As 10 séries canceladas cedo demais

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Há séries que duram mais temporadas do que deviam, mas há outras que nos deixaram muito antes do seu prazo de validade. Recuperamos dez casos de séries canceladas demasiado cedo e que tinham muito mais para dar.

Identificar e respeitar o tempo certo para contar uma história é mais difícil do que parece. Quantos não são os casos de séries (muitas ainda em vigor) em que o chamado “fazer render o peixe” teve como consequência a depreciação da série? O equilíbrio perfeito entre não esticar demasiado a narrativa e deixar os arcos das personagens coerente e bem rematado é um desafio, por várias ocasiões hipotecado pela ganância ou cegueira coletiva de colocar os cifrões à frente da qualidade.

Mas então que séries é que nos deixaram muito antes do que seria ideal?

AS 10 SÉRIES CANCELADAS CEDO DEMAIS

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10. FlashForward

FlashForward

Nº Temporadas: 1

Ok, não fujam. Hoje, passados sete anos, uma série como “FlashForward” dificilmente agarria alguém, dado o extraordinário desenvolvimento qualitativo do meio. No entanto, em 2009-2010 o cancelamento por parte da ABC deixou muitos fãs frustrados, e de facto a série tinha mais para dar. “FlashForward” é o clássico exemplo de um conceito desperdiçado na sua execução. Uma boa ideia, intrigante, que não soube escolher a melhor perspetiva e acabou com um final cosido à pressa e preocupado em deixar uma janela aberta para um eventual ressuscitar.

Nasceu com o propósito de ser a série que substituiria “Lost”, mas acabou destruído quando a ABC entendeu que os fãs de “Lost” prefeririam ter “V” na grelha, uma série que guardava um rosto dos perdidos, Elizabeth Mitchell.




9. My So-Called Life

My So-Called life

Nº Temporadas: 1

Estávamos em 1994 quando Claire Danes liderou um elenco juvenil como Angela Chase em “My So-Called Life”. A série fugiu a muitos dos clichés da época e desenhou um retrato com personalidade do que é ser adolescente, afirmando-se posteriormente como uma espécie de série de culto. Vanguardista, teve apenas 19 episódios e os fãs chegaram mesmo a organizarem um movimento para salvar a série.

A relutância de Claire Danes em continuar é frequentemente indicada como um dos principais fatores que impediu uma segunda temporada. Certo é que ficámos sem saber como ficaram as coisa entre Angela e o bad boy Jordan Catalano (Jared Leto). E entre “As Mulherzinhas” e “My So-Called Life”, Danes teve o casting feito para ser Julieta.

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8. Pushing Daisies

Pushing Daisies

Nº Temporadas: 2

A colorida comédia carregada de mistério e fantasia, “Pushing Daisies”, foi uma das primeiras boas coisas que Bryan Fuller nos ofereceu. Como premissa, Ned (Lee Pace) era um pasteleiro especializado em tartes com o dom de ressuscitar pessoas, resolvia casos com a ajuda da sua antiga namorada, a outrora falecida Chuck (Anna Friel).

Há quem a considere um “conto de fadas forense”. Foi mesmo nomeada para 17 emmys, tendo ganho sete, e é um exemplo clássico de como a greve dos argumentistas de 2008 afetou vários projetos. Ponto positivo: Lee Pace brilhou mais tarde em “Halt and Catch Fire” e Anna Friel é protagonista da nova temporada de “The Girlfriend Experience”.

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7. Quarry

Quarry

Nº Temporadas: 1

Esta é bem recente. “Quarry” foi uma das melhores novas séries de 2016, e tinha tudo para poder ser a série de afirmação do Cinemax. Tivesse sido dado tempo para crescer. O cancelamento ao fim de uma temporada deve ter sido particularmente penoso para Logan Marshall-Green. Como Mac Conway, o sósia de Tom Hardy construíra a melhor personagem da sua carreira, um veterano da guerra do Vietname, regressado a casa com stress pós-traumático, que tinha tudo para marcar os próximos anos da televisão.

Copo meio cheio: uma vez que a série não tinha muitos fãs, poucos foram os que sofreram com o seu adeus. Copo meio vazio: uma vez que a série não tinha muitos fãs, teve ratings baixos, logo foi cancelada.

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6. Firefly

Firefly

Nº Temporadas: 1

Em 2017, chocados com o fim de “Sense8”, os fãs da série da Netflix conseguiram um pequeno extra, duas horas para se despedirem das suas personagens preferidas. Entre 2002 e 2003, “Firefly” – criação de Joss Whedon – construiu as bases do que se viria a tornar com o tempo uma série de culto. Tal como “Sense8” a contestação dos espectadores fez nascer um prolongamento: o filme “Serenity”.

