos acontecimentos de “The Lord of the Rings”, um mal misterioso regressa das trevas enquanto um grupo de 13 anões tenta recuperar a casa que lhes foi roubada pelo dragão Smaug, com a ajuda de um feiticeiro e da criatura menos qualificada para este tipo de missões, um hobbit.

Estamos de volta! Nove anos depois do capítulo final da trilogia “The Lord of the Rings” e depois de ter dito que nunca mais o voltava a fazer, Peter Jackson volta a realizar uma trilogia na Terra Média. Com “LOTR” Jackson quis atrair o público para dentro do filme. Com a evolução tecnológica que se deu entretanto, esse seu desejo foi mais fácil de concretizar. O 3D deste filme é sublime. Mas só o 3D não satisfazia o Senhor da Terra Média, ele tinha de trazer qualquer coisa nova e lembrou-se de dobrar o número de frames por segundo. Todos os filmes usam a norma 24 fps, em “The Hobbit” esses frames passam para 48. O filme parece andar em fast forward. Tivesse sido possível passar de 24 para 36, talvez não fosse tão estranho. Embora tenham o propósito de nos aproximar do filme, os 48 fps acabam por nos afastar (espantar?) em certos momentos. Contudo, o 48 fps traz ao filme uma qualidade vídeo verdadeiramente fantástica.

Após ter terminado de filmar a trilogia de “LOTR”, Peter Jackson afirmou que nunca mais voltaria a filmar três filmes de uma vez. Bem, parece que nunca devemos dizer nunca. Apesar de “The Hobbit” ser inspirado em apenas um livro, Jackson conseguiu arranjar material para fazer três filmes e nas (quase) 3 horas de filme não houve nada que se fizesse sentir deslocado da narrativa.

A cena com Bilbo e Gollum é a que mais entusiasma os fãs. Nela vimos um Gollum mais novo, que continua a ser interpretado por Andy Serkis, mas as trocas de personalidade feitas com uma mestria inigualável em “LOTR”, já não são tão eficazmente subtis. Esta é uma cena icónica, pois é aqui que Bilbo encontra o anel que irá ter um papel importante no futuro da Terra Média.

Um elemento importante para dar vida à Terra Média são os efeitos especiais que permitem criar todas as criaturas e mais algumas. Como é óbvio, os sinais de envelhecimento já se começam a notar nos atores que também fizeram parte de “LOTR”. Para que estes, como é o caso de Hugh Weaving, pudessem voltar nos mesmos papeis mas 60 anos mais novos foi preciso utilizar efeitos especiais para disfarçar esses sinais, algo que foi alcançado com sucesso. Mas não foi apenas em fazer com que os atores pudessem voltar que os efeitos especiais serviram. Para além de também criar Eriador e outros locais, os efeitos especiais também foram utilizados para dar um banho aos orcs e torná-los numas criaturas mais majestosas que só metem medo devido a algumas cicatrizes e ao seu guarda-roupa, se não fosse isso eles não passavam de elfos carecas.

Ian Holm volta como Bilbo Baggins no início do filme até que é substituído por Martin Freeman, que encarna um Bilbo que nos fascina pela coisas de que é capaz e pela sua coragem em enfrentar os obstáculos que lhe vão aparecendo. Ian McKellen volta em grande no papel de Gandalf, o Cinzento. É neste filme que descobrimos o porquê da sua fama em arranjar sarilhos. Na sua viagem, Bilbo e Gandalf são acompanhados por treze anões. Todos eles são adoráveis com as suas longas barbas e brincadeiras, mas quando é para lutar dão tudo o que têm. Dos treze sobressai Thorin, filho de Thrain e Rei dos Anões de Eriador, que é o líder deste grupo e que procura vingança por tudo o que aconteceu à sua raça. Thorin é interpretado por Richard Armitage que tem uma performance feroz e de cortar a respiração.

Não supera “LOTR” mas conseguiu superar as expectativas. Para os que não leram o livro é decididamente uma viagem inesperada e para os que leram também. O 3D finalmente compensa o bilhete mas sobre o 48 fps ficam ainda algumas dúvidas. “The Hobbit: An Unexpected Journey” leva-nos em busca da coragem necessária para se fazer o que está certo e não o que é fácil, porque o que é fácil qualquer um pode fazer.

RM

Lê Também:   Documentário esquecido dos Beatles chega à Disney+ numa versão restaurada pela Park Road Post de Peter Jackson

One thought on “O Hobbit: Uma Viagem Inesperada, em análise

  • Eu gostei bastante dos 48fps 😀

    Boa analise.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *