Óscares 2018

Óscares 2018: Em que estado está a corrida pelas estatuetas douradas?

[tps_header]

É cedo para falar de Óscares? Talvez não. A cerca de quatro meses da cerimónia mais importante em Hollywood, já há um conjunto claro de filmes que parecem compor uma corrida bem recheada e… atípica.

[/tps_header]

Há um ano atrás, já todos ‘oscarlogists’ apontavam “La La Land: Melodia de Amor” como vencedor do prémio de Melhor Filme (e mais uns quantos Óscares). Já Casey Affleck tinha o Óscar no bolso (com Denzel Wahington à espreita), já se conjeturava um mundo novo com Viola Davis de estatueta dourada na mão, já se sabia que “Zootrópolis” era a Melhor Animação, que Mahershala Ali era quase imbatível ou que “O. J.: Made in America” era o documentário do ano. Já se sabia muito e a corrida ainda estava a arrancar.

Olhando para 2018, o nevoeiro paira e as incertezas são mais que muitas, numa corrida aos Óscares sem claros frontrunners em quase todas as categorias. Na semana em que foram anunciados os nomeados aos primeiros prémios do ano (os Gotham Awards), fazemos um balanço do estado da corrida pelas estatuetas douradas nas principais categorias:




Melhor Argumento Original

Daniel Kaluuya em “Get Out”.

 

“Get Out” parece ganhar momento na temporada, liderando as nomeações aos Gotham Awards, mas é difícil prever se cairá nas graças da Academia. No entanto, a categoria de Melhor Argumento Original é uma das slots onde será mais provável encontrar o thriller psicológico de Jordan Peele. A juntar-se a ele poderão estar “The Shape of Water”, de Guillermo del Toro, ovacionado em Veneza, “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”, vencedor do importantíssimo Prémio do Público do Festival de Toronto, “Lady Bird”, a estreia na realização de Greta Gerwig ou “The Big Sick”, a comédia dramática que foi hit em Sundance. A partir daqui, vem a incerteza associada a “The Post”, de Steven Spielberg e “Phantom Thread”, de Paul Thomas Anderson, já que ambos ainda não foram visionados. “Darkest Hour”, de Joe Wright, pode também fazer parte do lote de nomeados e tornar-se num dos frontrunners da temporada, casos os prémios que precedem os Óscares mostrarem amor pelo biopic de Winston Churchill.

Frontrunners
Get Out
The Shape of Water
Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

Possibilidades
Lady Bird
The Big Sick
Darkest Hour
Phantom Thread
The Post

Na espreita
The Killing of a Sacred Deer

 




Melhor Argumento Adaptado

Timothée Chalamet em “Call Me By Your Name”.

 

Na outra categoria dedicada aos argumentos, há menos incertezas. “Call Me By Your Name”, baseado no romance de André Aciman, parece ser uma certeza entre os nomeados, assim como “Mudbound”, o filme que a Netflix comprou no Festival de Sundance e que lida com o racismo pós-Segunda Guerra Mundial. A eles podem juntar-se “The Disaster Artist”, a comédia dramática de James Franco sobre Tommy Wiseau – o pior realizador de sempre -, “Wonderstruck”, de Todd Haynes, “Molly’s Game”, filme de estreia na realização para Aaron Sorkin cuja verborreia por norma é sinal de nomeações, ou até “The Beguiled”, de Sofia Coppola.

Frontrunners
Call Me By Your Name
Mudbound

Possibilidades
Molly’s Game
Last Flag Flying
The Disaster Artist

Na espreita
The Beguiled
Wonderstruck
Logan
Blade Runner 2049
Stronger




 

Melhor Ator Secundário

Williem Dafoe e a pequena Brooklynn Prince em “The Florida Project”.

 

Esta é uma das categorias mais interessantes de 2018, ao contrário de edições anteriores onde quase todos vencedores eram dados como certos meses antes da cerimónia. Neste ano, temos sobretudo três nomes na linha da frente: Williem Dafoe por “The Florida Project”, Michael Stuhlbarg em “Call Me By Your Name” e Sam Rockwell por “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”, sendo que Dafoe parece mais seguro na pole position. Logo atrás destes, aparecem Armie Hammer, também por “Call Me By Your Name”, Richard Jenkins em “The Shape of Water”, Jason Michell em “Mudbound”, Ben Mendelsohn em “Darkest Hour” (interpretando o rei George VI), Mark Rylance pelo seu papel em “Dunkirk”, Woody Harrelson em “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri” e até Harrison Ford pelo seu papel emocionalmente denso em “Blade Runner 2049”. Uma lista infindável de nomes aos quais não poderíamos deixar de adicionar Patrick Stewart, em “Logan”, uma das melhores performances de sempre em filmes sobre super-heróis, e também o omnipresente Michael Shannon por “The Shape of Water”. Muitos nomes e só cinco vagas.

