Melhores Filmes de 2017 para a Magazine.HD

São Estes Os Melhores Filmes de 2017!?

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O ano caminha para um vertiginoso final. Está, portanto, na altura de fazer um balanço do Cinema que se viu. Estes são os Melhores Filmes de 2017 na opinião da heterogénea equipa da Magazine.HD.

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10. WIND RIVER

Wind River - Melhores Filmes de 2017
Elizabeth Olsen em Wind River

 

Louvado seja o dia em que Taylor Sheridan teve a sua epifania e percebeu que, embora como ator fosse apenas mais um, como argumentista tinha o talento para se tornar um caso (cada vez mais) sério. Escreveu Sicario (2015) e Hell or High Water (2016), realizados por Denis Villeneuve e David Mackenzie, e tem agora em Wind River a sua estreia como realizador-autor. Wind River representa mais uma etapa na ascensão meteórica de Taylor Sheridan. Partilha várias das qualidades de Sicario e Hell or High Water, e oferece-nos um thriller que foge a algumas convenções, num retrato com várias camadas e que fica connosco no pós-filme. [MP]




9. MULHER MARAVILHA e ALIEN: COVENANT (ex-aequo)

Wonder Woman_Alien Covenant Melhores Filmes de 2017
Wonder Woman e Alien Covenant

 

A DC redimiu-se. A estreia a solo de Mulher-Maravilha confirma o impressionante carisma de Gal Gadot e oferece uma nova luz a um universo negro e pesado. A heroína, que já roubara todas as atenções em Batman v Super-Homem: O Despertar da Justiça, cativa como símbolo de justiça e coragem, sem nunca perder o seu lado feminino. Puro. Divinal. Mulher-Maravilha é uma lufada de ar fresco. Afasta-se do tom dos últimos filmes da DC e vive num equilíbrio entre força e sensibilidade, graças a um Símbolo de fé na humanidade que nunca perde o seu lado feminino. [MP]

Quem partilha este 9º lugar com “Mulher Maravilha” é Alien: Covenant, que recicla o terror mais puro e palpável do filme original, num festival alienígena macabro e perverso, que se desconcentra algures com a sua mensagem subversiva e obsessão em aterrorizar. [MS]




8. SILÊNCIO

Silence Melhores Filmes de 2017

 

Silêncio é a obra mais matura que Martin Scorsese alguma vez criou, assim como a sua mais austera, impeditiva e ideologicamente complexa. No panorama do cinema contemporâneo, Silêncio é uma anomalia preciosa, uma obra de ideias e não de espetáculo, que se recusa a agradar a gostos e valores contemporâneos (alguns dos gestos e rituais da época parecerão cómicos a muita gente) e a simplificar as suas indagações filosóficas. No final da sua carreira, quando muitos cineastas começam a entrar em espirais de desinspirado auto-plágio, Scorsese vem mostrar como ainda tem novos truques na manga. Se este fosse o seu último filme, seria um justo capítulo final a uma carreira ilustre, mas como não é, trata-se apenas de uma promessa de futuras glórias que, com sorte, serão tão fascinantes como esta elegia fílmica onde a compaixão e a empatia são a maior manifestação da grandeza divina entre os humanos. [CA]




7. 120 BATIMENTOS POR MINUTO

120 batimentos por minuto critica
120 batimentos por minuto

 

Nos momentos finais, “120 batimentos por minuto” traz todas estas ideias sobre ativismo, sexualidade e existência numa comunidade a um apogeu assombroso. Na banda-sonora, a música eletrónica de Arnaud Rebotini invoca o espectro sónico das noites passadas em discotecas parisienses, transmutando uma manifestação pontuada pelo uso de cinzas fúnebres numa expressão da vitalidade e folia. Depressa a luz e a montagem seguem o mesmo caminho, abandonando o naturalismo em prol da loucura da noite ébria, ao mesmo tempo que dois corpos se entrelaçam em euforia sexual como modo de lidar com a perda. Num retorno ao mais enfático leitmotiv visual do filme, Campillo filma as partículas de pó e água no ar, vendo nelas constelações que se movem com cada respiração, como se todo um universo se moldasse à presença destas pessoas que recusam morrer em silêncio. Esta é uma celebração da vida em toda a sua complexidade e caos, tão feia como bela, tão sensual como sôfrega. [CA]



6. JACKIE

filmes na tv
Natalie Portman em Jackie

 

Portman, assim como todo o edifício cinematográfico de Jackie, não estão a retratar Jackie, a pessoa que viveu e sofreu sob o olhar do povo americano durante uma tragédia nacional, mas sim “Jackie”, a ideia, a lenda, a personagem trágica e o ícone nascido da imagem dessa mesma mulher. A fricção entre a atriz e o papel torna-se assim a cola que mantém unido o puzzle ideológico do filme assim como a máxima expressão desse mesmo puzzle. Não há melhor momento que ilustre isso do que o aterrador relato que Jackie faz da morte do seu marido. Em close-up apertado, Portman desmancha-se em sôfregas lágrimas e a sua instabilidade emocional é quase grotesca. Chegado ao fim do relato, ela muda de registo, adotando uma postura rígida e fria que sublinha como o repórter nunca poderá usar esse relato, efetivamente tornando o seu luto pessoal numa arma de subjugação do escritor à sua vontade. Há pouco de orgânico na reviravolta tonal da cena e do desempenho de Portman, mas é difícil negar a sua espetacularidade, o seu impacto ou clara densidade intelectual. Ao chamar atenção para a atriz por detrás da personagem, Larraín e Portman criam uma performance sobre performance, um retrato deliberadamente imperfeito que nos pede para olharmos para as suas falhas, para as suas pinceladas, e lá encontrarmos algo que transcende a simples recitação passiva de factos históricos. [CA]

