Gran Turismo 6 (PS3) | Análise

 

 gran turismo 6  

  • Editora: SCEE
  • Produtora: Polyphony Digital
  • Plataformas: PlayStation 3

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“Gran Turismo” sempre foi sinónimo de um grande jogo de simulação de condução automóvel.  No entanto o fulgor e preponderância desta série tem enfraquecido, devido a alguns problemas, não com a simulação em si, mas principalmente com o que é ser um jogo acessível e viciante.

“Gran Turismo 6” consegue melhorar todos os aspetos do jogo anterior, tornando-se num jogo mais sólido, acessível e com soluções que nos levam a jogar durante muito tempo. As diferenças notam-se desde o primeiro momento.

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A primeira diferença está na instalação, que ao contrário de “GT5”, que demorava uma boa meia hora, agora é toda feita enquanto jogamos. Começamos a jogar e percebemos que aquilo em que “GT” sempre foi bom, está ainda melhor: jogabilidade. Toda a física do jogo está perto da perfeição com os carros a responderem  de forma bastante próxima do que é a realidade. Sentimos o carro, evoluímos facilmente e notamos que cada veículo é uma nova experiência. Experimentem com um volante e sentirão que estão perante algo muito realista.

Claro que enquanto começamos a jogar, os gráficos é dos primeiros fatores que “saltam à vista”, e aqui existe também uma melhoria. Todavia não é um salto notório. Começando pelas pistas, mais de 70, algumas estão verdadeiramente deslumbrantes, com a folhagem das árvores a cortar a luz do pôr do sol, ou o asfalto a ofuscar-nos quando menos esperamos. A isso junta-se o detalhe de algumas provas e a imensidão dos cenários à nossa volta, quer seja nas montanhas cheias de neve ou nos calmos desertos. Infelizmente nem todos os cenários apresentam esta qualidade, e por vezes ficamos perante pistas onde não se nota grande diferença em relação ao jogo anterior.

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Nos carros já não existem as diferenças entre carros normais e premium, mas, tal com nas pistas, também aqui se nota que uns carros deslumbram e outros nem tanto. Quer seja no exterior ou na visão interior, alguns carros são réplicas muito bem conseguidas, mas nem todos apresentam este brilho . Claro que estamos a falar de mais de 1.100 carros, e provavelmente não os iremos conduzir todos, mas fica a nota que a quantidade de carros presentes obrigou a que alguns não tivessem um tratamento tão aprofundado. Se estraga a experiência de jogo, não. O facto de termos mais de 1.100 carros é um regalo para todos os fãs de condução.

 

É ainda nos carros que está, e se mantém, a grande falha deste jogo: os danos. Visualmente continua a pedir-se mais, pois colidir com uma barreira a 150km/h não pode deixar o carro visualmente agradável. A isto junta-se o facto de o carro não apresentar na sua física/condução as alterações que se pedem quando colidimos. Este é o grande problema do jogo, pois estamos a jogar uma simulação realista mas com a qual nos sentimos impunes para bater num adversário e de seguida o passarmos. Esta falta, que se pode justificar de várias formas, é o que afasta “GT6” de ser um verdadeiro marco no seu género, pois é aqui que o seu realismo se desvanece.

Existem ainda várias alterações/melhoramentos que devemos destacar: começamos pela dinâmica da meteorologia, que vos obrigará a mudar de estratégia a meio de prova, quer seja pela chuva ou pela temperatura do asfalto. Todavia esta dinâmica demora a ser notada, pois tal não acontecerá nas provas mais pequenas.  Os menus também tornam todo o jogo mais acessível. O jogo recomenda-nos alguns carros, consoante as restrições das provas, tudo está bem dividido e facilmente ganhamos a dinâmica para navegar entre provas sem as dificuldades que por vezes apareciam nos jogos anteriores.

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A isto junta-se a enorme lista de coisas que podemos modificar no nosso carro. São tantas as modificações disponíveis que facilmente perdemos bastante tempo, e dinheiro, a alterar pequenas coisas, como por exemplo, a buzina do nosso carro, só para terem noção do detalhe a que “GT6” quer chegar. O modo de evolução também está muito melhor, e este era um grande problema dos jogos anteriores. É verdade que o caminho continua idêntico, com as primeiras horas a serem algo aborrecidas para quem jogue “GT” há muitos anos, pois continuamos limitados a carros fracos no início. Contudo, o facto de cada prova ter um limite de PP (Pontos de Performance atribuídos a cada carro) torna tudo muito melhor e mais difícil. A tal adiciona-se o facto de já não ganharmos carros sempre que vencemos uma prova e precisarmos de estrelas para desbloquear as provas seguintes.  Com isto temos um jogo mais difícil que os seus predecessores, mas muito menos aborrecido, pois não chegamos a momentos que anteriormente aconteciam, como pegar num super carro e ter de ganhar várias provas para evoluir, nunca tendo um adversário à altura.

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Em termos sonoros, “GT6” apresenta uma boa banda sonora, tanto em prova como nos menus, sem que se destaque. Aliás, ao contrário dos jogos de condução mais arcada, onde uma boa banda sonora pode melhorar a experiência de jogo, aqui o impacto nunca será tão grande, até porque o próprio ruído do motor é algo que devemos ter em atenção.  Em relação aos efeitos sonoros, novamente o mesmo problema: alguns carros estão perfeitos, como se estivéssemos realmente a conduzi-los, mas esta qualidade não está presente em todos os veículos, e em alguns nota-se que ainda necessitam de trabalho.

 

Com muito, mas mesmo muito para se fazer, “GT6” ainda apresenta desafios interessantes, quer seja derrubar pinos, fazer meia volta em que temos de ultrapassar x carros e vencer no tempo certo, ou simplesmente conseguir fazer um bom tempo sem que a gasolina se acabe. Pelo meio podemos ainda navegar pela superfície lunar. O número de pistas e de carros é impressionante e só lamentamos que a inteligência artificial oscile entre a competitiva e a inerte. Mas não desesperem. Se querem um bom desafio, o online irá roubar-vos muito tempo!

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Com as microtransações este é um jogo de rápida evolução, mas se forem um jogador que não queira gastar mais dinheiro, “GT6” tem tudo para vos tirar muitas horas de sono, pois há muito para se ganhar. “GT6” continua a ter os problemas que sempre teve: IA oscilante e inexistência de danos que destrói a sensação de simulação… mas em tudo o resto és mesmo muito bom. Muitas pistas, muitos carros, muitos desafios, todo o tipo de provas de condução, desde F1, Nascar, Ralis, Karts, GT, etc… podia passar o dia a falar sobre o que este jogo nos oferece. “GT6” exige tempo e paciência para adquirirmos a melhor condução possível e em troca dá-nos uma jogabilidade sem igual nos videojogos.

Se forem como eu, um grande adepto de uma verdadeira simulação, então daqui a muitos meses ainda estarão a jogar este jogo. A série “GT” precisa apenas de duas ou três alterações para se tornar perfeito. A questão é: o que poderá “GT” fazer na próxima geração?

 

Pontos fortes:

  • Mais de 1100 carros e muitas pistas
  • Milhares de possibilidades nas modificações de carros
  • Jogabilidade perto da perfeição
  • Grande variedade de tipo de provas

Pontos fracos:

  • Inteligência artificial demasiado passiva em alguns momentos
  • Continuam a faltar os danos nos carros para sentirmos que somos castigados

LP

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