ParaNorman, em análise

 

Título Original: ParaNorman

Realizador: Chris Butler, Sam Fell

Vozes (VO): Kodi Smit-McPhee, Anna Kendrick e Christopher Mintz-Plasse

Género: Animação, Terror

ZON | 2012 | 92 min

Classificação: [starreviewmulti id=5 tpl=20 style=’oxygen_gif’ average_stars=’oxygen_gif’]

 

A animação digital da Pixar e a vertente mais tradicional dos Estúdios Ghibli têm dominado o sucesso crítico dos filmes de animação. Ao terceiro filme, o menosprezado estúdio Laika comprova que não é dona de criadores menos competentes, menos originais, com menor capacidade de fazer rir, chorar e surpreender. “ParaNorman” é “apenas” a melhor animação do ano.

Norman é uma criança que vê pessoas mortas. Aqui pisamos o terreno de “O Sexto Sentido”. Norman descobre uma maldição terrível e tem de livrar a sua cidade de uma bruxa cujas pretensões são do mais diabólico que se possa pensar. Acabamos de entrar numa combinação letal com “Halloween”. Se a esta busca de Norman por restabelecer a paz, ultrapassando os seus medos, houver uma boa dose de zombies, está então encontrada a referência a “Night of the Living Dead”. “Poltergeist” está, portanto, em todas as manifestações paranormais.

ParaNorman” não é mais do um filme de terror infanto-juvenil. Se é assustador? Sim, tem os seus momentos. Mas a sua capacidade em esconder o terror e rapidamente produzir humor tão ou mais inteligente do que algumas comédias convencionais, é de louvar.

O que melhor define esta animação é o seu equilíbrio. O balanço perfeito entre o terror com influências de Tim Burton (“A Noiva Cadáver”, produzida pelo próprio, é também um filme produzido neste estúdio), a comédia subtil e tremendamente sarcástica e, surpreendentemente, o drama emotivo, que encanta e comove. Um equilíbrio que é tão evidente nas opções técnicas: elevada idoneidade para o trabalho de luzes, efeitos visuais doseados com inteligência e só quando eram estritamente necessários e um stop motion, que é por vezes tão desvalorizado, mas que exigiu certamente um esforço e dedicação maiores para atingir níveis tão elevados de conceção.


Se a Academia for capaz de mudar as suas leis (por vezes injustas) então “ParaNorman” está com toda a certeza nomeado para o Óscar de Melhor Filme de Animação (com reais hipóteses de vencer). Se não, estão “resta-lhe” ficar na memória como um belo e pouco convencional conto de fadas onde Norman é o Príncipe e a sua inabalável coragem é a Princesa. Juntos são a combinação necessária e suficiente para que o filme tenha o dom de deixar a sua importante mensagem: por mais impotentes e pequenos que sejamos, a capacidade para superar os nossos medos define-nos.

DR



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