© Marvel Studios 2015 / ©2018 Sony Pictures Animation Inc. (Editado por Vitor Carvalho, © MHD)

Marvel perde o escritor de Hulk, Spider-Man 2099 e Thunderbolts

A Marvel pode ter os seus deuses do trovão e reis de Wakanda, mas poucos souberam dar alma aos monstros como este grande escritor.

O universo da banda desenhada da Marvel está mais silencioso esta semana. Não por falta de superpoderes ou vilões a combater, mas porque uma das vozes mais distintivas da nona arte se calou.

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O fim de uma era na Marvel

Spider-Man 2099 Marvel
© 2023 Sony Pictures Animation/Columbia Pictures. All Rights Reserved.

Nascido em 1956, em Fort Meade, Maryland, Peter David não era apenas um “escritor de coisas”, como modestamente se autointitulava no seu site. Era um contador de histórias com raro talento para equilibrar ação e introspeção, para transformar monstros verdes em tragédias shakespearianas e heróis cósmicos em figuras humanamente frágeis. Circulou entre Marvel, DC e até os domínios sombrios de Stephen King, deixando marcas em cada universo que tocou.

A noticia veio no domingo passado, Peter David morreu aos 68 anos. A sua batalha contra problemas de saúde—complicações renais, derrames, o lento desgaste de um corpo que já não acompanhava a mente—foi longa e, em momentos, cruelmente pública. Nos últimos anos, os fãs acompanharam campanhas de GoFundMe para cobrir despesas médicas após o seu seguro de saúde ter falhado, uma realidade absurda para um homem que ajudou a construir impérios multimilionários.

O seu legado, porém, vai além dos super-heróis da Marvel. Escreveu romances, guiões para videojogos, episódios de “Young Justice” e até adaptações da saga “The Dark Tower“. Era um escritor no sentido mais puro. E, no entanto, apesar de toda a influência, os últimos anos foram marcados por dificuldades financeiras, um contraste amargo para quem deu tanto a um entretenimento que hoje domina as bilheteiras de cinema.

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O que fica quando perdemos um escritor?

Filmes 2003
Hulk © 2003 Universal Studios. ALL RIGHTS RESERVED.

Se há uma ironia trágica na morte de David, é que ele, mais do que muitos, soube escrever sobre a fragilidade humana. Assim, a sua versão de Bruce Banner não era apenas um cientista atormentado por um alter-ego destruidor; era um homem que lutava contra a natureza, contra a ideia de que a raiva é sempre um monstro e nunca um instrumento. Essa complexidade elevou “O Incrível Hulk” a patamares raros, atraindo até leitores que normalmente torciam o nariz a super-heróis.

Não foi só no mundo da Marvel que deixou a sua marca: na DC, reinventou “Aquaman” como um rei de tridente e tragédia, e em “Spider-Man 2099“, criou um futuro que ainda hoje inspira adaptações. Assim, Peter David não era Stan Lee—não era o rosto sorridente que aparecia em cameos da Marvel ou encabeçava eventos. Talvez por isso a sua morte ressoe de forma diferente: não é o fim de um ícone pop, mas de um artesão que moldou silenciosamente o imaginário de milhões.

O que fica, então? Assim, ficam os 12 anos de “Hulk” que redefiniram a personagem da Marvel. Fica o “Spider-Man 2099”, que antecipou o fascínio por distopias antes que fossem moda. Ficam os “Thunderbolts“, a equipa de anti-heróis que provou inegavelmente que até os vilões podem ter camadas. E, claro, ficam as suas palavras—aquelas que nos faziam rir, pensar, ou chorar numa página particularmente bem escrita da Marvel. A banda desenhada perdeu um dos seus grandes.

Qual é a tua memória favorita das obras de Peter David? Deixa a tua opinião nos comentários. 



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