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Realizadoras em destaque na histórica corrida aos Óscares 2026

A corrida ao Óscar de Melhor Realizador de 2026 está marcada por um dado histórico fantástico: um elevado número de mulheres entre as principais candidatas. Esta presença feminina cada vez mais visível contrasta com o domínio masculino de décadas anteriores. 

Assim, dois nomes destacam-se na linha da frente: Chloé Zhao e Kathryn Bigelow. duas realizadoras que já venceram o galardão em anos anteriores. Além disso, outras realizadoras também têm motivos para acreditar que poderão chegar à lista final de nomeados nos próximos Óscares.

Chloé Zhao no centro das atenções

Óscares 2021 realizadoras Chloé Zhao
A realizadora Chloé Zhao na antestreia drive-in de “Nomadland”, em setembro de 2020 |©Searchlight Pictures

Chloé Zhao surge como favorita destacada. Depois de ter feito história com “Nomadland”, filme que lhe valeu o Óscar de Melhor Realizador em 2021, Zhao regressa agora com “Hamnet“, uma adaptação do premiado romance de Maggie O’Farrell. A obra parte da vida de Agnes Hathaway, mulher de William Shakespeare, e explora a perda do filho do casal, Hamnet, de apenas 11 anos.

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Assim, o filme é ao mesmo tempo íntimo e grandioso, ao misturar recriação histórica com um olhar sensível sobre maternidade, luto e criatividade. A crítica tem sido calorosa, destacando não só a estética visual que Chloé  Zhao imprime às suas obras, mas também a forma como dá profundidade às personagens femininas.

Desse modo, o seu domínio técnico e narrativo fazem de “Hamnet” uma forte aposta. Muitos acreditam que Zhao pode tornar-se a primeira realizadora a vencer o Óscar de Melhor Realizador mais do que uma vez. Assim, é de relembrar que apenas esta e mais duas mulheres venceram este galardão: Kathryn Bigelow e Jane Campion.

Kathryn Bigelow de volta aos holofotes

realizadoras femininas
Kathryn Bigelow

Kathryn Bigelow, a primeira mulher a ganhar o Óscar de Melhor Realizador com “The Hurt Locker” em 2008, regressa com um filme que promete agitar a temporada: “A House of Dynamite“. O título, à primeira vista explosivo, corresponde a um drama político e social que mergulha no coração das tensões americanas contemporâneas.

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O enredo centra-se num grupo de ativistas radicais que, nos anos 70, planeia um atentado simbólico contra uma instituição do Estado. No entanto, mais do que uma história de ação, o filme foca-se nas contradições humanas e no dilema moral entre ideais políticos e consequências pessoais. 

A cineasta, conhecida pelo seu olhar cru e realista, imprime à narrativa um ritmo intenso e cinematografia imersiva. Assim, consegue colocar o espectador no centro da ação. Caso vença, entrará para a história como a primeira mulher a conquistar duas estatuetas nesta categoria, tal como pode acontecer com Chloé Zhao.

Outras candidatas e boas esperanças

Past Lives
A realizadora Celine Song, tem muitas semelhanças com a protagonista, em vários sentidos. ©73ª Berlinale.

Além de Chloé Zhao e Kathryn Bigelow, outras realizadoras também entram na corrida nos Óscares de 2026. Por exemplo, Lynne Ramsay regressa com o thriller psicológico “Morra, Meu Amor”, protagonizado por Jennifer Lawrence e Robert Pattinson, já elogiado pela crítica. Em seguida, Mona Fastvold apresenta “O Testamento de Ann Lee”, retrato histórico que conquistou atenção no Festival de Toronto.

Por outro lado, Mary Bronstein ganhou destaque com “If I Had Legs I’d Kick You”, onde Rose Byrne brilhou em Berlim. Também Kelly Reichardt surge com “The Mastermind”, exibido em Cannes, enquanto Céline Song aposta em “Materialists“, depois do sucesso de “Past Lives”.

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Além delas, surgem ainda Alice Winocour com “Couture”, Rebecca Zlotowski com “A Private Life”, Nia DaCosta com “Hedda” e Hikari com “Rental Family”.  Assim, estas vozes femininas confirmam que a corrida ao Óscar de Melhor Realizador em 2026 está mais aberta e diversificada do que nunca.

Uma viragem importante

Este reforço da presença feminina não é coincidência. Pelo contrário, trata-se do resultado de uma conjugação de fatores: maior consciência social, incentivo às narrativas diversas e, sobretudo, a força criativa das próprias obras. Filmes como “Hamnet” e “A House of Dynamite” não se impõem apenas pela assinatura das suas realizadoras, mas também pela qualidade artística e impacto emocional que carregam.

Além disso, os festivais de cinema têm funcionado como alavanca essencial. De facto, dão visibilidade a estas produções e criam a base para campanhas consistentes rumo aos Óscares.

O futuro é verde para as realizadoras

A corrida de 2026 a Melhor Realizador pode tornar-se um marco. Com Chloé Zhao e Kathryn Bigelow em destaque, mas também com outras vozes femininas na retaguarda, a Academia tem diante de si a oportunidade de reconhecer o talento sem preconceitos de género.

O cenário é verde no sentido simbólico: uma paisagem em renovação, fértil em novas histórias e perspetivas. Assim, seja quem for a vencedora, a temporada já se tornou histórica, e promete ser o início de uma nova era em Hollywood.

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