Frontrunners
Williem Dafoe, The Florida Project
Michael Stuhlbarg, Call Me By Your Name
Sam Rockwell, Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

Possibilidades
Armie Hammer, Call Me By Your Name
Jason Michell, Mudbound
Richard Jenkins, The Shape of Water
Harrison Ford, Blade Runner 2049
Ben Mendelsohn, Darkest Hour
Mark Rylance, Dunkirk

Na espreita
Woody Harrelson, Three Billboards Outside Ebbing, Missouri
Idris Elba, Molly’s Game
Ray Romano, The Big Sick
Michael Shannon, The Shape of Water
Colin Farrell, The Beguiled




Melhor Atriz Secundária

Saorise Ronan e Laurie Metcalf em “Lady Bird”.

 

Nas atrizes em papéis secundários, também se verifica uma forte incerteza. Laurie Metcalf e Allison Janney por “Lady Bird” e “I, Tonya”, respetivamente, são apontadas como favoritas, mas nomes como Holly Hunter em “”The Big Sick” ou Melissa Leo (num filme que quase ninguém ouviu falar, “Novitiate”) podem ser ameaças fortes. Também Octavia Spencer ambiciona uma terceira indicação por “The Shape of Water”, enquanto Mary J. Blige (sim, ela mesmo) concorre por “Mudbound”. Há ainda que ter em conta Kristin Scott Thomas (“Darkest Hour”), Hong Chau (“Downsizing”, de Alexander Payne) e Carrie Coon em “The Post” (nomeação que pode surgir num ano onde Coon foi protagonista de duas das séries mais celebradas – Fargo e The Leftovers). E será que, no fim de contas, a pequena Brooklynn Prince (apenas 7 anos de idade) de “The Florida Project” conseguirá espaço nesta categoria?

 

Frontrunners
Laurie Metcalf, Lady Bird
Allison Janey, I, Tonya

Possibilidades
Holly Hunter, The Big Sick
Melissa Leo, Novitiate
Octavia Spencer, The Shape of Water
Mary J. Blige, Mudbound
Carrie Coon, The Post

Na espreita
Kristin Scott Thomas, Darkest Hour
Hong Chau, Downsizing
Claire Foy, Breathe
Tatiana Maslany, Stronger
Brooklynn Prince, The Florida Project




 

Melhor Ator

Gary Oldman como Winston Churchill em “Darkest Hour”.

 

Esta será porventura a única categoria com um claro frontrunner. Trata-se de Gary Oldman em “Darkest Hour”, cuja interpretação de Winston Churchill lhe está a valer as críticas mais entusiastas. Mas cuidado com Daniel Day-Lewis, que já tem três Óscares na prateleira lá de casa mas que quer, mesmo assim, despedir-se do Cinema em alta (“Phantom Thread” será o seu último trabalho como ator, de acordo com o próprio). Para completar as vagas, é provável que haja o jovem Timothée Chalamet, protagonista de “Call Me By Your Name”, Jake Gyllenhaal em “Stronger” e Andrew Garfield em “Breathe”. Tom Hanks em “The Post”, Denzel Washington (por “Roman J. Istael, Esq.” – filme que será re-montado após a sua exibição no Festival de Toronto), James Franco (“The Disaster Artist”) e Christian Bale (“Hostiles”) são fortes apostas. Não nos esqueçamos também do magnífico trabalho de Jeremy Renner em “Wind River”.

Frontrunners
Gary Oldman, Darkest Hour
Daniel Day-Lewis, Phantom Thread
Timothée Chalament, Call Me By Your Name

Possibilidades
Jake Gyllenhaal, Stronger
Andrew Garfield, Breathe
James Franco, The Disaster Artist
Tom Hanks, The Post
Jeremy Renner, Wind River

Na espreita
Denzel Wahington, Roman J. Israel, Esq.
Christian Bale, Hostiles
Steve Carell, Battle of the Sexes/Last Flag Flying
Robert Pattinson, Good Time




Melhor Atriz

Sally Hawkins em “The Shape of Water”.

