Ari Aster (Eddington) revela as suas influências no cinema
De No Country for Old Men a Do the Right Thing, estas são as influências do cinema de Ari Aster.
Ari Aster, o nome por detrás de filmes que nos assombraram como Hereditário e Midsommar, abriu a porta para o seu mundo cinematográfico no Criterion Closet, rubrica no YouTube amada por muitos cinéfilos. Aproveitando a divulgação do seu novo filme, Eddington, que estreia em Portugal este mês, este selecionou uma lista de filmes no armário de blurays da Criterion que o inspiram. O resultado é assim um roteiro claro e completo daquilo que move no seu trabalho: misantropia, ansiedade social, dinâmicas familiares e o humor negro.
Comédias Amargas e Críticas Sociais
Uma das paixões mais evidentes nas escolhas de Aster são os filmes que exploram o lado mais obscuro da sociedade americana com um humor raivoso. Por exemplo, ele destacou Ace in the Hole, de Billy Wilder, descrevendo-o como uma “comédia misantrópica honesta na sua raiva”, uma definição que se encaixa também perfeitamente na sua própria obra.
Além disso, Ari Aster demonstra uma sensibilidade parecida ao escolher A Face in the Crowd e Wanda, filmes que examinam a fragilidade do sonho americano e a corrupção que acompanha a fama. Outra referência forte é Do the Right Thing, de Spike Lee, que Aster considera um “texto seminal” sobre o relações raciais nos Estados Unidos.
Westerns, História e a Banalidade do Mal
Aster não esconde o amor pelo género western, mas foge do óbvio. Ele mistura o clássico Winchester ’73, de Anthony Mann, com os mitos de John Ford (Young Mr. Lincoln e My Darling Clementine), mas também avança para a reinvenção do género com No Country for Old Men, dos irmãos Coen, que considera “perfeito”.
Outra escolha reveladora é Lacombe, Lucien, de Louis Malle uma visão desconfortável da história, que mostra como regimes autoritários podem seduzir um jovem ingénuo.
Ari Aster e os Mestres da Tensão e Violência
O diretor também mostrou seu apreço por quem sabe criar suspense e atmosfera. Graduation, o drama romeno de Cristian Mungiu de 2016, é um exemplo, com sua capacidade de construir uma tensão familiar insuportável. Aster também se rende a thrillers como The Grifters, de Stephen Frears
O entusiasmo por Targets, de Peter Bogdanovich, e Straw Dogs, de Sam Peckinpah, reforça assim a ideia de que Aster procura filmes que combinam terror psicológico com violência visceral. Isto é algo evidente em “Hereditário”, a sua primeira longa-metragem.
Estas escolhas deixam no ar a promessa de que Eddington, o novo filme de Aster, será um filme desafiador, que mistura géneros e bebe da história do cinema americano, mas com o toque único e perturbador de Aster.
Já viste alguns destes filmes que influenciaram Ari Aster?