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Sirens | Julianne Moore e o culto milionário mais viciante da Netflix (com falcões à mistura)

Julianne Moore lidera o elenco de “Sirens”, a minissérie da Netflix que mistura luxo, drama familiar, falcões e sátira social com um charme irresistível. Com apenas cinco episódios, esta pérola televisiva é tão hipnótica que até Kevin Bacon parece menos perigoso de blazer e sorriso falso.

Uma série curta que agarra até os mais céticos

Confesso: tenho um problema com séries. São longas, enrolam e, ao terceiro episódio, já estou a pensar nos filmes que ainda não vi. Mas “Sirens” não me deu hipótese. Cinco episódios, o tempo suficiente para me viciar e para desejar uma segunda temporada (sim, Netflix, estou aqui a olhar para vocês). E claro, Julianne Moore em modo deusa de luxo tóxico ajuda. Muito.

Sirens
Um guarda-roupa que faz parecer uma série de moda. ©Netflix/Divulgação

O primo milionário (e venenoso) de “The White Lotus”

À primeira vista, “Sirens” parece uma prima sofisticada de “The White Lotus”, — vou acompanhar esta também, até ao final — aquela prima que passou férias em Ibiza, estudou filosofia pós-moderna e só bebe vinho biológico servido em copos de cristal reciclado. Mas a coisa vai mais fundo. “Sirens” é uma mistura de melodrama, sátira de culto e soap opera premium com diálogos hipnóticos e figurinos tão deslumbrantes que dá vontade de pausar a cena só para tirar prints.

Julianne Moore, uma deusa em modo culto tóxico

Julianne Moore interpreta Michaela Kell (Kiki para os íntimos), uma espécie de Gwyneth Paltrow pós-exorcismo: milionária, refinada, vegana wannabe e dona de um santuário de aves de rapina. Do outro lado está Kevin Bacon, em versão marido tóxico com carteiras offshore e sorriso de quem já perdeu a alma no Nasdaq, (indice de stock market ou bolsa) . A química entre os dois é perigosa: é um duelo de manipulações servido como se fosse brunch nos Hamptons, a Comporta lá do sítio.

Sirens
As irmãs Devon (Meghann Fahy) e Simone (Milly Alcock). ©Netflix/Divulgação

Duas irmãs, um cesto de fruta e um culto de luxo

E depois em “Sirens” temos as irmãs Devon (Meghann Fahy) e Simone (Milly Alcock, de “House of the Dragon”). Uma luta de egos, traumas e cestos de fruta rancorosa. Devon, alcoólica em recuperação e rainha do sarcasmo, acha que a irmã caiu nas garras de um culto softcore de luxo. Simone acha que, finalmente, encontrou o paraíso, com direito a falcões, piscina e roupa de linho.

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Julliane Moore
Julianne Moore interpreta Michaela Kell (Kiki para os íntimos). ©Netflix/Divulgação

Sátira social com falcões e sarcasmo de alto nível

O que faz “Sirens” funcionar tão bem é a mistura rara de sátira social com aquele toque camp que não se leva demasiado a sério. É como se Sofia Coppola desse uma aula de psicologia familiar depois de um brunch em Martha’s Vineyard. E os falcões? Têm mais personalidade do que metade dos influencers de wellness no Instagram.

Julianne Moore
Julianne Moore e Milly Alcock. ©Netflix/Divulgação

Estética de revista de luxo, crítica de classe afiada

Visualmente, é um sonho: mansões, pôr-do-sol em modo Instagram, copos de vinho branco e um guarda-roupa que faz qualquer série de moda parecer um episódio piloto de um reality show. Mas “Sirens” não se perde só no look: há crítica social bem apurada, sobre poder, dinheiro, culto à ‘espiritualidade premium’ e como as feridas familiares continuam abertas mesmo quando o champanhe é francês.

Sirens com Milly Alcock
© 2025 Netflix, Inc.

Cinco episódios que sabem a pouco (e queremos mais)

E o melhor? São apenas cinco episódios de “Sirens”. Sem fillers. Sem episódios especiais sobre a infância do falcão. Cada minuto conta. Quando acaba, fica aquele vazio de quem foi seduzido por uma sereia com voz de Julianne Moore e não quer voltar à realidade. Se houver uma segunda temporada (e eu quero acreditar que vai haver), que tragam mais falcões, mais diálogos venenosos, mais sarcasmo de alto nível e, claro, Julianne Moore, a verdadeira sereia que canta em cashmere.

JVM

“Sirens” | Julianne Moore e o culto milionário mais viciante da Netflix (com falcões à mistura)
  • José Vieira Mendes - 90

Conclusão:

“Sirens” é um cocktail perfeito de sátira, drama e sarcasmo, servido com a sofisticação de um jantar privado nos Hamptons, mas com o veneno doce de uma sereia a cantar-te para o naufrágio. É uma série que não perde tempo com episódios supérfluos, que sabe ser visualmente deslumbrante sem esquecer a crítica social e que prova, mais uma vez, que Julianne Moore é uma das grandes forças do ecrã. É impossível não sair de lá a pedir bis de falcões, de vinho biológico e de diálogos que picam mais do que ostras mal abertas.

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Pros

O melhor: Julianne Moore em modo deusa tóxica, hipnotizante do início ao fim. A química explosiva entre Moore e Kevin Bacon, numa dança de poder e manipulação. Visual e guarda-roupa de luxo, digno de prints para inspiração de lifestyle. Diálogos ácidos e inteligentes, cheios de humor e crítica social. Cinco episódios, ritmo impecável, sem enchimento ou episódios “perdidos”.

Cons

O pior: Só cinco episódios (sabem a pouco e deixam vontade de mais). Algumas personagens secundárias ficam pouco exploradas, como o motorista mexicano, podiam ter mais camadas. O final deixa tudo em aberto, o que pode irritar os mais impacientes.



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