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Eternity, Para Sempre – Análise

David Freyne escreveu e realizou “Eternity” o novo filme da A24. O filme acompanha Joan, que depois de morrer fica presa num lugar além-vida onde tem apenas uma semana para escolher com quem quer passar a eternidade.

Com Larry, o homem com quem partilhou a sua vida e criou família ou Luke, o seu primeiro marido que morreu na guerra e esperou sessenta e sete anos pela sua chegada. Este novo filme conta com Callum Turner, Elizabeth Olsen, Miles Teller, John Early e Da’Vine Joy Randolph nos papéis principais.

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A originalidade do plot

Com apenas cinco filmes no seu currículo, David Freyne passou despercebido, até agora. O seu novo filme “Eternity” coloca-o como um dos realizadores a ter em conta, principalmente no que toca à sua escrita. “Eternity” é merecedor de uma nomeação para o Óscar de Melhor Argumento Original. A sua história é muito criativa e o world building foi criado com muita atenção ao pormenor.

Não há falhas no departamento de criação deste universo pós vida. Está feito de forma muito original e achei muita graça à forma como fazem uma propaganda de eternidades, até com anúncios na televisão. Esta é uma forma de reinventar o plot do triângulo amoroso, ao mesmo tempo que reflete sobre uma bonita mensagem relativa ao que é o amor.

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Uma história character driven

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Apesar de todo este world building de que falo, esta é uma história que se foca a 100% no desenvolvimento das personagens. E mesmo sendo um filme relativamente curto, que passa muito depressa, sentimos que ficamos a conhecer estas personagens.

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Claro que este sucesso em termos de desenvolvimento de caráter também está muito relacionado à qualidade dos seus atores. Elizabeth Olsen e Miles Teller são muito credíveis enquanto casal. Nota-se um grande trabalho que torna subtil a forma como, nos maneirismos e na forma de falar, nos mostram que já foram velhotes.

Callum Turner ainda está no “início” da sua carreira, mas merece o destaque que este papel lhe pode dar. É um ator que já mostrou a sua versatilidade em “Masters of The Air” e “The Boys in The Boat” e que, aqui, é um romântico introspetivo.

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A dinâmica entre Miles Teller e Da’Vine Joy Randolph também é hilariante. São dois atores com muito carisma e completam-se de forma muito engraçada neste filme.

Um after-life muito colorido

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Além da história e das suas personagens, o visual também nos enche as medidas. É um filme com muita cor, algo que não se vê muito no cinema atualmente. E mesmo o visual e o design de produção é utilizado para criar momentos de humor. Como no caso do manto que alterna entre o dia e a noite e faz o pós-vida parecer um teatro.

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O novo filme de David Freyne tem feeling de clássico instantâneo. Tem um visual moderno e uma história original. Mas, ao mesmo tempo, tem o estilo de comédia romântica dos anos 2000 e o guarda roupa e design dos anos sessenta.

“Eternity” mostra que as comédias românticas estão de boa saúde e recomendam-se. Não me refiro apenas ou especificamente a este filme, mas gostaria de voltar a ver as comédias românticas a serem notadas pela academia, como em tempos foram.

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Conclusão

“Eternity” confirma David Freyne como um realizador a ter em conta. A história, original e criativa, alia-se a personagens bem desenhadas e a um elenco muito talentoso num pós-vida colorido e carregado de emoção. O filme prova que as comédias românticas ainda têm força e merecem destaque.

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8/10
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