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Nova política da HBO Max apanha de surpresa milhões de utilizadores

Prepara-te, porque a maré está a mudar e não são só nos mares de Westeros, mas na tua subscrição da HBO Max.

Confesso, quando se fala em partilha de passwords, lembro-me logo daquelas histórias familiares em que a prima da tia do cunhado ainda vê HBO Max com a conta que o vizinho criou em 2019. Era quase um pacto não escrito, um código secreto de solidariedade digital. Mas essa era dourada, ao que tudo indica, está com os dias contados.

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HBO vai ficar mais estrita

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© HBO / Diego Thomazini/ShutterStock (ID: 2223881065) / (Editado por Vitor Carvalho, © MHD)

A Warner Bros. Discovery (WBD), dona da HBO Max, parece ter decidido que chegou a altura de jogar ao ataque. Num combate bem real contra aqueles que “emprestam” a conta, e por “emprestar” entenda-se “ceder graciosamente a quem nunca pagou um tostão”. Mas agora… agora a conversa vai mudar.

A partir de setembro, começa a fase “sem rodeios”: mensagens diretas para quem acede fora do lar oficial da conta, pedindo para pagar ou sair. E aqui, sejamos honestos, não vai ser só a tia, a prima e o cunhado a serem apanhados. A rede foi lançada e, segundo JB Perrette, responsável pela divisão de streaming da WBD, já sabem exatamente quem é utilizador legítimo e quem não é.

HBO declara guerra às passwords emprestadas

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Em conferência de resultados, JB Perrette deixou claro: a primeira fase — a “de boas maneiras” — acabou. Agora, a política será “muito mais agressiva”. Nos EUA, quem quiser continuar a aceder de fora de casa à HBO terá de pagar cerca de 7,99 dólares por mês por uma conta adicional. Não é apenas pagar por pagar; este membro extra terá login e perfil próprios, histórico transferível e recomendações personalizadas, mas com a limitação de ver apenas num dispositivo de cada vez.

Isto não é apenas um capricho: a estratégia segue um padrão já visto noutras plataformas. Assim. a Netflix fez escola ao usar dados como IP, ID do dispositivo e atividade de conta para definir “residência”. Resultado? Uma enxurrada inicial de críticas, ameaças de cancelamento e memes furiosos… mas também nove milhões de novos assinantes logo no primeiro trimestre de 2024. No mundo empresarial, números falam mais alto que hashtags.

Mas, o Disney+ não quis ficar atrás e, no final de 2024, também começou a bloquear acessos externos não autorizados, alterando os termos de uso e aplicando as restrições gradualmente. É quase como se todos os grandes estúdios tivessem decidido, em simultâneo, fechar a torneira.

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Uma jogada de xadrez para o futuro

Esta mudança na HBO Max não é um ato isolado. É parte de um reposicionamento estratégico mais amplo na WBD. O serviço voltou recentemente ao nome original, abandonando o rebrand “Max” que durou menos de dois anos, e anunciou para 2026 uma divisão da empresa em duas novas entidades: uma dedicada a cinema e outra a notícias e desporto.

Ao limitar a partilha gratuita, a empresa procura reforçar as receitas internas, especialmente no mercado norte-americano, onde a HBO Max só conseguiu cerca de 200 mil novos assinantes no último trimestre, enquanto no estrangeiro a expansão continua a bom ritmo.

Pessoalmente, compreendo o lado empresarial: manter produções como House of the Dragon, Euphoria ou The Last of Us custa milhões. Mas não posso deixar de sentir que esta mudança vai acabar com aquele charme “familiar” das contas partilhadas. Ainda assim, talvez seja o preço a pagar para termos mais histórias de qualidade e menos cancelamentos inesperados.

Estás pronto para abrir a carteira ou vais aproveitar até ao último segundo da tua “assinatura emprestada”? Partilha a tua opinião nos comentários.

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