 




5. MANCHESTER BY THE SEA

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Manchester by The Sea, de Kenneth Lonergan

 

Ao questionar-nos sobre a significância de se estar vivo quando tudo ao nosso redor se reduz a cinzas, Kenneth Lonergan realiza um ensaio minucioso sobre as subtilezas da dor – a maior dor de todas -, sobre a dualidade vida/morte, sobre cicatrizes da culpa, sobre o poder do amor familiar e, no fundo, sobre preponderância da esperança humana. Como é bizarra esta sensação de nos maravilharmos tanto com algo que nos causa tanto desconforto e angústia. Presume-se que até a arte de pontapear alguém violentamente no estômago tem as suas técnicas. E Kenneth Lonergan domina-as de forma exemplar. Manchester by the Sea é um filme que tão cedo não nos vamos esquecer. [DR]




4. LA LA LAND – MELODIA DE AMOR

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Ryan Gosling e Emma Stone em La La Land

 

Contras as incertezas do mundo actual ‘La La Land – Melodia de Amor’, de Damien Chazelle (‘Whiplash’), é o melhor dos antídotos cinematográficos, contra as nossas angústias do dia-a-dia. É um filme lindo, feliz, elegante e inteligente que recria género musical e o cinemascope, com Ryan Gosling e Emma Stone a explodirem numa química interpretativa notável. [JVM]




3. BLADE RUNNER 2049

Blade Runner 2049 poster
Blade Runner 2049

 

Blade Runner 2049 é um lollipop de cores vibrantes e dinâmicas, que nos explodem na cara num universo cyberpunk estupidamente convincente. Mas a obra de Villeneuve não se esgota no seu visual “over the edge”, já que o conteúdo não poderia ser mais rico em temáticas controversas. Blade Runner 2049 volta a redefinir o género sci-fi tal como o seu antecessor, só lhe restando meter mais um Óscar ao bolso. [MS]



2. MOONLIGHT

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Moonlight, de Berry Jenkins

 

A dinâmica entre os diferentes Chirons é algo central ao génio de Moonlight e isso nunca é mais evidente que nos seus minutos finais. Depois de Chiron se reencontrar com Kevin, o seu melhor amigo de infância e primeira experiência sexual na adolescência, e de lhe confessar algo que nunca tinha antes proferido em voz alta, o filme apresenta-nos duas poderosas imagens. Despindo as suas defesas exteriores, o protagonista deixa-se vulnerável, deixa-se ser reconfortado por uma das únicas pessoas que em toda a sua vida o aceitou como ele era, e amou-o por isso. O que vemos é um tableau de ódio internalizado a desmoronar-se face à ligação com outro ser humano, face ao poder da empatia e da ternura. Mesmo assim, há uma dor e qualidade enlutada à imagem, especialmente quando Jenkins nos volta a mostrar Little, junto ao oceano, como que a ponderar o futuro de trauma e dor e a fazer uma decisão crucial sobre a sua própria identidade. O presente está em processo de libertação e luto pelo sofrimento do passado, pela aniquilação de uma identidade pessoal que sempre foi recriminada. Não é uma conclusão triunfante e alegre, mas é difícil ficarmos indiferentes ao seu poder e visceralidade – como um murro no estômago. [CA]




1. DUNKIRK

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Dunkirk, de Christopher Nolan

 

Dunkirk é uma epopeia impressionista de gritos mudos e corpos limpos, amarfanhados numa tela catastroficamente bela em constante sobressalto. Nolan reinventa o típico “war movie”, ejetando Dunkirk da violência gratuita do “war porn”.  fita de Nolan é curta, mas absorvente; pouco dialogada, mas freneticamente ritmada; é cirurgicamente contida, mas emocionalmente rica. Dunkirk é um filme que não comunica pela sua mensagem, mas pelos seus feitos. Tecnicamente é irrepreensível, mas isso já seria de esperar vindo de quem vem. Hardy, Rylance, Fionn e Styles reúnem a experiência sénior com a frescura da juventude, materializando competentemente o espirito heróico do primeiro épico de Chris Nolan.

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One thought on “São Estes Os Melhores Filmes de 2017!?

  • Ainda bem que o Dunkirk levou o primeiro prémio! Gostei muito do filme, do modo sóbrio, despretensioso (mas por isso tão mais eficaz) como narra a grandeza daqueles homens numa circunstância aparentemente nada heroica. A piedade por todos, pelo seu humano desejo de escapar à morte, à guerra, e voltar a casa (que os leva a ações pouco dignas, de cuja indignidade não perdem contudo a consciência). O sentido de gratidão e responsabilidade do almirante (magnificamente interpretado pelo Kenneth Branagh). A coragem do povo comum inglês que não podia não responder ao apelo de Churchill e lançar-se no resgate dos seus rapazes. O #1 é mais do que merecido e viva Nolan que nos presenteou com este pequeno filme sobre grandes homens numa mísera situação.

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