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Rabo de Peixe T2 – Análise

“Rabo de Peixe” chegou à Netflix em 2023. Rapidamente, a série tornou-se num grande sucesso, não só em Portugal, mas em vários outros países em que chegou ao Top10 da Netflix, com o nome internacional de “Turn of The Tide”.

O elenco formado por José Condessa, Pêpê Rapazote, Albano Jerónimo, Helena Caldeira, entre outros talentos nacionais, juntando ao pacing rápido e história inspirada num caso real, foram elementos que contribuíram para este sucesso.

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Agora, em 2025, a série regressa para a sua segunda temporada. Com novas adições ao elenco, como Paolla Oliveira, José Raposo e Ricardo Pereira. Com o mesmo ritmo rápido, humor e drama mas com uma história mais dark, mais desafios e mais consequências.

Um presságio

A segunda temporada começa com Eduardo a chegar à América. Contudo, as coisas não correm como se esperava. Assim, há uma cena em que Eduardo e Carlinhos estão na prisão e começa a nevar. O entusiasmo é grande, pois nenhum dos dois viu neve. Este é um momento de felicidade e esperança. Que, no entanto, leva a um lugar muito negro após começar uma luta no local.

Esta cena marcou-me, logo no começo da temporada. Vi-a como um paralelismo, entre a neve e a cocaína. Ambos representaram uma esperança inícial mas levaram a um caminho muito negro. Assim, esta cena é um presságio para o que estaria para vir nesta temporada, que é mais dark, que apresenta mais consequências para os nossos adorados protagonistas.

Quando conversei com o elenco da série da Netflix, questionei o realizador Augusto Fraga sobre esta mesma cena, que me confirmou aquilo que senti ao ver a cena. “A neve era uma coisa inacreditável, assim como a cocaína era uma coisa inacreditável. E era uma oportunidade, mas isso rapidamente pode transformar-se numa coisa perigosa. E a ideia foi passar muito rapidamente de um momento poético para um momento que marca a temporada toda”, revelou Augusto Fraga.

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As diferenças entre temporadas

Rabo de Peixe 2
Eduardo (Condessa) um rapaz açoriano pode meter-se em esquemas. ©Netflix/Divulgação

Como me confidenciaram José Condessa e Augusto Fraga, para esta segunda temporada não quiseram repetir a fórmula da primeira. E isso é notório durante toda a temporada. Apesar de ter o mesmo pacing rápido e o humor característico, trazido por várias personagens, há muitas diferenças nesta temporada, não necessariamente melhores ou piores.

Há, sem dúvida, um crescimento. A produção cresceu e com ela cresceu o elenco. É name drop atrás de name drop de grandes atores, tanto nacionais como internacionais. Há mais personagens, mais intriga e mais problemas a resolver.

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Assim, há também um crescimento das personagens principais, por todo o drama e dor que passaram na primeira temporada. Nesta nova temporada vemos as personagens passarem por problemas de forma mais individualizada, seja o luto, a droga, uma gravidez ou rompimento de amizades.

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Por fim, Augusto Fraga traz-nos, também, todo um women power nesta temporada. Há várias mulheres ao comando, mesmo em espectros diferentes da história e mesmo como antagonistas. É interessante ver mulheres com muito poder, dentro de histórias como estas, de crime e máfia, que tradicionalmente são mais dominadas por homens.

Atuações a destacar em Rabo de Peixe

Além das ótimas atuações dos atores que já conhecíamos da primeira temporada, como José Condessa, Rodrigo Tomás, André Leitão ou Helena Caldeira, destaco dois nomes que foram uma grande adição ao elenco da nova temporada de “Rabo de Peixe”.

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Paolla Oliveira veio do Brasil diretamente para os Açores. A atriz brasileira representa a chefe do cartel de droga que originou toda a história de “Rabo de Peixe”. A sua personagem tem uma grande presença, um grande carisma. E, apesar, de ser uma personagem que está do lado errado da história, não deixamos de a admirar pelo seu poder.

José Raposo interpreta o irmão do Arruda (Albano Jerónimo) e tio da Sílvia (Helena Caldeira). É uma personagem dúbia, entre o apreço pela família e a vilania que lhe corre nas veias. É um grande papel físico, no sentido dos maneirismos e fisicalidade da personagem. Tem uma grande presença, que só José Raposo poderia representar.

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