Indie Mania | 7 estreias que não podes (mesmo) perder em maio

Com a época dos blockbusters a rebentar nos cinemas após as estreias dos confrontos titânicos dos super-heróis da DC Comics e da Marvel, viramos as nossas atenções para o circuito independente e com mais de uma mão cheia de sugestões de estreias a não perder…mesmo.

Os Óscares já lá vão há algum tempo, e a verdadeira época dos bons filmes parece que se esgota nesses densos meses de janeiro e fevereiro. Porém, ao longo do ano, há uma quantidade assinalável de filmes independentes que (i) ou nos escapam porque nem sabíamos que iam estrear, (ii) são preteridos na hora de admirar explosões em Dolby Atmos e/ou IMAX. Mas hoje estamos aqui para tentar resolver esse flagelo cinéfilo e para que nunca, jamais deixem fugir os melhores filmes. Ou, pelo menos, aqueles que têm maior potencial para serem melhores.

Nota: as datas de estreia apresentadas estão sujeitas a alterações.

Janis: Little Girl Blue

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Porque não podes (mesmo) perder? Estamos perante a muito esperada e justa homenagem a uma artista que nos deixou cedo demais. Descrito como uma respeitosa, curiosa e perspicaz visão da lenda do rock ‘n’roll, Janis Joplin, “Janis: Little Blue Girl” estreou no Festival de Veneza em 2015 e alcançou aclamação instantânea. Realizado por Amy Berg, nomeada aos Óscares pelo revoltante e revelador documentário “Deliver Us from Evil”, o filme conta ainda com uma banda sonora repleta de gravações em estúdio, gravações preliminares de Joplin e ainda versões ao vivo no Woodstock Music & Art Fair (1969) e no lendário Festival Express Tour (1970).

De que é que trata? Este documentário da realizadora Amy Berg (Deliver Us from Evil, West of Memphis), examina pela primeira vez no cinema, e com profundidade, a história de Joplin, apresentando um retrato íntimo e perspicaz de uma artista impulsionadora e complexa. Narrado pela cantora Cat Power, “Janis: Little Girl Blue” oferece uma nova compreensão de uma mulher brilhante, complexa, cuja surpreendente ascensão e a súbita morte mudou a música para sempre.

Estreia: Já em exibição

 

Dheepan / Refúgio

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Porque não podes (mesmo) perder? Palma d’Ouro conquistada em Cannes 2015 deveria ser motivo mais do que suficiente para não perder este filme de vista. Mas o facto de ser realizado por Jacques Audiard pode vir a ser considerado o motivo fundamental. O realizador dos sublimes “Rust and Bone” e “O Profeta” regressa com um drama sobre refugiados que teve uma vitória em Cannes muito contestada, dado o carácter surpresa com que a Croisette recebeu a notícia. Apesar de tudo, coleciona índices muito positivos nos principais sites agregadores de críticas. Além de tudo isto, tem música composta por Nicolas Jaar. Querem mais?

De que é que trata? Para escapar à Guerra Civil do Sri Lanka, um antigo soldado, uma jovem mulher e uma menina fazem-se passar por uma família. Acabam por se instalar na periferia de Paris. Praticamente não se conhecem, mas vão tentar construir uma vida juntos.

Estreia: 12 de maio

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Louder than Bombs / Ensurdecedor

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Porque não podes (mesmo) perder? Depois do incrível “Olso, 31 de Agosto”, o realizador norueguês Joachim Trier regressa com a sua terceira longa-metragem e o primeiro filme em língua inglesa. “Louder than Bombs” (com o mesmo título daquela canção dos The Smiths que tão bem conhecem) recupera o estilo depressivo “Olso, 31 de Agosto”, num drama sobre as relações familiares e a a incompatibilidade da dor. Também competiu pela Palma D’Ouro em Cannes 2015.

De que é que trata? A preparação de uma exposição em homenagem à fotógrafa Isabelle Reed três anos após a sua morte prematura traz Jonah, o seu filho mais velho, de volta a casa. Mas há muitos anos que Jonah não passava tanto tempo com o pai e o irmão mais novo, um jovem excessivamente reservado. Com os três na mesma casa, o pai tenta desesperadamente recuperar o contacto com os dois filhos, mas todos têm dificuldade em conciliar os seus sentimentos sobre a mulher que recordam de forma tão diferente.

