All Kinds of Everything | Festival da Canção da Eurovisão: uma história em quatro décadas
Parabéns à Eurovisão que completou sessenta anos, o mesmo acontecendo com o Festival da Canção, o seu evento mais emblemático. Goste-se ou não, a verdade é que não deixa de ser fascinante pensar que se trata de um fenómeno cultural que dura há seis décadas e é mais antigo que a CEE / União Europeia, o rock’n’roll, a revolução pop, a minissaia, a música eletrónica, o punk, o hip-hop ou a internet.
1955 – 1966
A intenção de realizar um festival musical pan-europeu surgiu numa Europa devastada por uma guerra terrível, a mais terrível de todas, e dividida em dois grandes blocos, o leste e o ocidente. Uma Europa onde subsistiam ainda vários regimes ditatoriais.
O então prestigiado Festival de São Remo serviu de modelo à ideia de criar um certame musical que reunisse diferentes países da Europa. A ideia foi defendida, pela primeira vez, numa reunião da European Broadcasting Union, em 1955, onde se encontravam representantes de várias estações de televisão europeias. Um ano depois, em 1956, a primeira edição do Eurofestival aconteceu, no dia 24 de Maio, no Teatro Kursaal, em Lugano, na Suíça, e reuniu sete países, os representantes do que poderíamos chamar o núcleo duro da Europa ocidental de então: a Alemanha Federal, a França, a Holanda, a Bélgica, a Itália e a Suíça, apresentando cada país duas canções. De fora, ficaram não só Portugal e a Espanha, mas os países nórdicos, o Reino Unido e a Irlanda, para além da Grécia, da Jugoslávia e da Áustria. Das catorze canções apresentadas, duas por cada país, apenas uma era escolhida, a vencedora, não havendo, portanto, uma classificação que posicionasse as restantes entre o segundo e o último lugar. Assim, a primeira vencedora foi a suíça Lys Assia com “Refrain”, uma canção orquestrada e cantada ainda de uma forma melosa e antiquada, muito longe das interpretações pop e ligeiras que posteriormente caracterizariam o festival. Curiosamente, Lys Assia, que no primeiro festival interpretou as duas canções da Suíça, voltou a representar este país nas duas edições seguintes, em 1957 e 1958, anos em que cada país passou a concorrer com apenas uma canção e em que passou a haver classificações entre o primeiro e o último lugar.
A segunda edição do Festival da Eurovisão aconteceu a 3 Março de 1957, em Francoforte, e contou com a presença da Áustria, Noruega e Reino Unido, para além dos sete países da edição anterior, e foi vencida por Corry Brokken, da Holanda, que interpretou “Net Als Toen”. Nos anos seguintes, outros países foram-se juntando – a Suécia, em 1958, o Mónaco, em 1959, e a Dinamarca, em 1960 -, pelo que eram já dezasseis países em 1961, ano em que se estrearam, em Cannes, a Espanha, a Jugoslávia e a Finlândia. Portugal, através da RTP, participou pela primeira vez, em1964, com a canção “Oração” defendida por António Calvário, o que não correu da melhor maneira, pois não conseguiu um único ponto na votação. Nesse ano, a vitória foi para a Itália com o célebre “Non Ho L’étà” de Gigliola Cinquetti, canção que já mostrava um conceito relativamente moderno e alguma influência pop nos arranjos. De facto, nessa altura, a Europa e o mundo já viviam a revolução pop, com grupos como os Beatles, os Rolling Stones, os Manfred Mann ou os Kinks a dominarem os tops, pelo que as influências pop não demoraram muito a também se imporem no Eurofestival. Curiosamente, não foi o Reino Unido, então o epicentro da cultura jovem, que introduziu uma postura pop no Festival, mas o Luxemburgo, ao se fazer representar pela jovem France Gall, então com dezassete anos, e conseguir a primeira vitória genuinamente pop no Eurofestival com a canção “Poupée De Cire, Poupée De Son”, da autoria do prestigiado Serge Gainsbourg, nome que voltaria ao festival, como autor, em 1967, com “Boum Badaboum”, interpretado por Minouche Barelli, representando o Mónaco, e em 1990, com “White and Black Blues”, interpretado por Joëlle Ursull, representando a França.
1967- 1979
Nos anos seguintes, os novos sons da música pop tornaram-se dominantes, principalmente nas representações britânicas, que, entre 1967 e 1977, conseguiram ficar sempre entre os quatro primeiros classificados – três vezes em primeiro lugar e quatro vezes em segundo – com nomes como os de Sandie Shaw, Cliff Richard, Lulu, Mary Hopkins, Olivia Newton-John, The Shadows ou Linsey de Paul, entre outros. Portugal também apostou na pop, em 1968 e 1972, anos em que, respetivamente, Carlos Mendes defendeu “Verão” e “Festa da Vida”, duas das melhores participações portuguesas de sempre no Eurofestival.
