Óscares 2016 | Jack Fisk, The Revenant
É casado com a atriz Sissy Spacek e é o cenógrafo de eleição de uma panóplia de respeitados autores de cinema americano, será que Jack Fisk consegue alcançar o Óscar com The Revenant?
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Muitas vezes o mundo do cinema é palco de deliciosas histórias de amor entre algumas das suas mais luminosas personalidades. É certo que, na maioria dos casos, estes relacionamentos são protagonizados por famosos atores, mas, por vezes, encontramos alguns casais interessantes como aquele em que se integra a vencedora de um Óscar Sissy Spaceck e um dos nomeados deste ano, o cenógrafo Jack Fisk.
Aliás, os dois conheceram-se enquanto atriz e diretor artístico durante as filmagens de Badlands de Terrence Malick. Desse projeto Fisk manteve dois importantes relacionamentos, aquele com a atriz que viria a tornar-se sua mulher e a colaboração profissional e artística com o realizador texano com quem Fisk viria a trabalhar em todos os seus filmes.
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Para além da sua clara ligação ao inesquecível cinema de Terrence Malick, Fisk já trabalhou com outros ilustres autores como Brian de Palma, David Lynch e Paul Thomas Anderson. Foi num filme realizado por Anderson que Jack Fisk alcançou a sua primeira nomeação para o Óscar em 2007 com Haverá Sangue, um filme em que o trabalho do cenógrafo é fulcral na criação da atmosfera severa e alienante que domina toda a narrativa.
Tal como os cenários desse filme protagonizado por Daniel Day Lewis eram complementados pela grandiosidade do mundo natural, também as suas construções para The Revenant vivem em constante simbiose com a aterradora magnificência do mundo natural. É fácil perceber que Alejandro Gonzalez Iñarritu terá contratado Fisk em consequência do seu legado cinematográfico ao lado de Terrence Malick, e os resultados finais parecem justificar a sua decisão. Por muito que o filme seja dominado pela paisagem gelada dos locais de filmagens, as construções humanas em precária resistência contra a força dos elementos são detalhes fulcrais da mise-en-scène que conferem a toda a obra uma condição trágica que está ausente de muitos dos restantes aspetos da sua execução.
Será que os Óscares vão finalmente galardoar a genialidade deste cenógrafo que já colaborou com alguns dos maiores autores do cinema americano atual, ou terá Fisk de esperar mais alguns anos até ser coroado pela Academia de Hollywood?
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