TOP 10 Filmes Woody Allen | 9. Interiores

 

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Woody Allen apresenta em Interiores um melodrama familiar claustrofóbico, marcadamente influenciado por Ingmar Bergman.

Tido como primeiro trabalho verdadeiramente (melo)dramático de Woody Allen, Interiores explora a deterioração subjetiva de Eve (Geraldine Page), uma decoradora nova-iorquina, e das suas filhas Renata (Diane Keaton), uma poeta reconhecida, Joey (Marybeth Hurt), uma jovem infeliz de árduo temperamento e Flyn (Kristin Griffith), uma estrela televisiva de sucesso. Como tal, estas mulheres enfrentam os seus fantasmas, sendo Eve, a matriarca dessa família em ruínas, aquela que mais dificilmente consegue lidar com a separação do seu marido (E.G. Marshall), e com a descoberta de que este tem um relacionamento extra-conjugal com a extrovertida Pearl (Maureen Stapleton). Na verdade, é Pearl a única personagem excêntrica da trama, que desespera por oferecer nova vida à casa onde tudo é “tão cinzento”.

Woody Allen

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O que torna Interiores um dos projetos mais ambiciosos de Woody Allen é o facto de o realizador se transpor de um cinema dito cómico – marcados por obras como Bananas (1971) ou Nem Guerra, Nem Paz (1975) – para um cinema literalmente mais denso e trágico, que queria valer-se da herança do cinema escandinavo de Ingmar Bergman e que na época começara precisamente a filmar Sonata de Outono (1978). Aliás, Allen queria a atriz Ingrid Bergman (protagonista de Casablanca) para o papel de Eve, mas esta teve de recusar porque já se tinha comprometido com o seu conterrâneo.

Interiors é por isso uma obra recomendável a cem por cento, que insiste nessa meticulosa sensação de fechamento sobre si mesmo que o espectador não deixa de sentir aquando do visionamento. Tal foi o propósito do diretor de fotografia Gordon Willis, dando a impressão de um espaço muito limitado entre as personagens, obrigando-as a comunicar umas com as outras sobre assuntos que ainda atingem grande parte das famílias modernas. A cena que talvez se destaque seja mesmo a final, no sentido em que após a lamentável morte de Eve, as três filhas estão num mesmo plano a contemplar o mar através de uma enorme janela (por ironia, o filme tinha como título primeiro inicial “Windows”). Impressionantes, inclusive, foram as 5 nomeações aos Óscares da Academia, que muito embora não tivesse sido um filme aplaudido pela crítica da época, consagrava o irreverente trabalho de autor de Woody Allen.

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