Timeless T1 | Primeiras Impressões

Timeless relembra-nos que o nosso passado merece ser revisitado.

Timeless, não é mais um spin-off esbanjado da espremida temática das viagens no tempo; aliás, até se expande para além daquilo que, séries como “22.11.63” tentaram almejar, alocando o aspeto didático da revisitação de eventos marcantes da história mundial através da nossa linha temporal. E é com um pé no presente e no passado, que somos convidados a ingressar em 1937 para assistir à aterragem épica do “Hindenburg”, um dirigível nazi cujo tamanho considerável, só é ofuscado pela sua maior desilusão, a sua queda aparatosa em solo americano.

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Mas logo avançamos para a atualidade académica das sílabas entusiásticas de uma humilde professora de História, Lucy Preston (Abigail Spencer) para o devido enquadramento histórico-presidencial do que estará para vir. E entre o drama pessoal e familiar, Lucy, no auge da sua inocência de nome, é colocada numa sala altamente multinacional e governamental, aonde um “cowboy” de armas, Wyatt Logan (Matt Lanter) acena com o típico “modus vivendi” sulista de um “Yes Ma’am!”, nada abonatório para jovens longe de ser cotas. Ali, entre saudações tímidas e Agentes Especiais, começamos logo a atentar no ângulo químico entre os dois especialistas nas suas áreas, invocados à pressa pela “Homeland Security”, depois de Garcia Flynn (Goran Visnjic) furtar-se numa máquina do tempo.

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Daqui, é fácil congeminar o que se segue, quando se junta uma professora, um soldado e um programador, Rufus Carling (Malcolm Barrett) no habitáculo de um teletransporte oval, todos empinocados para uma “party” estadual dos anos 40. Porventura, tudo isto poderá soar a algo meio rebuscado, mas a verdade é que, a premissa altamente abstrata e fantasiosa casa com uns certos laivos de humor descontraído, que ajudam a desdramatizar a falta de rigor científico em troca da experiência aventuresca daquele trio improvável. De facto, não deixa de ser uma boa surpresa, o facto de Eric Kripke e Shawn Ryan edificarem este enredo de analepses que tornam as viagens ao passado num acontecimento deveras “cool”, envolvendo as personagens num entrosamento calmo e natural como se recuar setenta e nove anos no tempo fosse quase uma farra entre amigos. Talvez, por isso, é que os conceitos megalómanos de Timeless resultam, tornando o absurdo numa absurdidade aceitável, aludindo ao nosso espírito aventureiro, tal como Sliders (Heróis Por Acaso) o fez com todo o culto dos anos 90.

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Conseguem imaginar três pessoas desconhecidas, emparelhadas pelas suas aptidões, serem despejadas no dia 6 de Maio de 1937 em Lakehurst, nos arredores de Nova Iorque, mesmo a escassos metros e segundos da famosa explosão do zepelim alemão que vitimou 36 pessoas? E conseguem visualizar o que poderá significar a posse de tal informação proveniente do futuro, e estar no encalço de um mauzão que sabe o vai acontecer antecipadamente? Pois bem, é esse tipo de adrenalina de previsão imprevisível e consequência inconsequente que torna Timeless verdadeiramente intemporal, navegando o nosso olhar pelo estoicismo desta brigada amigável anti-terrorista. Abigail Spencer oferece a Lucy aquele ar “escolástico” de uma mulher idealista e inocente, que em situações de aperto acena com o seu lado mais instintivo e improvisacional, desembaraçando-se do olhar galanteador de Matt e da rudeza corporal de Rufus. Já Flynn, é comandado por Goran Visnjic com a presença e o fervor de um típico vilão, atiçando-nos com a altivez do seu olhar penetrante inconfundível.

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Timeless revisita o passado com inteligência, glamour e sofisticação, atrelando a nossa atenção a este trio maravilha, que consegue pacificar diferentes personalidades e dinâmicas na demanda pela normalização dos acontecimentos relevantes da história da humanidade. É uma abordagem simultaneamente conservadora e atual, que conjuga aquele humor fugaz de ironia e trocadilhos com um guião irrequieto e espalhafatoso de cola e pipocas. Estão na “mood” para uma jornada inesquecível pelas páginas do tempo? Então não precisam de esperar pelo futuro, Timeless já se encontra na nossa linha temporal, todas as sextas pelas 22h15 no canal AXN.


MS

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