O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos – Análise
“O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” estreou nos cinemas a 24 de julho e está a ser um sucesso, com 93% de aprovação no Rotten Tomatoes.
Ao longo dos anos já conhecemos várias versões do “Quarteto Fantástico”. A primeira vez em 1994, mas a mais marcante, até então, foi a de 2005, com Chris Evans e Jessica Alba.
Agora, conhecemos uma nova versão, que abre caminho para uma nova fase da Marvel de forma positiva. O filme conta com Pedro Pascal, Ebon Moss-Bachrach, Vanessa Kirby e Joseph Quinn nos papéis principais.
Assim, regressamos à história de quatro astronautas que ganham poderes extraordinários após serem expostos à radiação durante uma missão. Mas nesta nova versão de 2025 há um novo elemento e uma estética que o distingue dos restantes.
A estética retro-futurista do Quarteto Fantástico
Algo que chama a atenção logo no trailer do filme é o seu visual, diferente dos restantes filmes destes super-heróis e, até, dos restantes filmes da Marvel. Assim, o realizador Matt Shakman criou uma estética retro-futurista para este filme, que resultou muito bem.
Estes visuais foram inspirados nos anos 70 e trazem uma componente interessante ao filme, ao misturar o visual retro com a tecnologia e gadgets futuristas ligados ao mundo dos super heróis.
A escolha dos atores não poderia ser melhor
Um dos pontos de sucesso do filme é, sem dúvida, o seu casting. Pedro Pascal nunca desilude, conseguindo transparecer diferentes energias e emoções em cada personagem que faz. Ainda assim, o ator não é o destaque deste filme.
Joseph Quinn tem revelado conseguir atingir um grande range de personalidades e personagens, após “Stranger Things”, “Gladiador 2” e “Quiet Place: Day 1”. Enquanto Chris Evans trouxe um lado mais convencido e egocêntrico à sua personagem, Joseph Quinn trouxe uma versão mais geek de Johnny Storm que o tornou na minha personagem favorita do filme.
É, na verdade, uma das personagens que tem maior desenvolvimento e que contribui muito para o desenvolver e resolver da história, sendo desvalorizado em cada etapa. Nunca consigo resistir a uma boa história de underdogs.
A Sue Storm de Vanessa Kirby é um sinónimo de girl power. É o elo de ligação daquela família e protagoniza alguns dos momentos mais emocionais da história, que humaniza estas batalhas entre super-heróis e vilões.
Por fim, não posso deixar de destacar Julia Garner como Silver Surfer. Surge irreconhecível e tem uma das histórias mais interessantes do filme. É pena não ter um maior desenvolvimento e mais interação com Johnny Storm.
O Quarteto Fantástico peca no desenvolvimento de personagens
O novo filme da Marvel tem menos de duas horas e, a verdade é que passa mesmo num instante. Contudo, a consequência desse runtime curto é que não há tempo para encaixar desenvolvimento, diálogos worldbuilding, vilões, batalhas e outros universos.
As personagens não são muitas, mas mesmo assim acabam por ter pouco desenvolvimento. Isto sentiu-se, principalmente, com Ben de Ebon Moss-Bachrach. É uma personagem adorada pelo público, é complexa e é a que sofreu mais com o seu ganho de poderes.
No entanto, acabamos por não ver muito desse sofrimento, apenas quando interage com a professora, que acaba por não significar muito para esta história.
O universo Marvel
Uma das razões para este pouco desenvolvimento é que o “Quarteto Fantástico” estará ligado aos “Vingadores”. Por isso, vamos voltar a vê-los e a conhecê-los melhor. Mas, não sendo a maior fã de super-heróis, preferia uma história mais desenvolvida e que tivesse um fim.
Esta ligação ao universo Marvel acaba por tornar o acompanhamento de todos os filmes e séries mais complicado e faz com que o “Quarteto Fantástico” pareça quase um trailer do que vem aí na nova fase da Marvel.
E tu, já foste ver “O Quarteto Fantástico” ao cinema?
Conclusão
Esta nova versão do “Quarteto Fantástico” apresenta-se como um bom ponto de partida para uma nova fase da Marvel, com uma estética retro-futurista bem conseguida e um elenco que brilha. No entanto, o pouco tempo de duração acaba por prejudicar o desenvolvimento das personagens e da história, deixando a sensação de que este filme serve mais como introdução ao que aí vem do que como uma narrativa completa por si só.