Estás sempre com sono? Este é o verdadeiro culpado pelo teu cansaço
Há cansaços que não passam com um simples café. E há despertares que não começam, mesmo depois de oito horas de sono.
Dormir mal é uma arte subtil. Há quem feche os olhos durante horas e acorde pior do que foi dormir, sem perceber porquê. O corpo parece ter repousado, mas a mente tropeça nos mesmos degraus de exaustão.
À medida que mais pessoas recorrem ao Google à procura de respostas — “porque estou sempre cansado?”, “porque durmo e acordo exausto?”, “o que pode estar a sabotar o meu sono?” — torna-se cada vez mais claro que o problema não está apenas na quantidade de horas dormidas, mas na qualidade profunda e invisível desse sono. E, muitas vezes, o culpado está mesmo debaixo do nariz (ou das costas).
O colchão está a sabotar-te a vida
É fácil ignorar o colchão, até nos lembrarmos de que passamos quase um terço da nossa vida sobre ele. Um colchão demasiado mole, demasiado firme, demasiado antigo ou simplesmente inadequado ao nosso corpo pode ser o maior sabotador do nosso sono. Segundo a Sleep Foundation, um colchão deve ser trocado a cada sete a dez anos, embora “sinais de desgaste físico visível ou dores persistentes ao acordar” possam antecipar esse prazo.
Mas mesmo os colchões novos podem ser uma armadilha, se não forem escolhidos com critério. Dormir de lado, de costas ou de barriga exige níveis diferentes de firmeza e suporte. Se acordas todos os dias com dores nos ombros, rigidez lombar ou sensação de corpo partido, talvez não estejas a dormir mal: talvez estejas a dormir mal acompanhado. E um colchão que não respeita a curvatura natural da coluna vai cobrar a dívida, com juros, em cansaço acumulado.
Claro que o colchão é apenas o palco. Mas, o espetáculo (ou o desastre) do sono envolve muito mais do que isso. Ainda assim, um palco instável sabota qualquer protagonista. Trocar de colchão não é magia, mas pode ser o primeiro passo físico para restaurar o descanso real, aquele em que o corpo dorme e acorda agradecido.
Dormir não é apagar, é um ritual
Pior do que um colchão mau só mesmo uma rotina sabotadora. Vivemos numa era onde a luz do ecrã substituiu o luar, e o cérebro não sabe como desligar-se sem antes percorrer os stories de todos os conhecidos do instagram. A exposição à luz azul dos telemóveis e computadores atrasa a produção de melatonina, a hormona do sono, e deixa-nos num estado de vigília permanente. Resultado: adormecemos tarde, mal e sobressaltados.
De acordo com a NIH, a “higiene do sono” não é um capricho moderno é uma necessidade biológica:
-
Manter horários regulares de sono
-
Evitar cafeína à noite
-
Desligar ecrãs pelo menos uma hora antes de dormir
-
Manter o quarto escuro e fresco
Estas práticas simples são mais eficazes do que muitos suplementos que prometem milagres. Mas a maioria das pessoas continua a negligenciá-las, como se o corpo pudesse descansar sob protesto. E mesmo quando as condições externas estão certas, o ruído interno pode ser ensurdecedor durante o sono. Ansiedade, stress, culpa ou simplesmente excesso de informação, tudo isso transforma a cama num campo de batalha.
Nesses casos, não basta fechar os olhos e esperar pelo sono. É preciso aprender a descansar por dentro, o que muitas vezes exige apoio clínico, terapia ou mudança radical de hábitos. Ignorar isso é perpetuar um ciclo de exaustão emocional mascarado de cansaço físico.
Estás com sono ou estás exausto?
Há dias em que o corpo está apenas cansado: precisa de descanso. Mas há outros em que a exaustão é mais profunda, uma fadiga crónica que resiste a qualquer sesta. Nesses casos, a fadiga prolongada pode ser sintoma de distúrbios como apneia do sono, insónia, depressão ou mesmo défices hormonais. A apneia, por exemplo, é traiçoeira: quem sofre dela pode dormir horas seguidas e, ainda assim, nunca entrar em sono profundo.
Mas, mais grave ainda é quando confundimos hábitos desgastantes com normalidade. Se todos à tua volta estão cansados, talvez o problema não seja só teu , mas isso não o torna menos urgente. Assim, como sociedade, normalizámos a exaustão. Portanto, trabalhamos demais, dormimos mal, alimentamo-nos pior. A boa notícia? Há solução. Rever a rotina de sono, procurar ajuda médica quando necessário, valorizar o descanso como prioridade e não como luxo.
Se chegaste até aqui, talvez estejas mesmo cansado, mas agora sabe onde começar. Partilha as tuas estratégias de sono nos comentários.