Famosa loja de decoração em risco de fechar em Portugal
A conhecida cadeia de decoração Gato Preto deu início a um Plano Especial de Recuperação (PER), após acumular prejuízos de 15 milhões de euros em 2024. Ou seja, com uma faturação que caiu para metade nos últimos três anos, a marca enfrenta uma profunda crise, seguindo o mesmo caminho de dificuldades que recentemente levou a concorrente Casa à falência.
Qual foi o problema que deu origem a esta situação?
Desde 2022, o Gato Preto perdeu cerca de 50% da sua faturação, que passou de 40,2 milhões de euros para 21,3 milhões em 2024. A empresa, detida pelo Grupo Aquino (Coimbra), admite “pressões económicas e financeiras” prolongadas, que obrigam agora a uma reestruturação completa do modelo operacional.
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Da mesma forma, a força de trabalho foi significativamente reduzida. Saíram 123 colaboradores, quase um terço da equipa, restando apenas 241 trabalhadores no final do último exercício. A marca afirma, no entanto, que o novo plano visa preservar os atuais postos de trabalho e reorganizar as responsabilidades financeiras.
Qual é a solução estratégica?
O processo especial de recuperação foi entregue no Tribunal de Sintra, que já nomeou Jorge Calvete como administrador judicial provisório. Entre os credores listados no processo estão bancos como BCP, BBVA, Banco Montepio, Novobanco e BPI.
A empresa justifica o PER como uma medida essencial para garantir a continuidade da operação e a confiança dos clientes. O objetivo central passa por estabilizar a atividade, recuperar rentabilidade e preparar o terreno para uma futura revitalização.
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Assim sendo, como parte do esforço de recuperação, o acionista principal realizou um aumento de capital de 19 milhões de euros em março de 2025, através da conversão de suprimentos em ações. Esta medida foi acompanhada por uma mudança na liderança, com a entrada de Mónica Brogueira como nova CEO, substituindo Carolina Afonso.
Há outras lojas na mesma situação do Gato Preto?
No entanto o setor da decoração e artigos para o lar atravessa um momento particularmente difícil. A falência da Casa, que encerrou operações em Portugal na semana passada, sublinha a gravidade da situação. A marca colocou o stock em leilão para liquidar dívidas e oficializou a saída do mercado nacional.
Neste ambiente de retração do consumo e custos operacionais elevados, o Gato Preto tenta evitar um destino semelhante. Com 39 lojas físicas — 31 em Portugal e 8 em Espanha — e uma loja online com presença em França, a marca aposta no PER como solução para enfrentar a crise.
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Apesar das dificuldades, a administração do Gato Preto mostra-se determinada em manter a operação ativa. O foco está agora na reestruturação interna, controlo de custos e reforço da relação com clientes e fornecedores. Assim sendo a retalhista garante que continuará a oferecer produtos de qualidade, apostando na confiança como pilar essencial para a recuperação.