Estreia: 12 de maio

 

Money Monster

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Porque não podes (mesmo) perder? Jodie Foster não se tem saído extraordinariamente bem na tarefa de realizadora, mas também não se pode dizer que seja um desastre. O seu último filme, “O Castor”, resgatou o seu amigo Mel Gibson do esquecimento numa dramédia muito peculiar e bem dirigida. Desta vez, aventura-se nos thrillers com “Money Monster” e com George Clooney, Julia Roberts e Jack O’Connell no elenco. Esteve para ser o filme de abertura de Cannes 2016 (que, como sabemos caberá a “Café Society”, de Woody Allen), mas a Warner Bros. declinou essa possibilidade, talvez com medo da exposição desmesurada. O filme figura, ainda assim, na Seleção Oficial na secção não competitiva. Tudo somado, e considerando os elementos que compõem a produção, há motivos para ficarmos muito ansiosos.

De que é que trata?  Lee Gates (Clooney) é uma bombástica personalidade da televisão, cujo popular programa sobre investimentos financeiros o torna no guru do dinheiro em Wall Street. Mas depois de Gates promover a compra de ações de uma empresa de alta tecnologia, que misteriosamente entra em crash, um investidor irado (O’Connell) faz Gates, a sua equipa e a sua produtora Patty Fenn (Roberts) reféns durante a emissão ao vivo do programa. A narrativa, desenrolada em tempo real, segue Gates e Fenn, que terão de encontrar uma forma de se manterem vivos e, simultaneamente, desvendarem a verdade por trás de uma teia de grandes mentiras financeiras.

Estreia: 12 de maio

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O Menino e o Mundo

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Porque não podes (mesmo) perder? É a tal animação brasileira que foi nomeada este ano ao Óscar de Melhor Filme de Animação. E o desafio aqui é mesmo encontrar as imensas diferenças face às animações mais corriqueiras oriundas de Hollywood. Trata-se de um filme em desenho tradicional, sem diálogos falados e dotado de uma inteligência anormal para este género de cinema.

De que é que trata? Um menino abandona a sua aldeia para procurar o seu pai, descobrindo um mundo dominado por seres estranhos e fantásticos. Uma animação extraordinária, com várias técnicas artísticas, que retrata as questões do mundo moderno através do olhar de uma criança.

Estreia: 12 de maio

 

The Lobster / A Lagosta

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Porque não podes (mesmo) perder? Yorgos Lanthimos criou um dos mais bizarros (e, curiosamente, dos melhores) filmes deste século – “Canino”. Em “A Lagosta”, continua essa adoração ao bizarro num filme falado em língua inglesa e que conta com um elenco de luxo: Colin Farrell, Rachel Weisz, Ben Whishaw, John C. Reilly e : Léa Seydoux. Mas Lanthimos não se limita a admirar o seu elenco ou a viver dos louros do passado. Aqui, expande as suas ideias subversivas sobre o Homem e as relações humanas, com uma pitada de humor e um argumento irrepreensível. Um dos filmes do ano.

De que é que trata? No universo paralelo de Yorgos Lanthimos, todas as pessoas solteiras, segundo as regras da cidade, são presas e transferidas para um hotel, onde têm a obrigação de encontrar um parceiro em 45 dias. Quem falhar é transformado num animal à sua escolha e libertado na floresta. Um homem desesperado foge do hotel para a floresta onde os solitários vivem, e apaixona-se, embora seja contra as regras impostas por estes.

Estreia: 19 de maio

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The Nice Guys / Bons Rapazes

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Porque não podes (mesmo) perder? “Incrível”. “Fantástico”. “Hilariante”. “Tudo o que querias que fosse e ainda mais.” É certo que a prudência manda colocar água na fervura quanto a estas reações prévias no Twitter, mas a avaliar pelas primeiras impressões, “The Nice Guys” não só será um dos filmes a não perder em maio, mas um daqueles mesmo imperdíveis… do ano! O realizador de “Kiss Kiss Bang Bang”, Shane Black, recruta Ryan Gosling e Russell Crowe para uma divertida comédia de ação que, segundo o próprio, é uma “sequela espiritual” desse mesmo “Kiss Kiss Bang Bang”. O filme estreia em Cannes dentro de poucos dias e, por essa altura, teremos mais certezas sobre a natureza de todo este buzz.

De que é que trata? Em Los Angeles, durante a década de 70, Holland March (Gosling) e Jackson Healy (Crowe) são dois detetives privados forçados a trabalhar em conjunto para deslindarem um caso que envolve o desaparecimento de uma jovem e a morte aparentemente não relacionada de uma antiga estrela de filmes para adultos.

Estreia: 26 de maio

 

Depois desta nossa viagem pelas estreias de filmes independentes do mês de maio, quantas delas é que pensas ver no cinema?


 

 

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