No início dos anos 1970, duas grandes tendências digladiavam-se no Festival: a pop de inspiração anglo-saxónica e a música ligeira de inspiração francesa, que lutava por manter um lugar de relevo num mercado discográfico cada vez mais dominado por ingleses e norte americanos. Foi esta última tendência, que venceu três anos consecutivos o Festival, entre 1971 e 1973, com “Un banc, Un Arbre, Une Rue”, de Severine, “Aprés Toi”, de Vicky Leandros, e “Tu Te Reconnaitras” de Anne Marie David, até que, em 1974, os popíssimos ABBA ganharam com “Waterloo”, proeza que os catapultou para uma das mais brilhantes (e lucrativas) carreiras de toda a história da música pop. Nesse mesmo ano, a Itália ficou em 2º lugar com “Si”, defendido por Gigliola Cinquetti, mas os italianos não puderam ver a sua exibição em direto, uma vez que a transmissão do Festival foi interrompida em Itália durante a sua própria canção, pois a letra repetia mais de uma dúzia de vezes a palavra si (sim) e estava-se em campanha eleitoral, em Itália, para um referendo sobre a lei do divórcio civil, cuja liberalização era proposta pelos defensores do sim. Ainda em 1974, a canção que representou Portugal, “E Depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, serviu de senha na madrugada de 25 de Abril à revolução que mudou Portugal e deu início a processos de mudança em África, em Espanha, na Grécia e no Brasil. A presença portuguesa em 1975, com Duarte Mendes, um militar, num momento em que os militares governavam o país e se preparavam as primeiras eleições livres, após décadas de ditadura, foi censurada no Chile, que interrompeu a emissão durante a canção portuguesa por a considerar subversiva. Obviamente, a letra de uma música que começava por referir “os que morreram sem saber porquê, os que teimaram em silêncio frio”, não agradou ao regime de Pinochet, que, um ano e meio antes, assassinara o músico Víctor Jara, e muitas outras pessoas, no Estádio de Santiago do Chile, por questões políticas. Em 1975 e 1976, os holandeses Teach In e os britânicos Brotherhood of Man, venceram o certame, procurando seguir as pisadas dos ABBA, mas muito longe de terem o mesmo sucesso duradouro. Após mais uma vitória de uma canção em francês, “L’oiseau Et L’enfant” da luso-francesa Marie Myriam, em 1977, vieram os anos de Israel, que venceu, quer fosse por razões políticas quer por razões ligadas ao próprio mercado discográfico, duas vezes seguidas, em 1978 e 1979, com “Aba Ni bi”, de Izhar Cohen and the Alphabeta, e “Hallelujah”, dos Milk and Honey, respetivamente.
1980 – 1989
A partir do final dos anos 1970, o Reino Unido, que até então se mantivera como uma espécie de “vanguarda pop” do Festival, deixa de se fazer representar por nomes sonantes e de relativa importância no cenário pop internacional, deixando o Festival entregue a si próprio. Mesmo assim, a música anglo-saxónica vence em 1980 e 1981, com Johnny Logan, da Irlanda, cantor que venceria mais duas vezes o concurso, e os Bucks Fizz, um grupo até então sem nome nem história, o que não era habitual nas representações britânicas antes de 1978. A revolução punk e, mais especificamente, a new wave, que se lhe seguiu, no final dos anos 70, tinham confirmado o Reino Unido como potência musical mundial, pelo que o Eurofestival tinha começado a ser visto, nesses anos, como algo decadente e com efeitos perniciosos, pelos britânicos. O crescente desinteresse britânico pelo Festival contribui para uma relativa estagnação do mesmo, na década de 1980, não obstante algumas presenças importantes como a dos belgas Telex, percursores da pop eletrónica e do techno, que, em 1980, ficam em antepenúltimo lugar com o tema, imaginem, “Eurovision”.
