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Christopher Nolan considera esta a melhor performance do ano

Christopher Nolan não costuma distribuir elogios de forma leviana. Quando o realizador de Oppenheimer decide dizer que “não veremos melhor performance este ano — ou em muitos outros”, o mundo do cinema ouve com atenção.

E desta vez, o destinatário desse grande titulo não foi Cillian Murphy, nem Christian Bale.

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Qual a performance favorita do ano para Christopher Nolan?

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Durante uma conversa no podcast The Director’s Cut com Benny Safdie, o realizador do novo drama The Smashing Machine, Christopher Nolan deixou cair um elogio que soou quase como uma profecia: “Acho que é uma interpretação incrível. Não creio que vejam uma melhor este ano, ou em muitos outros.”

Assim, o filme, produzido pela A24, retrata a vida real de Mark Kerr, campeão de MMA e figura trágica da viragem do milénio. Johnson interpreta Kerr num papel que o afasta completamente da sua imagem habitual de super-herói musculado. Mas aqui, em vez de salvar o mundo, ele tenta salvar-se a si mesmo: das drogas, da fama e da própria destruição. Emily Blunt aparece como Dawn Staples, a mulher que o ama e o vê desmoronar.

Safdie, conhecido pelo nervo caótico de Uncut Gems, venceu o prémio de Melhor Realização em Veneza por este retrato cru da masculinidade moderna mas, ironicamente, o filme acabou por ter uma estreia morna: apenas 5,9 milhões de dólares no primeiro fim de semana nos EUA. Nada comparado aos números típicos do “The Rock”, mas talvez, como disse Christopher Nolan, “será compreendido mais com o tempo.”

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Este papel vai mudar a carreira de Dwayne Johnson?

The Smashing Machine com The Rock
© A24

Pode parecer improvável, mas é precisamente isso que está em jogo. Logo, Dwayne Johnson sempre foi o rosto do espetáculo, do entretenimento fácil e da bilheteira garantida. The Smashing Machine é o seu Raging Bull, a prova de que até o maior corpo de Hollywood pode esconder fragilidade.

“Não se pode controlar os resultados de bilheteira”, disse Johnson numa declaração após a estreia. “Mas percebi que se pode controlar a entrega, o desaparecimento total dentro da personagem. Este papel mudou a minha vida.”

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E se há coisa que Christopher Nolan valoriza, é precisamente essa entrega. Assim, no mesmo podcast, entre risos, o realizador contou que Safdie andava a recrutar atores para o seu filme durante as filmagens de Oppenheimer. “Ouvi um rumor de que, quando devias estar a decorar as tuas falas, estavas a convencer pessoas a entrar no teu projeto”, brincou Nolan. “Pelos vistos, resultou.”

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Qual o futuro do cinema e das estrelas?

The Smashing Machine
©A24

Num tempo em que o sucesso de bilheteira dita o destino dos artistas, The Smashing Machine é quase um ato de rebeldia. Christopher Nolan elogiou o filme precisamente por isso: “É uma obra notável e radical, que será compreendida mais e mais com o tempo.”

Palavras simples, mas pesadas, vindas de alguém que transformou o blockbuster em arte (Oppenheimer, Interstellar, Tenet). E vindas de Christopher Nolan, não são um elogio qualquer, são quase uma canonização. É curioso: num ano em que Hollywood continua a debater-se entre sequelas, remakes e o medo do risco, dois nomes conhecidos pelo músculo, um na direção, outro na performance, encontraram forma de provar que ainda há espaço para a vulnerabilidade.

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Mas quem diria que The Rock, o homem mais indestrutível do cinema de ação, acabaria por emocionar precisamente por se partir em pedaços? No fim de contas, talvez Nolan tenha razão: The Smashing Machine não é um sucesso imediato, mas pode tornar-se num daqueles filmes que, anos depois, alguém descobre numa madrugada insone e pensa: “Como é que isto passou despercebido?” E tu, acreditas que Dwayne Johnson merece um Óscar por este papel?


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