Tom Holland transforma-se em anti-herói no novo filme de Jason Bateman
Há nomes que parecem ter nascido para uma década e Tom Holland foi, sem dúvida, o rosto dos anos 2020. Mas o tempo passa, mesmo para quem já salvou o multiverso, e chega aquele momento em que o ator precisa de provar que há vida para além da teia. E é aí, entre o medo de ficar preso e a vontade de começar do zero, que Holland dá o seu passo mais arriscado.
Tom Holland vai fingir a sua morte por 90 milhões?
Sim, leste bem, mas calma, não corras já para os tribunais. De acordo com a Variety, Tom Holland está em negociações para protagonizar The Partner, a nova adaptação do clássico thriller legal de John Grisham, desta vez com Jason Bateman ao leme da realização. O filme, baseado no best-seller de 1997, conta a história de Patrick Lanigan, um advogado com um plano brilhante: fingir a própria morte para fugir com 90 milhões de dólares roubados ao seu próprio cliente manhoso.
O projeto junta dois nomes improváveis neste tipo de narrativa: Tom Holland, que nos habituou a acrobacias em collants na saga do Homem-Aranha, e Bateman, que deixou os escândalos financeiros de Ozark para trás para mergulhar, ainda mais, no universo da corrupção legal. A ideia de ver Bateman a realizar um filme com este calibre já está a dar que falar, sobretudo porque é a primeira vez que alguém consegue tirar The Partner do limbo de Hollywood desde os anos 90.
Para Tom Holland, o papel marca uma viragem no seu percurso, de herói adolescente para anti-herói calculista, uma transição que pode mostrar se o jovem britânico tem estofo dramático fora da teia da Marvel. E para Bateman, o filme pode confirmar que o seu Emmy por Ozark não foi um golpe de sorte.
O regresso de John Grisham
Há quem diga que a Hollywood de hoje já não tem paciência para advogados. Numa era dominada por heróis de capa, dragões em CGI e distopias juvenis, o género “thriller legal” parecia condenado ao esquecimento, uma relíquia dos anos 90, quando John Grisham era rei do box office com filmes como The Firm, The Client ou A Time to Kill. Mas o ciclo pode estar a virar.
A verdade é que The Partner nunca foi esquecido, apenas… encalhado. Com mais de 11 milhões de cópias vendidas, o livro tinha tudo para ser um blockbuster: corrupção, perseguições, identidades falsas e uma pitada de crítica ao sistema judicial americano. O problema era encontrar a equipa certa para o trazer à vida. Até agora. Bateman, com o seu tom contido e desconfiado, e Tom Holland, com a energia de quem ainda tem algo a provar, são uma dupla intrigante.
Além disso, Graham Moore está a rever o guião, vencedor do Óscar por The Imitation Game, o que deixa antever um filme cerebral. E há um detalhe interessante: tanto Tom Holland como o seu irmão Harry Holland estão envolvidos na produção, através da Billy 17, o que indica que este é mais do que apenas um trabalho, é um projeto pessoal. E onde há investimento pessoal, há risco. Onde há risco… há esperança.
Quem mais está envolvido?
Além de Holland e Bateman, o filme junta pesos pesados por trás das câmaras. A produção está a cargo da Universal Pictures, com supervisão de Ryan Jones e Jacqueline Garell, responsáveis por vários projetos de alto perfil. E sim, John Grisham está envolvido como produtor executivo, um bom sinal para os fãs do autor, já que garante fidelidade à visão original.
O filme será produzido pelas equipas de Bateman (Aggregate Films) e Holland (Billy 17), com apoio de Jonathan Eirich e Nick Reynolds pela Rideback. Isto significa que há uma rede de produtores experientes a garantir que The Partner não acaba como mais um projeto perdido nos meandros do desenvolvimento.
Assim, este tipo de produção também marca um regresso às origens do thriller, numa Hollywood que começa a procurar narrativas menos dependentes de CGI. Tom Holland está prestes a trocar as acrobacias por argumentos legais e nós, por aqui, estamos prontos para o julgamento. Será este o papel que define a próxima fase da sua carreira? Será Bateman o realizador que finalmente nos dá um Grisham digno do original?