Países concorrentes já reagiram às novas regras da Eurovisão 2026
As mudanças anunciadas para o Eurovision Song Contest 2026 estão a gerar fortes reações entre as emissoras membros da União Europeia de Radiodifusão (EBU).
Na sexta-feira, a organização confirmou alterações significativas ao regulamento, que irão impactar o processo de votação, a composição dos júris e a forma como artistas e delegações podem participar em campanhas promocionais.
Novas regras alteram cenário competitivo do Eurovisão 2026

A Eurovisão 2026 chega com mudanças estruturais que pretendem reforçar a transparência, a segurança e a credibilidade do concurso. A partir do próximo ano, os artistas e as emissoras deixam de poder participar ou incentivar campanhas de promoção de terceiros. Além disso, o número de votos por dispositivo desce de 20 para 10, medida que procura limitar tentativas de manipulação de resultados.
Paralelamente, os júris regressam às semifinais pela primeira vez desde 2022. A sua composição também muda: passam a ser formados por sete jurados, entre os quais pelo menos dois jovens entre os 18 e os 25 anos. As profissões elegíveis para servir como jurado foram igualmente alargadas, procurando uma avaliação mais representativa e plural.
Para reforçar ainda mais a fiabilidade do processo, a EBU e o seu parceiro de votação Once irão expandir os mecanismos de segurança, com sistemas mais robustos para detetar padrões suspeitos e prevenir campanhas fraudulentas.
Emissoras começam a reagir às mudanças
As principais emissoras europeias começaram já a comentar estas alterações. As declarações revelam uma mistura de cautela, expectativa e algum otimismo. Embora muitas não tenham ainda decidido oficialmente a participação em 2026, reconhecem um esforço da EBU para responder às preocupações levantadas durante o último ano.
A emissora belga VRT afirmou publicamente que as mudanças seguem na linha das preocupações já discutidas entre os membros da EBU. Segundo a instituição, um sistema de votação claro e justo é essencial para manter a confiança no concurso. A VRT adiantou ainda que, juntamente com a RTBF, irá reavaliar condições e participação após a reunião da EBU em dezembro.
Embora não tenha comentado diretamente as regras, a emissora finlandesa Yle confirmou que irá apresentar a sua posição antes da Assembleia Geral da EBU. A decisão final dependerá das discussões entre os representantes dos países participantes. A direção da RÚV, de Islândia, considerou as medidas “um passo na direção certa”.
Já a RTÉ (Irelanda) destacou que o contexto político internacional, sobretudo os acontecimentos no Médio Oriente, também influencia as decisões sobre a participação em 2026. O tema estará na agenda da Assembleia Geral da EBU no inverno, onde o assunto será amplamente debatido.
Dos Países Baixos, a AVROTROS, que enviou representantes à Eurovisão no passado, afirmou que só irá comentar oficialmente depois da reunião da EBU em dezembro. Só então deverá confirmar se os Países Baixos participam ou não na edição de 2026.
Já a NRK mostrou-se satisfeita com as decisões anunciadas. A direção considera que a EBU ouviu as preocupações de vários países, incluindo a Noruega, e que os ajustes apontam para soluções mais equilibradas e transparentes.
Eurovisão 2026 realiza-se em Viena

Com nova regulamentação e reações diversas, a Eurovisão 2026 ganha forma. A competição terá lugar em Viena, depois da vitória austríaca com “Wasted Love”. As semifinais serão nos dias 12 e 14 de maio, e a grande final ocorre a 16, no Wiener Stadthalle, recinto que acolheu o concurso em 2015 e pode receber até 16 mil pessoas.
Assim, a atenção volta-se agora para dezembro, quando a EBU e as emissoras irão decidir os próximos passos e confirmar a lista final de participantes para uma edição.


