Natalie Portman à conquista do Óscar no novo trailer de Jackie

Depois de um misterioso e elegante teaser, já temos o primeiro trailer para Jackie, um filme que poderá dar um segundo Óscar a Natalie Portman.

A seguir de ter recebido aclamação quase generalizada da crítica internacional e um galardão pelo seu argumento no festival de Veneza, Jackie tem vindo a marcar uma passagem igualmente áurea pelos vários festivais de cinema do mundo. Estreou em Veneza sem distribuidor mas, depois dos primeiros olhos terem visto a obra completa do chileno Pablo Larrain, o filme conseguiu logo assegurar distribuição ainda para este ano nos EUA , garantindo-lhe um lugar de destaque na corrida aos Óscares.

A prestação de Natalie Portman, em particular, tem sido alvo dos mais luminosos elogios. Apesar de já ter ganho um Óscar por Cisne Negro há 6 anos, parecem haver poucas candidatas, nesta altura, tão bem posicionadas para uma vitória no Dolby Theatre. Talvez apenas Emma Stone em La La Land ou Annette Bening em 20th Century Women consigam arrancar esta vitória das mãos de Portman, mas vai ser uma luta bem dura. Este novo trailer, em particular, é quase um espetáculo em miniatura sobre a flexibilidade expressiva e subtileza de Portman nas suas várias maneiras de exprimir esmagadora mágoa, perda e tragédia com um simples olhar.

Ao contrário do que se poderia ter esperado, este filme biográfico sobre Jackie Kennedy aquando do assassinato do Presidente seu marido, é bem distante da usual banalidade a que Hollywood nos habituou, no que diz respeito a este tipo de docudramas. De facto, Jackie afirma-se como um psicodrama, tão frio e cínico como elegante, onde a qualidade performativa do luto público e da figura política são examinados.

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A salientar essa inerente teatralidade, quase operática, da esfera política, Larrain reuniu aqui uma equipa de mestres criativos como o diretor de fotografia Stéphane Fontaine (Elle, Ferrugem e Osso, O Profeta) e a compositora avant-garde Mica Levi (Debaixo da Pele). Chegado o dia das nomeações dos Óscares, será bem provável que este filme se afirme como um dos títulos com mais indicações.

Esse estatuto de frontrunner da Awards Season foi ainda mais solidificado na passada semana. É insensível, crasso e quase irresponsável falar dos resultados eleitorais dos EUA através do prisma dos Óscares, mas é difícil não prever, depois da perda de Hillary Clinton, uma revolta a começar a ganhar asas entre os membros, maioritariamente liberais, da Hollywood moderna. Se, depois da polémica #OscarsSoSwhite, a Academia estava já a preparar-se para um ano de diversidade racial, este recente cataclismo conservador será a grande força que irá propulsionar títulos como Moonlight e Jackie para a frente da corrida aos homens dourados mais cobiçados do mundo do cinema.

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Nos tempos que correm, haverá um filme mais bem posicionado para representar o terrível ano de 2016, do que um estudo da dor e perda de uma mulher com um papel de protagonismo no teatro político americano?

Não percas este filme quando passar nos cinemas portugueses. A sua estreia está, de momento, prevista para 9 de fevereiro, mesmo a tempo dos Óscares.