Na década de 1980, o Festival deixa de estar confinado à Europa ocidental e Israel, e passa a incluir países como Marrocos, que concorre pela primeira vez em 1980, e fica em penúltimo lugar, ou o Chipre e a Turquia, que se estreiam em 1981, tendo, no entanto, as canções turcas, nos primeiros anos, ficado sempre nos últimos lugares. Depois das vitórias pouco interessantes da Alemanha Federal e do Luxemburgo, em 1982 e 1983, respetivamente, a Suécia volta a ganhar o Festival, em 1984, o que consegue com uma canção algo pop, “Diggi-loo Diggy-ley” de Herrey’s, na linha dos Secret Service, também eles suecos, mas sem conseguir quebrar a maldição de monotonia que parece se ter apoderado do Festival. Os anos seguintes, em que a Noruega vence, em 1985, com os Bobbysocks, a Bélgica, em 1986, com Sandra Kim, e a Irlanda, em 1987, com Johnny Logan, pela segunda vez, são anos de estagnação. Nem sequer a participação, em 1987, do ex-punk belga Plastic Bertrand, concorrente pelo Luxemburgo e autor do conhecido “Ça Plane Pour Moi”, consegue animar um Festival em franco declínio.
Em 1988, o Festival recupera um certo alento com a vitória da canadiana Céline Dion, representando a Suíça com “Ne Partez Pas Sans Moi”, que seria supostamente o regresso da canção em francês, mas, após o Festival, Dion acabaria por se tornar mundialmente conhecida por interpretar canções em inglês como o famoso “My Heart Will Go On” do filme “Titanic”. A década de 1980, encerra com a primeira vitória da Jugoslávia, com “Rock Me”, de Riva, curiosamente um ano antes de o país começar a se desmembrar com as declarações de independência da Eslovénia e da Croácia, em Junho de 1991.
1990 -1999
Na década de 1990, a Europa vive um dos mais conturbados períodos da sua história recente, com o desmembramento do bloco de leste e as guerras civis nos Balcãs. Em 1990, o italiano Toto Cutugno vence em Zagreb, cidade que ficaria parcialmente destruída pela guerra, uns anos depois. Em 1993, depois de uma desinteressante vitória sueca, em 1991, e outra irlandesa, em 1992, o Festival vê iniciar-se o maior desafio da sua história; a abertura aos países do leste da Europa. Assim, nesse mesmo ano, havendo sete novos países a quererem participar no Festival, é feita pela primeira vez uma pré-seleção para escolher três de entre os países estreantes. São escolhidos a Eslovénia, a Croácia e a Bósnia-Herzegovina, ficando de fora a Hungria, a Eslováquia, a Roménia e a Estónia. Não obstante as novas participações, as duas vertentes, a anglo-saxónica e a francófona, voltam a repartir os lugares cimeiros, em 1993, com a Irlanda e o Reino Unido em primeiro e em segundo lugar, respetivamente, e a França em terceiro. No ano seguinte, em 1994, o facto de o número de participantes continuar a aumentar de ano para ano, com as transformações políticas na Europa, são excluídos à partida os sete países menos votados da edição anterior, indo a concurso vinte e cinco países, entre os quais oito estreantes: a Estónia, a Lituânia, a Rússia, a Polónia, a Roménia, a Hungria e a Eslováquia. Era, sem dúvida, um sinal dos tempos ver a Rússia a concorrer ao Festival da Eurovisão e a Polónia a ficar em segundo lugar, apesar de a Irlanda ter ganho uma vez mais, a terceira vez consecutiva, aliás, tornando-se o país com mais vitórias no Festival, seis até então. Esta proeza foi conseguida com “Rock ‘n’ Roll Kids” uma balada melosa sobre os inícios do rock’n’roll mas que pouco ou nada tinha a ver com rock’n’roll, interpretada por Paul Harrington and Charlie McGettigan.
Nos anos seguintes, sem grande história, mantém-se o sistema de exclusão dos menos votados na edição ou edições anteriores, de modo a que o número de concorrentes não exceda os vinte e cinco. O Festival consegue, nos anos 1990, um maior raio de influência ao incluir os países do leste europeu, para além de países como o Chipre, a Turquia, Israel ou mesmo a Islândia que mantêm com frequência a sua presença, mas perde alguma importância no Ocidente, onde passa a ser visto cada vez mais como algo “fora de moda”. Em 1998, Israel vence com Dana International, o primeiro transsexual assumido a consegui-lo, o que não deixa de escandalizar os mais conservadores, mostrando ao mesmo tempo que o Festival da Eurovisão podia recuperar alguma importância política e sociológica, o que viria a acontecer nos anos 2000.
2000 – 2015
No século XXI, num mundo cada vez mais marcado pela relação complexa entre globalização e afirmação identitária, o Festival da Eurovisão tem sido um palco onde estas duas grandes tendências contemporâneas, nem sempre contraditórias, se têm manifestado. Se a maioria dos países tem optado por cantar em inglês (mesmo quando apresentam canções de índole folclórica e nacional, como o caso “Golden Boy”, de Nadav Guedj, representante de Israel, em 2015) há sempre um grupo de países que se fazem representar nas suas línguas nacionais (ou mesmo regionais, como foi o caso da França com o corso, em 2011). Não será certamente errado dizer que o Festival da Eurovisão, nos últimos anos, conseguiu recuperar alguma da sua credibilidade e importância relativa. Não tanto uma importância musical mas uma importância identitária e sociológica, já que o palco do Festival se tornou, não raras vezes, tribuna para vozes e causas de minorias, para além de se manter um espaço de afirmação identitária, de relativa importância, para países periféricos.
Os exemplos de afirmação identitária e/ou defesa de causas ligadas a minorias são vários: em 2011, a França faz-se representar pelo tenor Amaury Vassili, que canta, com um casaco ao estilo de Napoleão Bonaparte, em corso, língua da Córsega, que só tinha sido usada no Festival, em 1993, por Patrick Fiori, ao interpretar “Mama Corsica”, também em representação da França; em 2012, a Rússia apresenta as Buranovskiye Babushki, um grupo de avozinhas da República da Udmúrtia, que, com trajes campesinos, vão cozendo pão, de forma tradicional, enquanto cantam “Party For Everybody” (“Festa para todos”); em 2013, a Grécia, em tempos de crise e de Troika, apresenta a canção “Alcohol is Free” (“o álcool é à borla”), interpretada por Elias Kozas e os Koza Mostra, fundindo a música tradicional dos Balcãs com influências punk rock, e assumindo uma postura irreverente; em 2014, a Áustria, vence o Festival com a polémica Conchita Wurst, um travesti barbado, da Áustria, o que leva vários políticos a criticarem o Festival, em particular na Rússia, cujas leis anti-gay, de Putin, têm gerado indignação à escala mundial; em 2015, o sueco Måns Zelmerlöw, que fez trabalho de voluntariado em África, onde fundou escolas, vence o Festival, lembrando que “we are all heroes, no matter who we love, who we are or what we believe in” (“somos todos heróis, não importam quem amamos, quem somos ou aquilo em que acreditamos”). Nem tudo é fútil no Festival da Canção.
Volvidos sessenta anos, desde a sua primeira edição, e apresentadas ao todo 1218 canções, o Festival da Canção da Eurovisão mantém-se variado, polémico e fiel a si mesmo. All kinds of everything.
TOP 100 Eurovisão 1966 – 2015 (100 entre 1218)
01 – Waterloo – ABBA 1974 #1 Suécia
02 – Poupée De Cire, Poupée De Son – France Gall 1965 #1 Luxemburgo
03 – Eurovision – Telex 1980 # 17 Bélgica
04 – Euphoria – Loreen 2012 #1 Suécia
05 – Sognu – Amaury Vassili 2011 #15 França
06 – Lejla – Hari Mata Hari 2006 # 3 Bósnia Herzegovina
07 – Un Banc, Un Arbre, Une Rue – Severine 1971 #1 Mónaco
08 – Rock Bottom – Linsey de Paul & Mick Moran 1977 #2 Reino Unido
09 – Non Ho L’étà – Gigliola Cinquetti 1964 #1 Itália
10 – Depois Do Adeus – Paulo de Carvalho 1974 #9 Portugal
11 – Heroes – Måns Zelmerlöw 2015 #1 Suécia
12 – Si – Gigliola Cinquetti 1974 #2 Itália
13 – Heute In Jerusalem – Christina Simon 1979 #18 Áustria
14 – Kedvesem – ByeAlex 2013 # 10 Hungria
15 – Frère Jacques – Anne Marie B. 1977 #16 Luxemburgo
