Crónica de mais um ano que passou | Literatura e Banda Desenhada

 

Na literatura, em Portugal, um livro de poemas inéditos de Herbeto Helder, “A Morte sem Mestre”, que esgotou antes de sair, e “Autocataclismos”,  de Alberto Pimenta, foram talvez os grandes acontecimentos literários e poéticos de um ano que, diga-se de passagem, foi pouco poético para a maioria dos portugueses.

No entanto, foi um ano em que Walter Hugo-Mãe editou o livro infantil “O Paraíso São os Outros”, e em que foram ainda lançadas importantes obras de autores portugueses como “Contos vagabundos”, de  Mário de Carvalho, “Bonsoir, Madame”, de Manuel de Castro, e “Biografia Involuntária dos Amantes” de João Tordo.

 

004 Autocataclismos de Alberto Pimenta

 

Destaque ainda para as edições portuguesas de “Uivo e Outros Poemas”, de Allen Ginsberg, “60 Histórias”, de Donald Barthelme, com tradução de Paulo Faria ,“Contos e Diários”, de Isaac Babel, “Fogo Pálido”, de Vladimir Nabokov, “Stoner”, de John Williams, “A Estrada para Oxiana”, de Robert Byron, “Assim para Nós Haja Perdão”, de A. M. Homes, com tradução de Miguel Serras Pereira, e ainda os imprescindíveis “Diários – Diários de Viagem”, de Kafka, com tradução de Isabel Castro Silva, “Hamlet”, de Shakespeare, com tradução de António Feijó, e “De Rerum Natura”, de Lucrécio, com tradução de Luís Cerqueira.

 

004 A Morte sem Mestre, Herbeto Helder

 

A nível internacional de salientar os romances, apenas cinco entre muitos outros possíveis, “The Temporary Gentleman”, de Sebastian Barry, “The Shock Of The Fall”, de Nathan Filer, “A Girl is a Half-Formed Thing” de Eimear McBride, “Arctic Summer”, de Damon Galgut, sobre as viagens de E.M. Forster, e “A Brief History of Seven Killings”, de Marlon James, sobre a violência em Kingston, na Jamaica, um livro que inicia com a tentativa de assassinato de Bob Marley em 1976.

 

04 A Brief History of Seven Killings, de Marlon James

 

No que diz respeito à banda desenhada, o quarto tomo da série “Blast”, “Pourvu que les bouddhistes se trompent”, de Manu Larcenet, “Docteur Radar”, de  Frédéric Bézian e Noël Simsolo, e ainda os tomos de estreia das séries “La Pythie”, de Stefano Martino e Olivier Peru, “L’Arabe du futur”, de Riad Sattouf, “Les Vieux Fourneaux”, de  Paul Cauuet e Wilfrid Lupano, e  “Max Winson”, de  Jérémie Moreau, de que sairam dois tomos, são certamente do que de melhor se fez na banda desenhada franco-belga em 2014. Clássicos como XIII, Alix, Blake & Mortimer e Lucky Luke também tiveram direito a álbuns novos, não obstante ficarem muito aquém dos mais antigos, assinados pelos seus autores originais.

 

4 Le Scorpion - Integrale

 

Uma referência à série  “Escorpião”, da dupla Marini-Desberg, que completou dez anos de existência, que foram assinalados com a edição não só de um livro novo, “La neuvième famille”, o décimo-primeiro da série, mas com a edição de “Scorpion: Intégrale” em dois volumes, que reúnem os dez álbuns de uma década de aventuras do homem que transportava a “marca do diabo”. Nos comics, uma menção especial para o terceiro tomo da série “Saga”, de Fiona Staples et Brian K. Vaughan, e o sexto volume da série “Locke & Keyde”, “Alpha & Omega”, de Gabriel Rodriguez e Joe Hill, ambos infelizmente por editar em Portugal.

 

4 L Arabe du futur, de Riad Sattouf (3)

 

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João Peste Guerreiro

 

One thought on “Crónica de mais um ano que passou | Literatura e Banda Desenhada

  • Vi recentemente o filme Uivo: 3*

    A história é interessante, mas o filme é muito monótono. Contudo agora quero ler o poema original, fiquei curioso.

    Cumprimentos, Frederico Daniel.

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