A tripulação do Serenity marcou muita gente, e Nathan Fillion – nos dias de hoje mais conhecido por Castle – destacou-se na pele do carismático Mal Reynolds. Gina Torres, Morena Baccarin, Alan Tudyk e Adam Baldwin também faziam parte do elenco.

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5. Arrested Development

Arrested Development

Nº Temporadas: 3 (pré-Netflix)

“Arrested Development” não surge num lugar mais acima por ter sido recuperado pela Netflix. No entanto, quando em 2006 a FOX cancelou a série à terceira temporada, um dos maiores crimes da história da televisão estava cometido.

Afinal, estávamos (e estamos novamente, entretanto) perante uma das melhores comédias de sempre. Não é preciso puxar muito pela imaginação para projetar o que significa Jeffrey Tambor, Jason Bateman, Will Arnett, Tony Hale e Michael Cera no mesmo espaço.

Obrigado, Netflix.

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4. Penny Dreadful

Penny Dreadful

Nº Temporadas: 3

Ainda muitos de nós estamos a recuperar do trauma que foi o final de “Penny Dreadful”. É praticamente regra ser anunciado que determinada temporada é a última de uma série, pelo que o “isto foi o fim, pessoal, não há mais” de John Logan e do Showtime depois de “The Blessed Dark”, nono episódio da terceira temporada, devastou qualquer um.

O universo da série tinha muito mais para explorar, e mesmo que o criador John Logan o negue, o final pareceu escrito à pressa. Uma despedida inglória para uma série incrível. Eva Green foi durante três anos uma das melhores interpretações na televisão como Vanessa Ives. Muito bem também Timothy Dalton, Josh Hartnett, Harry Treadaway, Reeve Carney, Billie Piper e o subvalorizado Rory Kinnear.

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3. Hannibal

Hannibal

Nº Temporadas: 3

Desta ainda vamos ouvir falar. Ou não acham que alguém ainda vai repescar “Hannibal”? Se “Pushing Daisies” foi uma experiência invulgar e bem-sucedida de Bryan Fuller, “Hannibal” foi Fuller no seu melhor até hoje.

Visualmente estonteante, com Mads Mikkelsen e Hugh Dancy a tocar os céus do que é construir uma personagem e uma ligação entre duas, ao contrário de “Penny Dreadful”, o final foi surreal e perfeito. Talento de Fuller e da sua equipa que não se coibiram de, numa cena pós-créditos, deixar um possível futuro em aberto.

O que “Hannibal” fez durante 3 temporadas na NBC (canal que, pela falta de qualidade que apresenta, só tinha de se agarrar com tudo ao canibalismo) deveria ter valido um cheque em branco a Fuller para desenvolver a narrativa até lhe fazer sentido. Erótica e intensa, habituou-nos a encerrar as suas temporadas com episódios do outro mundo.

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2. Utopia

Utopia

Nº Temporadas: 2

David Fincher tentou levar “Utopia” para a HBO mas, aqui entre nós, Netflix, faz o que tens a fazer e agarra este tesouro enterrado do Channel 4. Se alguém vos disser que “Utopia” é a série com melhor direção de fotografia de sempre, casem com essa pessoa. Tem bom gosto. Muita da qualidade na composição de planos e nas cores saturadas e psicadélicas que temos visto nos últimos anos em séries como “Mr. Robot” ou “Legion” teve em “Utopia” o seu primeiro ensaio.

Primeiro, vão a correr experimentar esta utopia. Segundo, não vão conseguir olhar para uma colher da mesma maneira. Terceiro, apaixonem-se pelo gradiente de cores usado e por personagens como Arby e Wilson Wilson. E por fim, tentem depois de tudo isto tirar da vossa cabeça a pergunta: Where is Jessica Hyde?

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1. Freaks and Geeks

Freaks and Geeks

Nº Temporadas: 1

Judd Apatow já fez muita coisa entretanto, mas “Freaks and Geeks” (1999-2000) continua a ser a obra-prima. Em dezoito episódios intemporais que qualquer ávido consumidor de séries têm que ter na sua biblioteca mental, arrancaram as carreiras de nomes como Linda Cardellini, James Franco, Jason Segel, Seth Rogen, Martin Starr e John Francis Daley. E teve cameos de Ben Foster, Shia LaBeouf, Lizzy Caplan, Jason Schwartzman e Rachida Jones.

Como Kurt Cobain ou Heath Ledger, “Freaks and Geeks” deixou-nos quando tudo em si era potencial para ser gigante. Ficou apenas uma temporada, mas foi um 10 em 10.

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A qual destas 10 séries canceladas acrescentavas mais uma temporada se tivesses oportunidade? Que outras séries podiam figurar nesta lista?

One thought on “As 10 séries canceladas cedo demais

  • ótima postagem.

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