Dakota Johnson revela os culpados pelo fracasso de Madame Web
Dakota Johnson sabe que, em Hollywood, nem todas as batalhas se podem vencer, mas algumas, pelo menos, devem ser travadas.
Dakota Johnson não é estranha aos caprichos de Hollywood. Assim, entre os sucessos e os tropeços, a atriz tem navegado com uma mistura de charme e franqueza rara num meio onde a diplomacia costuma reinar. Mas quando o assunto é Madame Web, o tom é menos diplomático e mais… desiludido. A adaptação da Sony, que prometia mergulhar no universo das teias do destino, acabou inegavelmente por se enredar nas teias da indústria—e Johnson não tem medo de apontar o dedo.
A questão, assim, vai além de um simples filme mal recebido. Fala-se de um sistema onde, cada vez mais, as decisões criativas são tomadas por comités, algoritmos e executivos cuja noção de arte se resume a gráficos do Excel. E Dakota Johnson, com a sua habitual mistura de sarcasmo e sinceridade, decidiu que já chega.
“Não Fui Eu”, Dakota Johnson desafia Hollywood
A declaração é clara: “Não foi culpa minha.” Dakota Johnson, em entrevista ao Los Angeles Times, não poupou palavras ao refletir sobre o fracasso estrondoso de Madame Web. Assim, o filme, que arrecadou uns míseros 43 milhões de dólares nos EUA e conquistou um vergonhoso 11% no Rotten Tomatoes, tornou-se rapidamente num saco de pancada cultural. Mas, segundo a atriz, o problema não estava no elenco ou na premissa—estava nos corredores dos estúdios.
“Há esta coisa que acontece hoje em dia, em que muitas decisões criativas são tomadas em comité. Ou por pessoas que não têm um único osso criativo no corpo. E é muito difícil fazer arte assim. Ou fazer algo que possa entreter minimamente,” explicou Dakota Johnson. O tom é de frustração, mas também de resiliência. Johnson não está a pedir desculpas, está a apontar um problema sistémico.
E o que aconteceu, exatamente? Madame Web começou como uma coisa e transformou-se noutra, deixando a protagonista como mera passageira num projeto que já não reconhecia. “Fui levada pela corrente,” admitiu Dakota Johnson. Mas, como bem salientou, “filmes com orçamentos avultados falham o tempo todo.” A diferença? Desta vez, ela não está disposta a levar a culpa.
O que falta em Hollywood? Alma
Se há algo que Dakota Johnson critica com veemência, é inegavelmente a crescente desconfiança da indústria na inteligência do público. “Os filmes são feitos por um realizador e uma equipa de artistas à sua volta. Não se pode fazer arte baseada em números e algoritmos,” disse à Bustle no rescaldo do fracasso. “O meu sentimento, há muito tempo, é que o público é extremamente inteligente—e os executivos começaram a acreditar que não são.”
A solução? Voltar ao básico. Materialists, o seu novo projeto com a realizadora Celine Song (Past Lives), parece ser o antídoto. Um romance com Pedro Pascal e Chris Evans que, nas palavras de Dakota Johnson, “tem alma e coração”—algo que falta em muitos dos guiões de comédias românticas que lhe chegam às mãos. “Desculpem, mas não são bons,” ri-se. “Muito do que leio hoje em dia está vazio de emoção. E Celine é pura emoção.”
Aqui, a personagem de Dakota Johnson não é uma caricatura, mas alguém “confusa sobre o que fazer com o seu coração.” E é essa humanidade, essa imperfeição, que falta inegavelmente em tantas produções de Hollywood. Assim, se Madame Web foi um pesadelo burocrático, Materialists parece ser o despertar—pelo menos para a atriz.
Já te cansaste de ver boas premissas arruinadas por decisões de estúdio? Ou ainda acreditas que Hollywood pode surpreender? Deixa a tua opinião nos comentário.