Oz, O Grande e Poderoso, em análise

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  • Título Original: Oz, the Great andd Powerful
  • Realizador: Sam Raimi
  • Elenco: James Franco, Michelle Williams, Rachel Weisz
  • Género: Aventura/Fantasia
  • ZON Audiovisuais | 2013 | 130 min

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[tab name=”Nossa Crítica”]

Oz é uma terra mágica onde reinam as bruxas, umas boas outras más, enquanto o pretendente ao trono não aparece para cumprir a profecia. Esta é uma terra onde qualquer um que acredite, e faça os outros acreditarem também, pode ser grande e poderoso.

“Oz the Great and Powerful” leva-nos de volta ao mundo do clássico de Victor Fleming, inspirado na obra de L. Frank Baum, mas a perfeição do CGI tira a credibilidade que lhe foi dada no original. A distinção entre o Kansas e Oz foi também aqui muito bem executada. No início temos o Kansas, uma cidade com uma população modesta, que leva uma vida simples e monótona, da qual a personagem principal deseja fugir. No início, o filme está em sépia, para nos dar a entender a vida que se leva ali, e o ecrã preenche metade da tela. Quando entramos em Oz, as cores começam a aparecer, o que mostra o espírito daquela terra, feliz e entusiasmante, e o ecrã a expande-se, mostrando a imensidão deste lugar e as suas possibilidades. As cores, vivas como um fogo a arder, o CGI, que procura criar um mundo tão maravilhoso que nós sabemos não poder existir, fazem-nos parar para pensar se acreditamos mesmo naquele lugar. Percebe-se a intenção de criar um mundo diferente do nosso, o que é sempre o objetivo dos filmes que se passam em realidades diferentes, mas mesmo aí há sempre elementos que nos remetem para o nosso mundo.

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A viagem de Oz é o que nos distrai da plasticidade daquele mundo. Nós sabemos desde o princípio que ele é uma fraude e que não vai matar nenhuma bruxa, porque é um maricas e deixa ser uma menina a fazer o trabalho sujo, mas também sabemos que ele vai conseguir conquistar o trono das bruxas. Mas como, se ele não tem magia nenhuma a não ser uns truques que se podem comprar em qualquer loja de magia? Então vemos a lenda crescer, porque nós cremos, e se for feito de uma forma credível a falsidade daquela terra deixa de importar. Oz era uma fraude, como todos sabem, mas a sua viagem leva-o a perceber que ele tem de acreditar que consegue fazer todas aquelas coisas fantásticas que ele promete.

Sam Raimi consegue remeter-nos para o material original. Mesmo com o CGI, as cambalhotas das câmaras e o 3D (cuja utilização foi um bocado exagerada), sente-se que o filme de Fleming não foi esquecido. A transição de um mundo para o outro é semelhante. Continuamos a ter um paralelismo entre o mundo real e o de Oz: o Finley serve de paralelismo para Frank; o ajudante de Oz no Kansas, e a China Girl, que aparece com as pernas partidas, é o paralelo de uma menina, que durante um dos seus espetáculos, pediu a Oz que a fizesse voltar a andar – infelizmente a cola não é tão eficaz em meninas como é em bonecas de porcelana – e a entrega de presentes do Oz, que apenas simbolizam aquilo que as personagens desejam; a vassoura da bruxa má do oeste deixa um rasto de fumo negro; Glinda viaja numa bolha; os adoráveis Munchkins fazem um número musical, entre muitas outras coisas. O que não foi referido foram os sapatos de rubi que a Dorothy tira à bruxa má do este. Isso deveu-se ao fato de a Warner Bros. reter os direitos de alguns elementos icónicos do filme original, tal como os sapatos de rubi. Por isso estás perdoado Raimi.

