TOP 10 Filmes Woody Allen | 10. Vicky Cristina Barcelona

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Quando estávamos quase, quase a desistir do Woody Allen do séc. XXI eis que surge no horizonte a miragem transpirada do quente – muito quente! – Vicky Cristina Barcelona (2008).

Vicky e Cristina são as melhores amigas do mundo mas têm atitudes completamente diferentes no que toca ao amor. Vicky é sensata e está noiva de um respeitável jovem. Cristina é sexual e emocionalmente desinibida, sempre em busca de uma paixão arrebatadora. Quando Judy e Mark, parentes distantes de Vicky, se oferecem para recebê-las num Verão em Barcelona, elas aceitam imediatamente: Vicky quer passar o último mês de solteira a pesquisar para o mestrado e Cristina procura uma mudança de cenário para fugir dos destroços da sua última separação. Uma noite numa galeria de arte, Cristina, novamente em forma, instantaneamente fixa o olhar no mais intenso e provocador homem na sala, Juan Antonio, um belo pintor. Cristina fica ainda mais intrigada quando Judy lhe segreda que Juan Antonio teve uma relação tão explosiva com a sua ex-mulher, Maria Helena que até se tentaram matar. Mais tarde, quando Vicky e Cristina estão a jantar, Juan Antonio aproxima-se da mesa delas com uma proposta ousada: voarem com ele numa viagem de fim-de-semana para a cidade provincial de Oviedo, onde sugere que explorem as maravilhas culturais, bebam bons vinhos, e façam amor juntos. Vicky considera a proposta ofensiva mas Cristina fica encantada com o estilo directo de Juan e com o seu carisma e convence Vicky a acompanhá-los…

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A sensualidade e riqueza cultural de uma cidade como Barcelona foram trunfos de peso na mão de um jogador experiente que, apesar de há algum tempo em baixo de forma, regressa com uma comédia divertida e original, que nos leva a lugares pitorescos que não só nos dão vontade de nos metermos num calhambeque e viajar até à urbe espanhola, mas também de participar de uma tão colorida e alegre história. Mas logo aí tropeçamos: é que Vicky Cristina Barcelona não é propriamente uma história; pensamos mais nele como uma aventura; um parêntesis excitante na vida monótona e sempre igual de duas mulheres como quaisquer outras. Ou melhor, um espalhafatoso ponto de exclamação!

Nesta instância, Woody Allen sabe que não pode levar as coisas demasiado a sério, brindando-nos com um espetáculo de arte, cor e calor que, sem deslumbrar, fará as delícias de quem por ele se aventurar. Questões provocantes são levantadas e surgem as respostas livres e sem pudor sobre temas “tabu” como a bigamia ou o próprio desejo sexual.

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E ainda que se debruce sobre as profundas complexidades das relações humanas – particularmente sobre a forma como a luxúria e o entusiasmo assoberbam por vezes a razão – Vicky Cristina Barcelona vive na e da sua simplicidade, e isso chega-lhe muitíssimo bem.

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