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Superman é o herói, mas é Sara Sampaio a salvar o dia

Superman voa de novo. Mas desta vez, o que mais me surpreendeu não foi o herói. Foi quem estava ao lado dele.

É estranho dizer isto, mas vi um filme do Superman e saí a pensar em… fontes confidenciais. Não em lasers pelos olhos. Não em Krypton. Não no fato azul. Mas naqueles momentos em que, no meio de explosões, voos supersónicos e vilões megalómanos, uma rapariga portuguesa com um telemóvel na mão ajuda a salvar o mundo. E tudo isto porque decidiu mandar uma selfie. Estamos a falar de Superman de James Gunn e da surpreendente participação de Sara Sampaio.

CUIDADO: SPOILERS

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Sara Sampaio salva o dia

Sara Samapio
Sara Sampaio, a nossa portuense mais exportada desde a francesinha. ©DC Studios/Cinemundo

Sara Sampaio aparece no novo filme do Superman e o seu papel é fundamental para a salvação do herói. Ela interpreta Eve Teschmacher, uma ex do jornalista Jimmy Olsen e uma das peças-chave para desvendar os esquemas de Lex Luthor. Portanto, não é só um cameo bonito, é uma personagem com agência, impacto e, vá, um bom ângulo para selfies.

A personagem de Sara partilha uma selfie aparentemente inocente com o seu ex. Mas não é só isso. Essa imagem torna-se, posteriormente, uma prova crucial que permite ligar Lex Luthor ao presidente de Boróvia, a nação vilanesca fictícia do filme. É um detalhe que podia ser só uma piada, mas que acaba por ter peso dramático da narrativa. Se não fosse graças à nossa Sara Sampaio, o dia não teria sido salvo.

A verdade é que Jimmy Olsen, interpretado por Skyler Gisondo, utiliza essa relação pessoal de forma algo questionável. Graças à Eve de Sampaio, Lois Lane consegue finalmente traçar a ligação que desmascara Luthor. E o mais irónico? Não foi com superpoderes. Foi com jornalismo.

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Superman e um jornal em chamas

Superman de James Gunn
© DC Studios

O novo Superman é vibrante, com coração, humor, e ética jornalística. É uma ode à verdade, ao jornalismo de investigação, e a tudo aquilo que o Daily Planet representa. Assim, o filme não hesita em colocar perguntas morais desconfortáveis: é ético Clark Kent entrevistar-se a si mesmo como Superman? Será que Lois Lane, ao não revelar a identidade do namorado, está a trair o seu juramento de jornalista? Neste universo, o jornalismo não é apenas contexto — é ação.

Há uma cena maravilhosa em que Clark está em casa com Lois, estão a celebrar os três meses de namoro, e ela aproveita o momento para o entrevistar. Entre beijos e tachos no fogão, a tensão cresce. Porque a jornalista fala mais alto do que a namorada. E o Superman, com todo o seu poder, fica encurralado por perguntas afiadas.

Quando a caneta vale mais que o martelo de Boróvia

Há um momento quase meta no filme: enquanto viajam numa nave cósmica, a equipa do Planet está a editar uma notícia em pleno voo. E o artigo é publicado ali mesmo, no sistema de gestão de conteúdos do jornal. O CMS como arma narrativa. Se isto não é o triunfo da banalidade gloriosa do jornalismo, não sei o que será.

Assim, Sara Sampaio surge como um símbolo curioso disto tudo. Uma mulher que, vinda de fora do universo DC, faz uma diferença concreta. Não com raios, mas com acesso. Não com músculos, mas com escolha. É uma presença leve, mas certeira. E, confesso, dá-me um certo prazer patriótico vê-la ali, no meio dos grandes, a provar que o heroísmo também pode ser discreto, informal, acidental.

Clip | Sara Sampaio em Superman

E tu, achas que a verdade ainda vale alguma coisa num mundo cheio de filtros e fake news? Partilha nos comentários.



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