 

Aqui a corrida torna-se deliciosa. Kate Winslet era a favorita até “Wonder Wheel”, de Woody Allen ter sido visto e ter sido recebido com críticas mornas. Apesar de elogiada, a prestação de Winslet pode perder-se no caminho por causa do filme que a sustenta (ou será ela que sustenta o filme?). Aliado a isso, as repercussões que o escândalo de Harvey Weinstein poderá ter no futuro imediato da carreira de Woody Allen não podem ser removidas da equação. O que nos resta? A interpretação silenciosa de Sally Hawkins em “The Shape of Water”, a subvalorizada Frances McDormand em “Three Bollboards Outside Ebbing, Missouri” e, claro, Meryl Streep, que protagoniza “The Post”. Sally Hawkins parece neste momento segura no lugar da frente, mas isso pode mudar com facilidade. Saorise Ronan em “Lady Bird” ou Jessica Chastain em “Molly’s Game” são fortes ameaças, assim como Judi Dench (“Victoria and Abdul”) e Emma Stone (“Battle of Sexes”). No entanto, a maior rival de Hawkins pode estar prestes a surgir: Margot Robbie em “I, Tonya”. A prestação de Robbie cumpre escrupulosamente a narrativa da Academia para esta categoria: atriz jovem e estreante, a interpretar uma personagem real, sendo que para isso é obrigada a proceder a uma transformação física. Mais: aprendeu a patinar. Querem melhor narrativa do que esta?

Frontrunners
Sally Hawkins, The Shape of Water
Frances McDormand, Three Billboards Outside Ebbing, Missouri
Margot Robbie, I, Tonya

Possibilidades
Saorise Ronan, Lady Bird
Meryl Streep, The Post
Jessica Chastain, Molly’s Game
Kate Winslet, Wonder Wheel

Na espreita
Judi Dench, Victoria and Abdul
Emma Stone, Battle of the Sexes
Annette Bening, Film Stars Don’t  Die in Liverpool
Jane Fonda, Our Souls at Night
Daniela Vega, Una Mujer Fantástica
Carey Mulligan, Mudbound




Melhor Realização

Christopher Nolan no set de “Dunkirk”.

 

Será este o ano de Christopher Nolan? É possível que sim. Mas este ano há também o regresso de Guillermo del Toro, que se assume como um dos frontrunners à vitória final. É também um ano de forte presença feminina atrás das câmaras, com Dee Rees (“Mudbound”) e Greta Gerwig (“Lady Bird”) bem cotadas. Luca Guadagnino (“Call Me By Your Name”) parece ser uma aposta segura, mas há concorrência feroz: Joe Wright (“Darkest Hour”), Steven Spielberg (“The Post”), Paul Thomas Anderson (“Phantom Thread”), Denis Villeneuve (“Blade Runner 2049”), Martin McDonagh (“Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”), Sean Baker (“The Florida Project”) e Jordan Peele (“Get Out”) competem entre si por um lugar ao sol.

Frontrunners
Christopher Nolan, Dunkirk
Guillermo del Toro, The Shape of Water

Possibilidades
Steven Spielberg, The Post
Luca Guadagnino, Call Me By Your Name
Martin McDonagh, Three Billboards Outside Ebbing, Missouri
Sean Baker, The Florida Project
Denis Villeneuve, Blade Runner 2049
Joe Wright, Darkest Hour
Paul Thomas Anderson, Phantom Thread
Dee Rees, Mudbound

Na espreita
Greta Gerwig, Lady Bird
Richard Linklater, Last Flag Flying
Alexander Payne, Downsizing
Clint Eastwood, The 15:17 to Paris




Melhor Filme

Frances McDormand em “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”

 

“Dunkirk” parece ser uma aposta sólida nesta categoria, assim como são “The Shape of Water” e “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”, vencedores em Veneza e Toronto, respetivamente. “Call Me By Your Name”, o hino LGBT que emergiu em Sundance, também é uma possibilidade muito forte. Entre os filmes que ainda não foram visionados, “The Post” e “Phantom Thread” reclamam vagas. E o que sobra? Muito pouco. Duas, três ou quatro vagas a serem disputadas por “Lady Bird”, “The Florida Project”, “Get Out”, “Blade Runner 2049”, “The Big Sick”, “Darkest Hour”, “Last Flag Flying” e “Mudbound”. Há ainda que prestar atenção aos novos filmes de Ridley Scott (“All the Money in the World”) e Clint Eastwood (“The 15:17 to Paris” que deverá estar pronto até ao final do ano, embora ainda não tenha estreia anunciada), que podem baralhar todas estas contas.

 

Frontrunners
Dunkirk
The Shape of Water
Call Me By Your Name
Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

Possibilidades
The Post
Lady Bird
The Florida Project
Blade Runner 2049
Darkest Hour
Phantom Thread
Mudbound
The Big Sick
Get Out

Na espreita
Last Flag Flying
The 15:17 to Paris
All the Money in the World

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *