Recebeste uma chamada de spam? Este foi o teu grande erro

Chamadas spam são o novo barulho de fundo da nossa vida digital. Mas há um detalhe pouco falado que pode tornar tudo ainda pior…

Recebo, no mínimo, cinco chamadas de spam por dia. É insuportável. E por mais que o tempo avance, que o telemóvel evolua ou que o meu tom de voz vá mudando de “alô?” para “diz lá o que queres, criatura miserável”, parece que o problema nunca desaparece.

Vivemos num tempo em que o toque do telemóvel já não traz boas notícias, apenas um número estranho, sem foto, sem nome, e a promessa de uma fraude em tom robótico. Mas o que fazer?

Desligar pode não ser a melhor opção?

Há quem diga que desligar imediatamente uma chamada spam pode não ser a atitude mais eficaz. Mas na verdade, há algo importante a entender: interagir ou reagir, mesmo só por um segundo, pode validar o teu número como ativo — e isso alimenta o ciclo.

Segundo o FCC, “Se atenderes uma destas chamadas, desliga imediatamente”. Mas porquê? Porque qualquer som teu, qualquer palavra ou até silêncio prolongado, pode ser interpretado pelo sistema como uma confirmação de que o número está ativo — e isso faz de ti um alvo ainda mais apetecível. A Verizon reforça: “Desliga assim que perceberes que se trata de uma robocall. Quanto menos interação, melhor.”

Mais importante ainda: não carregues em nenhum botão, mesmo que a gravação diga que é para ser removido da lista. Isso não remove nada — só indica que alguém está do outro lado, do outro lado do mundo talvez, a saber que tu existes, que tens polegares funcionais e que respondes a ordens. É como acenar a um tubarão no meio do oceano e esperar que ele vá embora.

Então o que fazer?

A resposta simples? Não atender. Ou, se atenderes por acidente, desligar sem dizer uma palavra sequer. Assim, a Keeper Security diz: “Se atenderes uma chamada de spam por engano, não respondas… desliga imediatamente.” Nada de “quem fala?”, nada de “estás a gozar comigo?”, muito menos “vou chamar a polícia”. Só silêncio. Só clique. E logo depois bloqueias.

Como bloquear chamadas

No iPhone:

• Abre a app Telefone;

• Vai ao separador Recentes;

• Toca no “i” ao lado do número;

• Escolhe Bloquear este contacto.

Ou então ativa o filtro automático:

• Vai a Definições > Telefone;

• Escolhe Silenciar Chamadas Desconhecidas.

No Android:

• Abre a app Telefone;

• Vai aos Recentes;

• Toca no número indesejado e seleciona Bloquear.

Para bloquear números não identificados:

• Clica nos três pontinhos no canto superior;

• Vai a Definições > Números bloqueados;

• Ativa Bloquear chamadas de remetentes desconhecidos.

Assim, podes também instalar apps como Truecaller ou Hiya para reforçar a defesa. Estas apps identificam e bloqueiam chamadas suspeitas automaticamente — antes sequer de tocares no ecrã.

E acima de tudo: não confies em números que parecem locais, mas que não reconheces. Um dos truques mais usados é o spoofing, ou seja, mascarar o número de origem para parecer um número nacional.

Não respondas a chamadas

Muitos de nós, movidos por uma curiosidade irracional (ou uma raiva incontrolável), já responderam de volta. Só uma vez. Só para descarregar. Mas essa resposta pode custar-te mais do que um minuto de vida: pode custar-te segurança, tranquilidade e até dinheiro.

Portanto, responder a uma chamada de spam — mesmo com insultos criativos — pode indicar aos algoritmos que o número está ativo e recetivo. Isto alimenta uma lista interminável de contactos, vendidos e revendidos em esquemas obscuros de marketing.

Não é só uma questão de evitar o incómodo: é uma questão de higiene digital. Como quem não responde a e-mails suspeitos, também não se deve responder a chamadas suspeitas.

E tu, já caíste na armadilha de responder a uma chamada destas? Partilha nos comentários.

About The Author

Vítor Carvalho

Licenciado em Estudos Artísticos – Artes do Espetáculo pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com foco em cinema e teatro, e uma especialização em Guionismo pela World Academy. Como redator na MHD, une o seu conhecimento acadêmico à paixão pela cultura pop e mídia visual. É guionista e atualmente está a trabalhar num livro de fantasia. Apreciador de cinema e artes performativas, tem experiência em edição de vídeo e ilustração digital 2D, o que enriquece a sua perspetiva crítica no entretenimento.

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