Tomb Raider (PS3) em análise

 

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  • Editora: Square Enix
  • Produtora: Crystal Dynamics
  • Plataformas: PlayStation 3, Xbox 360, PC

 

Classificação 

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É o muito esperado regresso de Lara Croft após termos sido brindados nos últimos meses com excelentes vídeos que prometiam uma aposta forte neste renascer de saga.

“Tomb Raider” perde alguma da sua anterior identidade, ao deixarmos de ver uma Lara acrobata onde a ação e os enigmas preenchiam o jogo. Em relação aos enigmas, eles existem, mas o jogo é agora muito mais virado para a ação contínua e para o amadurecimento de Lara, culminando num género onde “Uncharted” é rei.

tomb raider house

Enredo: Apesar de a história falhar em nos ligar com as personagens secundárias, o jogo consegue criar uma “nova” Lara Croft que todos irão gostar. Deve-se assinalar o grande trabalho ao dar profundidade à história, mas principalmente à evolução de Lara, que começa como uma rapariga, de grandes conhecimentos académicos, que é obrigada a tornar-se numa sobrevivente e acaba como uma grande caçadora de animais/inimigos. Com um início de saga bem criado, o enredo leva-nos por caminhos de grande carga sentimental, como é, por exemplo, a primeira morte de um inimigo ou a primeira vez que Lara tem de caçar para sobreviver. Neste aspeto, a história foca todos os pontos importantes para o desenvolvimento de uma personagem, falhando apenas em apressar alguns momentos, dando a ideia que Lara “cresce demasiado depressa”.

Jogabilidade: Neste aspeto não há muito a dizer, pois estamos perto da perfeição para este género de jogos. Intuitiva, fácil, e que nos dá uma enorme sensação de controlo, todo o jogo demonstra o enorme trabalho gasto neste jogo. Preparem-se para escalar, caçar, matar e explorar muito, enquanto desenvolvemos o nosso arsenal e também a própria Lara, sem nunca perdermos uma vida por falha nos controlos do jogo. Aproveitamos ainda para realçar que todas as evoluções (armas e personagem), encaixam perfeitamente no enredo e no mundo criado para este jogo.

tomb raider fire

Gráficos: Graficamente é um dos jogos mais fascinantes desta geração. É linear, tal como se espera neste género, mas muito menos do que o que estamos habituados. É vasto, cheio de caminhos secundários, e mesmo aqueles que não costumam explorar todos os cantos, aqui passarão algum tempo a pesquisar as várias possibilidades que nos aparecem à frente. Ainda na parte gráfica, “Tomb Raider” não apresenta quebras nem bugs e todos os cenários são cuidadosamente trabalhados, mesmo os que apresentam um tamanho considerável, dando vontade de parar e ficar a observar. Lara está muito bem criada e todos os seus movimentos são suaves. Os efeitos de luz e sombra estão perfeitos e encaixam perfeitamente na flora e fauna desta ilha que é muito mais violenta do que parece. Mas para além disto, “Tomb Raider” dá-se ao luxo de não ter um único loading! É esta a verdade, pois não existem níveis ou paragens para a consola carregar o próximo cenário, sendo possível fazer todo o jogo sem uma única pausa! Como é isto possível?…criando um cenário que em certos momentos nos leva a atravessar um cenário mais pequeno (como uma gruta ou um elevador) e enquanto aí estamos, carrega o próximo sem que nos dêmos conta (isto é apenas um exemplo).

Som: Também aqui o trabalho está muito bom. O ambiente criado pela história e grafismo pedia um bom ambiente sonoro e foi conseguido. Vozes, efeitos e banda sonora estão com grande qualidade, e apesar de muitas vezes quase não se notar, toda a experiência de jogo fica num patamar superior graças à componente sonora.

tomb raider

Com um único jogo, Lara Croft deixa a sua marca numa geração onde Nathan Drake (“Uncharted”) foi rei neste género. Pode não ter personagens secundárias tão carismáticas, mas percebe-se que este jogo seja sobre o nascer de um sobrevivente/predador. O ambiente é negro e arrepiante e muitas vezes levará a personagem ao limite para sobreviver, e nós iremos sofrer com ela. Esta capacidade de o jogo nos agarrar e nos levar para o seu mundo é fantástica, e poucos o conseguem… “Tomb Raider” consegue-o!

Para além disto, a inteligência artificial também demonstra qualidade, com inimigos para todos os gostos: calculistas, agressivos, inteligentes, e no nível mais alto de dificuldade, a experiência torna-se ainda mais intensa. Em termos de longevidade, acabar o single player com tudo descoberto será uma tarefa para muitas horas, pois existe mesmo muito para descobrir numa história que não é pequena. Juntem também um sistema de evolução que vos incentiva a descobrir mais e mais, e terão um jogo com muitas horas pela frente.

tomb raider bodies

Agora, o que é mau neste jogo? É verdade que a história não está ao nível do jogo, mas não é má, apenas não é fantástica. As lutas corpo a corpo também têm espaço para evoluir e também se pede que a história nos leve a preocuparmo-nos mais com os amigos de Lara, mas nada disto está mau, apenas pode ser melhorado. O problema deste jogo está no modo multiplayer, que falha em muitos aspetos. Não nos consegue prender nem oferece nada de novo, e ao fim de algum tempo percebemos que se “Tomb Raider” fosse um jogo mediano, este multiplayer poderia interessar, mas deixar de jogar uma fantástica experiência single player para entrar neste multi, não faz sentido.

Resumindo, é verdade que ainda não foi desta que dei um nota máxima a um jogo, mas “Tomb Raider” foi o que esteve mais perto. Aliás, apenas não a recebe por falhar no multiplayer. No entanto, temos de ser justos e dizer o seguinte: se o multiplayer é algo que não costumam jogar, e se o single player é tudo para vocês, então “Tomb Raider” é um jogo de nota 10 e um dos grandes jogos desta geração. Um jogo que promete um futuro brilhante para Lara Croft e ficamos desejosos de mais! Simplesmente fantástico e certamente um dos jogos de 2013!

 

Pontos fortes:

  • Gráficos fantásticos e com um ambiente constante e aterrador
  • Grande qualidade sonora
  • Evolução de uma personagem muito humana
  • Jogabilidade perto da perfeição
  • Sangrento, emocional e cheio de adrenalina
  • Momentos de cortar a respiração

Pontos fracos:

  • Modo multiplayer

LP

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