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Martin Scorsese revela o melhor filme de gangsters de sempre

Se há nome que ressoa como um tiro num beco escuro quando se fala de filmes de gangsters, é o de Martin Scorsese.

O realizador nova-iorquino, com os seus fatos bem cortados, óculos redondos e um olhar que parece dissecar a alma humana, tornou-se sinónimo de histórias de crime, poder e redenção falhada. Mas, como qualquer grande mestre, Martin Scorsese também teve os seus mestres. E entre as sombras do cinema clássico, há uma obra esquecida que ele considera a maior de todas.

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O melhor filme de gangsters de sempre, segundo Martin Scorsese

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Martin Scorsese | Editorial credit: taniavolobueva / Shutterstock.com

Numa entrevista ao “The Daily Beast“, Martin Scorsese revelou o seu filme de gangsters favorito: “Blood Money” (1933), de Rowland Brown. “Este é o meu preferido”, afirmou. “O final é inesquecível.” A declaração pode surpreender quem esperava “The Godfather” ou “The Untouchables”, mas Scorsese nunca foi um homem de escolhas óbvias.

“Blood Money” segue George Bancroft como um agente de fianças que navega entre a alta sociedade e o submundo de Los Angeles. Quando se envolve com uma socialite, é arrastado para uma teia de traição e violência. O filme, quase desconhecido hoje, foi inegavelmente visionário na sua abordagem crua da corrupção e da ambiguidade moral. “Rowland Brown fez três filmes duros e sardónicos no início dos anos 30”, explicou Martin Scorsese. “Cada um deles conhecia bem a política urbana, a corrupção, a cumplicidade entre polícias e criminosos.”

Assim, o realizador descobriu “Blood Money” ainda jovem, numa das suas muitas maratonas de cinema, e o impacto foi imediato. “Transformou a minha maneira de ver histórias de crime”, admitiu. Apesar de ter visto milhares de filmes desde então, nenhum superou este. A razão? A forma como Brown misturava glamour e sujidade, mostrando que, no fundo, polícias e gangsters são dois lados da mesma moeda.

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Porque é que “Blood Money” ainda importa?

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Tudo Bons Rapazes © Warner Bros. Entertainment

Assim, num mundo onde “The Godfather” é citado até à exaustão, “Blood Money” permanece uma relíquia obscura. Mas a sua influência é visível no trabalho de Martin Scorsese. A ambiguidade moral de “Goodfellas“, a violência súbita de “Raging Bull“, até o fatalismo em “The Irishman” — tudo parece ecoar inegavelmente a visão de Brown. O filme foi pioneiro ao retratar o crime não como um espetáculo, mas como um sistema.

E é aqui que a história fica interessante: se Martin Scorsese, o maior realizador de gangsters do mundo, elege um filme esquecido como o seu favorito, o que é que isso nos diz sobre o género?

Que o verdadeiro crime, afinal, não está nas balas ou nos negócios sujos, mas na forma como o poder corrói até os homens mais inteligentes.

Já viste “Blood Money”? Ou achas que Martin Scorsese devia ter escolhido outro filme? Deixa a tua opinião nos comentários.



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