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Aquilo que correu menos bem foi o elenco. Michelle Williams foi a única que conseguiu ter um bom desempenho. Quanto a James Franco não dá dizer se ele está a representar ou se está mesmo a gozar com as nossas caras. Uma coisa é certa, colar bonecas de porcelana, pegar nelas e, apesar de não estar a vê-las, conseguir seguir as personagens com os olhos quando a sua cara está a ser projetada no fumo, é com ele. Rachel Weisz é uma péssima bruxa má e Mila Kunis, que ainda tenta sê-lo, também não consegue. Também coitada a personagem dela é a que tem uma evolução menos credível.

“Oz the Great and Powerful” tenta ser demasiado grande e perde muitos pontos à conta disso. O 3D é utilizado em excesso, estragando momentos importantes do filme, mas mesmo assim continua ser um dos melhores que já vimos. O CGI cria uma tal perfeição que nos ofusca os olhos. O elenco não se soube comportar. E Sam Raimi até nem se portou muito mal. Fazer-nos acreditar em novos mundos é fácil, mas “Oz the Great and Powerful” tenta-o de uma maneira tão óbvia e forçada que nós percebemos que estamos a ser enganados.

RM
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[tab name=”Análise de um Fã”]

“Quem viu o original, sabe que a história de Oz é direcionada a um público de baixa estatura. Não os Munchkins, mas as crianças. Portanto, já esperava que esta prequela seguisse o mesmo caminho. E ainda assim, eu parecia um puto a ver o filme! Traduzindo o calão, gostei muito.

Para os mais desentendidos, “O Feiticeiro de Oz”, o filme original, era um musical que tinha como protagonista a pequena Dorothy, que vivia em Kansas. Um dia um tornado passou pela sua casa e deu-lhe boleia. Teve direito a levar o cão dela e tudo! Foi para um local chamado Oz (familiar?). Lá conheceu a bruxa Glinda, os Munchkins, o Espantalho, o Homem-Lata, o Leão, a bruxa má (mais conhecida por Wicked Witch of the West) e, por fim, o Grande e Poderoso Feiticeiro de Oz!

A prequela é um filme realizado por Sam Raimi, que tem no seu currículo filmes como a saga “Evil Dead” e a trilogia “Homem-Aranha”. Não é um musical, desta vez, e mesmo existindo um momento musical com direito a coreografia, não há nenhum “Over the Rainbow” aqui. Agora, o nosso protagonista é o próprio Oscar Diggs, o Feiticeiro. Mais uma vez, o tornado passa em Kansas e leva alguém para Oz! Este tornado é um oportunista 😛

Este Oz é fascinante, visualmente. A história que nos é apresentada é decente e vale a pena, embora precisasse de ser mais bem escrita. Os menos atentos podem nem ter notado nos spoilers (!!!) ou não saber a história criada por L. Frank Baum, e esses serão surpreendidos por um determinado “twist”.

Mas o erro que, para mim, foi fatal tem que ver com este mesmo “twist”. A cena envolve uma metamorfose e é simplesmente fraca e mal escrita. Para ter mais impacto, o público teria de simpatizar mais com a personagem envolvida e a mudança é tão repentina que parece forçada. E a Wicked Witch of the West está linda demais!

Os actores poderiam estar melhor. Não há nenhum que se destaque muito, embora Mila Kunis pareça fazer o esforço maior. Franco é um Oz decente, mas não gosto do focinho dele. Michelle Williams é fofinha e bonita, mas não tem muito para trabalhar e Rachel Weisz tem o mesmo problema. Mais ou menos.

Os pontos mais fortes do filme são, sem dúvida, as homenagens. Temos homenagens ao original que passam pela aparição de um leão e vão até à que, para mim, é a melhor, que é a homenagem ao Espantalho. Esta personagem foi a mais marcante na viagem de Dorothy e aqui é fundamental para o desfecho. Temos até tempo para homenagear (brilhantemente) o grande Thomas Edison.

Enfim, o filme é uma viagem muito boa e divertida, os que já conheciam Oz vão sentir-se nostálgicos. Quem ainda não conhece, precisa mesmo de seguir o caminho de tijolos amarelos! Não há melhor lugar que Oz!

Kyle Sousa:  7/10”

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