Criador de Andor revela a polémica por trás do momento mais chocante de Star Wars
Nem tudo na galáxia distante de Star Wars é tão simples como Jedi contra Sith. Às vezes, a verdadeira tragédia está no que nunca chega a ser dito.
A série “Andor” elevou o patamar do que se espera de um spin-off de Star Wars. Longe das batalhas de sabres de luz e do maniqueísmo cósmico, a narrativa mergulha na lama da opressão, da burocracia implacável do Império e, sobretudo, nas pequenas tragédias pessoais que definem uma revolução. Mas nem todas as escolhas criativas foram pacíficas. Tony Gilroy, o showrunner da série, travou batalhas nos bastidores para preservar alguns dos momentos mais marcantes da história — incluindo um que redefine o destino de um dos seus vilões mais patéticos.
O encontro que mudou tudo em Star Wars
No oitavo episódio da segunda temporada da série Star Wars, intitulado “Who Are You?“, Syril Karn — o burocrata obcecado que persegue Cassian Andor desde o primeiro episódio — finalmente cruza-se com o seu alvo. Mas o confronto não é o que ele imaginou. Assim, depois de uma vida de fracassos e de se deixar manipular pelo Império, Syril depara-se com Cassian no meio do caos de Ghorman, um planeta devastado por um massacre imperial. E quando ataca, a resposta de Andor é um seco: “Quem és tu?”.
A frase é um golpe mortal. Syril, que dedicou anos a esta obsessão, percebe que, para Cassian, ele não passa de um estranho. Um detalhe insignificante. E antes que possa sequer articular uma resposta, morre — sem fechar o ciclo, sem ser lembrado, sem significado. Como revelou Tony Gilroy numa livestream na conta oficial de Star Wars com o elenco, esta cena quase não aconteceu como a conhecemos.
“Tive de lutar por essa linha”, admitiu Gilroy. “Houve muita controvérsia.” Diego Luna, que interpreta Cassian, confirmou que a frase foi alvo de discussões intensas. Chegaram a gravar versões alternativas, mas Gilroy manteve-se firme: “É esta. Tens de perceber, é esta.” Kyle Soller, o ator por trás de Syril, descreveu o momento como “o golpe final” para a personagem em Star Wars — a cruel ironia de ser irrelevante para o homem que consumiu a sua vida.
O queque que quase não existiu
Mas nem todas as disputas em “Andor” foram sobre momentos dramáticos. Numa revelação mais leve, Gilroy confessou que também teve de insistir para incluir… um queque. Sim, um simples bolinho. No episódio “What a Festive Evening“, o cientista imperial Doutor Gorst é visto a entrar no seu laboratório de tortura com um queque decorado, que coloca numa mesa antes de ser surpreendido por Bix. Um detalhe aparentemente insignificante, especialmente para Star Wars, mas que Gilroy achou essencial.
“Também tive de lutar por aquele queque”, riu-se. “Não sei porquê, mas eu queria ali aquele bolinho! Ninguém mais queria.”
Assim, por trás do humor, há uma lição: até nas menores escolhas, a visão do criador pode ser contestada em Star Wars. “Andor” é inegavelmente uma série meticulosa, onde cada linha, cada objeto em cena, tem peso narrativo. O queque de Gorst não é só um queque — é um contraste absurdo entre o banal e o horrível, um lembrete de como a normalidade coexiste com a barbárie no Império.
Qual destes momentos te marcou mais? A indiferença que mata Syril, ou o queque que ninguém queria? Deixa a tua opinião nos comentários.
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