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Afinal, a Warner ainda não é da Netflix! A Paramount avança com nova proposta

Depois de sermos todos surpreendidos na sexta-feira passada, 5 de dezembro, com a compra da Warner Bros. e HBO Max por parte da Netflix, afinal, soube-se hoje, segunda-feira 8, que a Paramount ainda não desistiu de fazer negócio com a Warner.

Uma grande maioria de pessoas e empresas ligadas ao cinema têm demonstrado uma grande preocupação pela aquisição da Warner Bros. por parte da Netflix. Isto porque se receia o fim do cinema tal como o conhecemos hoje. Nesse sentido – e porque o negócio só fica concluído em meados de 2026 -, a Paramount ouviu os apelos e continua à espreita…

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O que aconteceu hoje com o negócio da Warner Bros.?

Warner Bros. comprada pela Netflix
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Esta segunda-feira 8 de dezembro a Paramount anunciou que lançou uma contraproposta hostil para a compra da Warner Bros. Discovery. Assim, o estúdio lançou uma oferta pública de 30 dólares por ação, num total equivalente em valor de mercado, segundo a Paramount, de 108.4 mil milhões de dólares (93 mil milhões de euros). Ou seja, mais 25.7 mil milhões do que a proposta apresentada pela Netflix na sexta-feira passada (82.7 mil milhões).

Nesta proposta, a Paramount pretende comprar na íntegra a Warner Bros. Discovery. Ou seja, os estúdios de cinema, a HBO Max e também os canais de cabo que ficariam repartidos na empresa Discovery Global, caso o negócio seja da Netflix.

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Trata-se, portanto, de uma manobra agressiva por parte da Paramount para que a Warner Bros. não acabe nas mãos da Netflix. Resta, portanto, saber o que fará agora a Warner Bros. Discovery perante esta nova oferta. Voltarão atrás num acordo já assinado com a Netflix? Quererão perder o controlo sobre os canais de cabo por mais 25.7 mil milhões?

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“A oferta da Paramount pela totalidade da WBD proporciona aos acionistas mais 18 mil milhões de dólares em dinheiro do que a oferta da Netflix. A recomendação do Conselho de Administração da WBD de optar pela transação com a Netflix em detrimento da oferta da Paramount baseia-se numa avaliação prospetiva ilusória da Global Networks, que não é sustentada pelos fundamentos do negócio”, afirmou a Paramount.

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Esta oferta hostil surge depois de várias outras ofertas apresentadas pela Paramount terem sido subsequentemente rejeitadas pela Warner Bros. Discovery.

Os potenciais parceiros Netflix e Warner Bros. haviam acordado concluir o negócio só no terceiro trimestre de 2026. Isto permitiria, portanto, que a Warner pudesse separar os seus canais de televisão para uma empresa independente.

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Com um negócio de longa duração e sem um fim concreto, a Paramount aproveitou para fazer uma nova proposta por toda a Warner Bros. Discovery, tal como quis desde o início das negociações.

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Nesse sentido de separação de marcas, a Paramount acrescentou ainda: “A oferta estratégica e financeiramente atrativa da Paramount aos acionistas da WBD representa uma alternativa superior à transação com a Netflix, que oferece um valor inferior e incerto, além de expor os acionistas da WBD a um longo processo de aprovação regulatória em múltiplas jurisdições, com um resultado incerto e uma combinação complexa e volátil de ações e dinheiro.”

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“Os acionistas da WBD merecem a oportunidade de considerar a nossa oferta superior, totalmente em dinheiro, pelas suas ações na empresa como um todo. A nossa oferta pública, que segue os mesmos termos que apresentámos ao Conselho de Administração da Warner Bros. Discovery em negociação privada, oferece um valor superior e um caminho mais seguro e rápido para a conclusão do negócio. Acreditamos que o Conselho de Administração da WBD está a procurar uma proposta inferior, que expõe os acionistas a uma combinação de dinheiro e ações, um valor futuro incerto para o negócio de televisão por cabo linear da Global Networks e um processo de aprovação regulatório complexo”, disse o CEO da Paramount David Ellison.

Segundo a Paramount, o negócio está garantido com fundos da família Ellison, da RedBird Capital, bem como financiamentos seguros do Bank of America, Citi e Apollo.

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A confiança da Paramount por uma resposta positiva da Warner Bros.

Netflix saídas
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A Paramount declarou estar muito confiante “em obter uma aprovação regulatória rápida para a sua proposta, uma vez que fortalece a concorrência e é pró-consumidor, ao mesmo tempo que cria uma forte defensora do talento criativo e da escolha do consumidor. Em contraste, a transação com a Netflix baseia-se na premissa irrealista de que a sua combinação anticompetitiva com a WBD, que consolidaria o seu monopólio com 43% de quota de mercado global de subscritores de vídeo por pedido (SVOD), resistiria a múltiplos e prolongados desafios regulatórios em todo o mundo. Em muitos países da União Europeia, a transação com a Netflix combinaria a empresa dominante no mercado de SVOD com a segunda ou terceira maior concorrente.”

A Paramount referiu igualmente: “A transação com a Netflix cria um risco claro de preços mais elevados para os consumidores, salários mais baixos para os criadores de conteúdos e artistas, e a destruição dos exibidores de cinema americanos e internacionais. A Netflix nunca realizou aquisições em grande escala, resultando num risco de execução mais elevado que os acionistas da WBD teriam de suportar.” A empresa referiu ainda que apresentou um total de seis propostas à Warner Bros. ao longo de 12 semanas.

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Por fim, o estúdio concluiu: “Acreditamos que a nossa oferta criará uma Hollywood mais forte. Serve os melhores interesses da comunidade criativa, dos consumidores e da indústria cinematográfica. Acreditamos que beneficiarão da maior concorrência, do aumento dos investimentos em conteúdo e de lançamentos nos cinemas.”


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