“Magoou-me a sério”, Bill Murray recusa-se a trabalhar novamente com esta atriz
Bill Murray é daqueles homens que ou se adora ou se evita como a peste—e, às vezes, ambas as coisas ao mesmo tempo.
Há figuras em Hollywood que transcendem o mero estatuto de estrela para se tornarem mitos ambulantes. Bill Murray é uma delas. Com uma carreira repleta de momentos icónicos—desde “Ghostbusters” até “Lost in Translation“—o ator construiu uma aura de génio imprevisível, misturando comédia ácida com uma certa melancolia existencial. Mas, como qualquer lenda, Murray carrega consigo histórias que não são tão brilhantes quanto o seu sorriso sardónico. E uma delas envolve sangue, murros e uma promessa nunca cumprida.
Carol Kane e o murro que cortou relações
Nem todos os fantasmas de “Scrooged” (1988) eram fruto da imaginação de Charles Dickens. Alguns eram bem reais—e dolorosos. O filme, uma adaptação moderna de “A Christmas Carol”, colocou Bill Murray no papel de Frank Cross, um executivo de televisão cínico que recebe a visita de três espíritos natalícios. Um deles, o “Espírito do Natal Presente”, era interpretado por Carol Kane, uma atriz conhecida pelo seu talento peculiar e físico diminuto. O que ninguém esperava era que ela fosse capaz de deixar Murray com um lábio a sangrar.
A dinâmica entre os dois nos bastidores foi, digamos, intensa. Kane, dentro de um fato pesado e desconfortável, teve de executar várias cenas em que agredia fisicamente Bill Murray—beliscões, empurrões, murros. O problema? Ela começou inegavelmente a levar essas ações demasiado a sério. Numa entrevista a Ian Spelling em 1989, Murray confessou: “Há um pedaço de pele que liga o lábio às gengivas, e ela puxou-o para trás. Magoou-me a sério, mas a ideia de ser físico foi minha… só que ela decidiu não controlar os murros.”
Assim, quando questionado se alguma vez trabalharia novamente com Kane, a resposta de Murray foi rápida e cortante: “Sobre o meu cadáver.” Dito com um sorriso, como é seu timbre, mas com uma firmeza que deixou poucas dúvidas. E, de facto, os dois nunca mais partilharam ecrã.
O legado de Bill Murray
Bill Murray não é um homem fácil. Isso já se sabe. A sua reputação em Hollywood precede-o: histórias de atrasos, exigências bizarras e um perfecionismo que beira a obsessão são lendárias. Mas há uma linha ténue entre o génio intratável e o colega de trabalho insuportável—e Murray, aparentemente, dança sobre ela com a graça de um elefante num loja de porcelana.
Assim, curiosamente, “Scrooged” acabou por se tornar um filme de culto natalício, apesar das suas turbulências. O próprio Murray, inicialmente crítico do projeto, acabou por ceder inegavelmente à sua magia anos mais tarde. Mas Carol Kane ficou para trás como uma nota de rodapé peculiar na sua carreira—uma lembrança física de que, por vezes, a química entre atores pode ser mais explosiva do que o guião exige.
E assim ficamos com uma pergunta: será que Murray leva rancor ou é tudo parte do seu humor negro? O ator, mestre em confundir realidade e ficção, nunca esclareceu totalmente. Mas uma coisa é certa: quando Bill Murray diz “nunca mais”, é melhor acreditarem nele.
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