007 Licença para marcar | McTominay seria o James Bond e Gyökeres o vilão sueco mais perigoso desde o IKEA
E se o próximo James Bond não viesse da Royal Academy of Dramatic Arts, mas sim…dos relvados de futebol? Preparem-se: a saga 007 pode estar prestes a conhecer os seus primeiros protagonistas com chuteiras. Brinquem, brinquem…
Há quem diga que o futebol é um teatro. Até chamam ao estádio do Manchester United o Teatro dos Sonhos. E se for cinema de ação puro e duro? Que comecem já a fazer o casting para o novo Bond 007: o médio escocês do Napoli, Scott McTominay, o melhor jogador da última temporada da Serie A italiana, como James Bond; e Viktor Gyökeres, o goleador do Sporting agora transferido (ou transferiu-se à força) para o Arsenal, como vilão implacável de sotaque nórdico e frieza escandinava. E Denis Villeneuve a filmar tudo em câmara lenta, com silêncios dramáticos, planos desertificados e uma banda sonora de Hans Zimmer ao fundo.
Quem manda é um homem da bola
Não é assim tão descabido. O presidente do Nápoles, Aurelio De Laurentiis, além de mandar na bola, também manda no cinema. Quer dizer, já mandou mais, mas é produtor, manda-chuva da Filmauro e um homem com queda para épicos.
Ou seja, se há alguém capaz de meter um médio defensivo a salvar o mundo num fato de espião, é ele. E se Villeneuve vai realizar o novo Bond, já sabemos que não vai ser mais do mesmo. Adeus gadgets absurdos, olá dilemas existenciais e luz natural, como filmar jogos de futebol nos relvados.
Um James Bond da nova era
McTominay tem tudo para ser o 007 perfeito de uma nova era: tem 28 anos, é escocês (como Sean Connery), é duro de roer (como Daniel Craig), e é suficientemente discreto para não dar nas vistas enquanto se infiltra num casino ilegal em Singapura.
Já tem o martini incorporado e não o entorna. E se for preciso desarmar uma bomba? Nada que um remate ou um pontapé de bicicleta como aquele contra o Cagliari não resolva. O homem virou lenda em Nápoles, ganhou um Scudetto, foi MVP (“Most Valuable Player”) da Série A italiana e agora só lhe falta mesmo uma licença para matar.
O viking do Sporting para o Arsenal
Do outro lado, Gyökeres. O homem que guarda os sorrisos no congelador e os golos na ponta da bota. Marcar 68 golos em duas épocas no Sporting e continuar a parecer que vai à luta viking, não é para todos. Se fosse vilão Bond, o plano dele seria simples: marcar tanto que os adversários vão acabar por se renderem.
Quase rendeu o Varandas! Ou então construir uma base secreta no Estádio de Alvalade, com bolas de futebol que explodem e uma cave onde se lê Sun Tzu em sueco. Com uma cláusula de rescisão de 100 milhões e um ar de quem não se ri desde 2019, o sueco já disse que está pronto para a Premier League. Falta só ser oficializado no Arsenal. Pelo menos neste momento que escrevo o texto! Está por horas…mas eu cá acho que ele está pronto para dominar o mundo ou pelo menos um filme inteiro.
Villeneuve o filósofo do cinema
E depois temos Villeneuve, o poeta das sci-fi, já confirmado para o novo Bond. Se levar a coisa a sério (e ele leva sempre), o filme pode muito bem começar com McTominay a sair do banco…do Aston Martin. E Gyökeres a preparar um ataque coordenado com passes de ruptura, explosões cronometradas e monólogos filosóficos. A ação será lenta, elegante e cortante como um passe vertical do Napoli.
Até o Haaland vai ter medo do vilão
Claro que, com a Amazon a controlar a franquia, tudo é possível. Spin-offs, reboots, “Bond: A Origem”, “Bond: Reloaded”, “Bond: Multiverso”. Só pedimos uma coisa: não transformem o Q num chatbot que recomenda gadgets com base no histórico do espião.
Não queremos ver o 007 a receber notificações push a meio de uma perseguição: “Já experimentou este novo vaporizador de silenciar vilões?” Resumo para quem chegou agora: McTominay seria o novo Bond. Gyökeres é o vilão sueco que até o Haaland vai ter medo de enfrentar. Villeneuve filma. A bola rola. E o mundo fica a salvo…até ao próximo jogo.
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