Cancelamento de Ruído perfeito, é possível?
Os Sony WH-1000XM6 são simplesmente fantásticos a anular o ruído à nossa volta. Serão perfeitos no resto?
A linha WH-1000X da Sony é presença garantida em rankings de headphones premium, especialmente quando o tema é o cancelamento ativo de ruído (ANC). No entanto, nem sempre a experiência é fantástica em todos os fatores que devemos analisar nuns auscultadores.
Quando a Sony revelou os WH-1000XM6, as mudanças apresentadas pareciam uma resposta direta às queixas mais comuns. Uma banda de cabeça mais larga, estrutura dobrável e um novo estojo rígido com fecho magnético prometiam corrigir os problemas indicados da geração anterior. Depois de semanas de teste, posso afirmar que a marca fez progressos reais — mas, ainda não está perfeito… dependendo do tipo de uso que lhes vão dar.
Os WH-1000XM6 são claramente mais confortáveis na cabeça do que os XM5. A banda de cabeça estreita, que antes criava pontos de pressão críticos, foi substituída por uma faixa mais larga e acolchoada, e que apesar de não ser muito maleável, praticamente não a sentimos. Na teoria e na prática inicial, a diferença é notória. Ainda assim, a margem de erro na posição de uso continua a existir: se o headphone não assentar no ponto exato, a pressão localizada pode regressar — apenas com menor intensidade. Começo por este ponto porque é provavelmente o ponto mais fraco destes auscultadores: o seu conforto começa a desaparecer ao fim de algumas horas.
Outro avanço significativo é a estrutura dobrável. Isso permite que o novo estojo seja mais compacto e resistente, com um fecho magnético que, apesar de levantar dúvidas sobre longevidade, impressiona pela sensação tátil segura. Este detalhe faz com que o conjunto seja mais fácil de acomodar numa mochila, algo que a Sony tinha deixado de priorizar com o design não dobrável do XM5. Posso garantir-vos que tudo parece Premium nesta caixa caixa. Sinceramente, gostei bastante.
Dito isto, a construção geral mantém a identidade leve e totalmente plástica da série poderá a gradar a uns e não a outros. Existem outros auscultadores que simplesmente têm um design mais Premium, mais agressivo, aqui, claro, dependendo dos todos. A parte das dedadas foi a que me deixou mais de pé atrás com o design ligeiramente mate.
Não ouvir nada à nossa volta? Sim!
O cancelamento ativo de ruído continua a ser um ponto fortíssimo da Sony. A sensação ao ativar o ANC é quase mágica: o mundo desaparece e apenas a música permanece. No XM6, a pressão auditiva que versões mais antigas criavam é agora mais controlada, mantendo o isolamento sem claustrofobia. Ainda assim, a diferença de desempenho face ao XM5 é tão discreta que parece confirmar algo que já suspeitávamos: o ANC pode ter atingido um teto tecnológico perceptível em headphones de consumo. Querem melhor do que isto? Terão de ir para algo muito mais pesado, como se fossem aqueles auscultadores que vemos nas Boxes da Fórmula 1. Mas, para nós, simples consumidores, neste momento não há melhor do que isto. É simplesmente incrível o que a Sony fez aqui.
Sim, os XM6 são melhores do que o XM5, mas não representam a revolução que a ficha técnica parecia antecipar. É um passo pequeno, ou simplesmente o único que tecnicamente se pode dar? Veremos para o ano. Mas, por agora, acreditem, é incrível. Quer seja em transportes, restaurantes, o que for… é de aplaudir como isto nos desliga do mundo se assim o quisermos.
Se analisarmos os WH-1000XM6 isoladamente, o desempenho sonoro é muito positivo. As vozes são claras, as músicas apresentam boa separação e o palco sonoro é agradável. O utilizador casual vai ficar impressionado nos primeiros segundos — e com razão. Contudo, aqui não existe o destaque que existe por comparação com a concorrência na parte do ANC. Estes Sony estão na linha da frente, mas não ganham com o destaque que conseguem ter no ANC. Mas, é uma questão de gostos. E porquê? A assinatura sonora da Sony continua a empurrar os graves para a frente do mix. Para muitos, isso será um bónus — especialmente em géneros modernos e pop, ou para quem quer jogar e sentir o que está a acontecer. A envolvência é brutal, a experiência vale a pena. Mas, para quem valoriza precisão, controlo e detalhe, existem outros auscultadores, até da Sony, que conseguem algo igual ou melhor, a um preço mais barato.
Autonomia e conectividade: igual ao que já era bom
Neste capítulo, a Sony manteve a fórmula conservadora. A bateria continua a aguentar cerca de 33 horas, os controlos táteis não mudaram (é aqui que entram as dedadas) e a app acompanha a mesma experiência altamente funcional. A vantagem é que tudo já funcionava bem. A desvantagem? Continua a não ser motivo para atualizar se já tiveres XM5 em perfeito estado. Mas se não tiverem os XM5, torna-se difícil não recomendar, principalmente se o ANC for o vosso foco.
Deves comprar?
Se és um utilizador que prioriza ANC forte e clareza vocal, e não te importas com uma construção leve e totalmente plástica, os Sony WH-1000XM6 são uma ótima opção. Mas se esperas a melhor experiência possível em som e conforto premium, não lideram a categoria em praticamente nenhum dos critérios, apesar de ficarem sempre lá perto. Seria até difícil ter aqui toda a tecnologia para ganhar em tudo sem “rebentar” com o peso e o conforto desaparecer.
Para quem já possui os XM5 em bom estado, a recomendação é mais direta: provavelmente não fará sentido atualizares, porque já tens algo realmente muito bom. Para quem está a comprar novo neste segmento, vale a pena olhar para alternativas que oferecem mais detalhe no som, ou mais conforto. No entanto, se aquilo que queres é boa bateria, excelente cancelamento de ruído e graves fortes, então é isto. E prepara-te, porque se estiveres a jogar, ou a ver uma filme/série onde a banda sonora e os efeitos sonoros que transportam para esse mundo, então estes XM6 é aquilo que tu precisas.
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