Model designer português contou-nos como criou a LEGO Death Star
O universo LEGO Star Wars ganhou uma nova peça central. A loja LEGO do centro comercial Colombo, em Lisboa, apresentou a mais recente versão da estação espacial Death Star num evento que reuniu fãs da saga, colecionadores e entusiastas de construção. Nesse sentido a MHD teve a oportunidade de falar com o model designer português César Soares, responsável pelo design do set.
LEGO Death Star demorou meses a ser feito
Durante a apresentação, César Soares detalhou o processo criativo por trás do projeto, que ele e a sua equipa concluíram ao longo de 13 meses. Trabalharam em estreita colaboração com a Lucasfilm e a Disney, num exercício contínuo de equilíbrio entre fidelidade cinematográfica e jogabilidade. Assim sendo o set, com cerca de 8 quilos, reúne múltiplas áreas temáticas e foi concebido para incentivar a partilha. Com seis livros de instruções, o modelo permite que várias pessoas construam simultaneamente, promovendo uma experiência de montagem colaborativa.
Foram 13/14 meses, quase ininterruptamente a trabalhar neste set. E este set como qualquer outro que nós trabalhamos, o processo de design é muito parecido. Nós construímos uma vez, fazemos uma primeira passagem e depois outra melhorando. Há coisas que funcionam, há coisas que não funcionam e nós temos que melhorar. Mudar, adaptar, resolver os problemas e é este processo vezes e vezes em conta.
O interior da estação espacial surpreende pela riqueza de pormenores. Os designers desenharam com atenção meticulosa ao detalhe a sala compactadora de lixo, o hangar, a sala do trono do Imperador e até uma sala escondida onde um stormtrooper toma banho — referência direta aos jogos LEGO Star Wars. Assim sendo a disposição aberta do modelo facilita a exploração destas divisões, algo que o designer considera essencial para garantir a diversão e a acessibilidade do set.
A escolha da forma foi meramente artística
Ciente de que o modelo não segue o formato esférico clássico associado à Death Star, Soares antecipou críticas e abordou o tema com clareza. Ou seja, ao optar por uma estrutura semiaberta, privilegiou a funcionalidade, especialmente para quem valoriza a interação com as várias áreas internas do set. A parte traseira, classificada por alguns fãs como “incompleta”, foi, segundo o designer, pensada com um propósito prático.
Nós já fizemos 3 estrelas da morte e uma era puramente exposição. A primeira, que era a Estrela da Morte 2 e as outras 2 eram mais sets de brincar, mas desta vez queremos fazer algo diferente, algo que fosse também de exposição que fosse também bonito e ter uma prateleira. Mas se tivesse foco no interior, porque o que se passa no interior da estrela da morte é fundamental, é icónico, é o que as pessoas se lembram mais de uma maneira geral. Portanto, o nosso foco foi no interior e em ter todas as salas.
No entanto, apesar da receção mista por parte de alguns setores do público, o criador mantém-se confiante nas decisões tomadas. “Fiquei um pouco triste com algumas opiniões,” admitiu Soares durante a apresentação, “mas acima de tudo sou profissional e o meu foco esteve sempre na experiência de quem constrói.”
E sendo realista, maioria coloca contra uma parede numa prateleira ou num armário, portanto, a parte de trás nunca foi uma prioridade. Seria insensato, na nossa opinião, gastar uma grande parte do orçamento em acabar a parte de trás ou pôr mais arranjada.
Apesar das críticas, é um dos grande sucessos LEGO do momento
Assim sendo a nova Death Star da LEGO representa mais do que um simples modelo: é uma peça que conjuga técnica, narrativa e humor, características que há décadas definem a linha LEGO Star Wars. Ao integrar referências subtis e soluções práticas de design, o projeto reflete o compromisso de César Soares em criar uma experiência memorável tanto para fãs veteranos como para novos construtores.