Segurança Nacional | Season Premiere em análise

 

 

“Ticking names off a kill list for a living”

 

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Após um longo interregno – desde a captura sangrenta de Abu Nazir (Navid Negahban) e a execução pública de Nicholas Brody (Damien Lewis), muita coisa mudou em matéria de “Segurança Nacional“. E se atentarmos no facto de que, o conceito de espionagem concentrava a sua atenção numa linguagem romanceada (o dossiê secreto de Brody e Carrie), o desaparecimento do primeiro até poderá suscitar alguns receios relativamente à sustentação da série dramática despojada do seu melhor drama.

Episode 401

Numa era de massificação do fenómeno “Big Brother” e da sua extrapolação além sofá, a velha máxima de Sun-tzu “mantém os teu amigos por perto, mas os teus inimigos ainda mais perto” nunca fizera tanto sentido de uma perspetiva de geoestratégia militar. Antigamente tínhamos pombos correios, agora temos “drones”. Mas para Carrie Mathison (Claire Danes) – promovida a chefia de uma estação da CIA em Kabul – já não importa o alcance do binóculo anti-privacidade, desde que permita espiar o que a realidade culpada pretende ocultar. Contudo, não deixa de soar a “dejá vu”, que a “Drone Queen” recomece a folha em branco a fazer vigilância com a opção de pressionar num botão, e originar uma pequena cratera de “vítimas” humanas.

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Mas, não deixa de ser contraditório, que o seu sentido de responsabilidade patriótico, não seja igualmente acompanhado pelo seu dever intrínseco de mãe. Aliás, a pequena Frannie – filha de Carrie e Brody – é um teste positivo à ausência do instinto maternal de Carrie, que analisa aquela vida consentida como o resultado de uma equação anómala. E sem os arrufos de casal e os melodramas amorosos, “Homeland” só poderia voltar a pisar aquele lugar comum da descompostura emocional, aonde Carrie transmuta genialmente de faceta e personalidade, deambulando entre a quase insanidade passageira e o ato mais heróico e lúcido da sua crise existêncial.

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Na famosa dança das cadeiras do poder, Saul Berenson (Mandy Patinkin) regressa ao setor privado – embora dentro dos meandros da antiga agência – enquanto Andrew Lockhart (Tracy Letts) é empossado como novo diretor da CIA. Não obstante a sua investidura indesejável, cedo se percebe que o ex senador Lockhart não tem unhas para tocar aquela guitarra, enterrando-se cada vez mais na arrogância das suas próprias contradições. Até mesmo Carrie, que sempre andou na corda bamba entre a coragem e a insubordinação, não se retrai em chantagear o seu chefe hierárquico para benefício próprio, mesmo contra a vontade do mesmo.

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Peter Quinn (Rupert Friend) – o parceiro “MVP” de Carrie – emerge das sombras para revelar os esqueletos do seu armário numa nota mais intimista. Se até aqui, Quinn, tinha alinhado em todas as jogadas perigosas como um autêntico escuteiro, parece que o passado sujo ou simplesmente o medo de morrer, começam a destilar juntos o velho “Scotch” das noites solitárias.

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Segurança Nacional, não poderia ter regressado com a segurança mais reforçada a julgar por alguns clichés que já havia esquadrinhado no passado. Contudo, paira a dúvida se o recuo à fórmula inicial da precipitação de missões com consequências retaliadoras, não será caminhar numa linha ténue entre o desgaste e o “reboot” desta série premiada com cinco Globos de Ouro. Veremos, se uma nova provocação de guerra e a exploração de algumas personagens secundarizadas, serão suficientes para irradicar da nossa memória o sargento Nicholas Brody.

P.S – “There´s No Place Like Homeland”

MS

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