16 – Alcohol Is Free – Koza Mostra ft. Agathon Iakovidis 2013 # 6 Grécia
17 – Diese Welt – Katja Ebstein 1971 #3 Alemanha Federal
18 – Viva La Diva – Dana International 1990 #1 Israel
19 – Puppet On A String – Sandie Shaw 1967 #1 Reino Unido
20 – A Festa da Vida – Carlos Mendes 1972 #7 Portugal
21 – Love Injected – Aminata 2015 #6 Letónia
22 – Urban Symphony – Rändajad 2009 #6 Estónia
23 – Fairytale – Alexander Rybak 2009 #1 Noruega
24 – Parlez-Vous Français? – Baccara 1978 #7 Luxemburgo
25 – Nel Blu Dipinto Di Blu (Volare) – Domenico Modugno 1958 #1 Itália
26 – L’Amour Est Bleu – Vicky Leandros 1967 #4 Luxemburgo
27 – Uma Flor de Verde Pinho – Carlos do Carmo 1976 #12 Portugal
28 – L’amour S’En Va – Françoise Hardy 1963 # 5 Mónaco
29 – L’Amour Ça Fait Chanter La Vie – Jean Valée 1978 #2 Bélgica
30 – Rise Like a Phoenix – Conchita Wurst 2014 #1 Áustria
31 – Aprés Toi – Vicky Leandros 1972 #1 Luxemburgo
32 – Comé Comédie – Betty Mars 1972 #11 França
33 – Nocturne – Secret Garden 1995 #1 Noruega
34 – Sanomi – Urban Trad 2003 #2 Bélgica
35 – Ne Ver, Ne Boisia – TATU 2003 #3 Rússia
36 – Satellite – Lena 2010 #1 Alemanha
37 – Silent Storm – Carl Espen 2014 # 8 Noruega
38 – Tijd – Saskia & Serge 1971 #6 Holanda
39 – Madrugada – Duarte Mendes 1975 #16 Portugal
40 – White And Black Blues – Joëlle Ursull 1990 # 2 França
41 – Piove (Ciao, Ciao Bambina) – Domenico Modugno 1959 #1 Itália
42 – Boom Bang-a-Bang – Lulu 1969 #1 Reino Unido
43 – Divine – Sébastien Tellier 2008 # 19 França
44 – Show Me Your Love – Tina Karol 2006 # 7 Ucrânia
45 – Rhythm Inside – Loïc Nottet 2015 #4 Bélgica
46 – Verão – Carlos Mendes 1968 #11 Portugal
47 – Telegram – Silver Convention 1977 #8 Alemanha Federal
48 – Boum Badaboum – Minouche Barelli 1967 #5 Mónaco
49 – A Tourada – Fernando Tordo 1973 #10 Portugal
50 – Save Your Kisses For Me – Brotherhood Of Man 1976 #1 Reino Unido
51 – Pokušaj – Laka 2008 #10 Bósnia Herzegovina
52 – Nije Ljubav Stvar – Željko Joksimović 2012 #3 Sérvia
53 – Adio – Knez 2015 #13 Montenegro
54 – Silêncio E Tanta Gente – Maria Guinot 1984 # 11 Portugal
55 – All Kinds Of Everything – Dana 1970 #1 Irlanda
56 – Todas As Ruas Do Amor – Flor-de-Lis 2009 #15 Portugal
57 – Power To All Our Friends – Cliff Richard 1973 #2 Reino Unido
58 – Tonight Again – Guy Sebastian 2015 #5 Austrália
59 – Let Me Be The One – The Shadows 1975 #2 Reino Unido
60 – Long Live Love – Olivia Newton-John 1974 #4 Reino Unido
61 – Pomme, Pomme, Pomme – Monique Melsen 1971 #13 Luxemburgo
62 – Only Teardrops – Emmelie de Forest 2013 # 1 Dinamarca
63 – Everyway That I Can – Sertab Erener 2003 #1 Turquia
64 – Golden Boy – Nadav Guedj 2015 #9 Israel
65 – Socrates – Elpida 1979 # 8 Grécia
66 – Ding Dong – Teach In 1975 #1 Holanda
67 – Hi – Ofra Haza 1983 #2 Israel
68 – Party For Everybody – Buranovskiye Babushki 2012 #2 Rússia
69 – Dancing Lasha Tumbai – Verka Serduchka 2007 #2 Ucrânia
70 – Wild Dances – Ruslana 2004 # 1 Ucrânia
71 – Ele e Ela – Madalena Iglesias 1966 #13 Portugal
72 – Beg, Steal Or Borrow – New Seekers 1972 #2 Reino Unido
73 – Hallelujah – Milk & Honey 1979 #1 Israel
74 – Running Scared – Ell & Nikki 2011 #1 Azerbaijão
75 – We’ll Live It All Again – Al Bano & Romina Power 1976 #7 Itália
76 – Portugal no Coração – Amigos 1977 #14 Portugal
77 – Tu Te Reconnaitras – Anne Marie David 1973 #1 Luxemburgo
78 – What’s Another Year – Johnny Logan 1980 #1 Irlanda
79 – A Ba Ni Bi – Izhar Cohen & Alphabeta 1978 #1 Israel
80 – Rise Up – Freaky Fortune feat. RiskyKidd 2014 # 20 Grécia
81 – Lipstick – Jedward 2011 #8 Irlanda
82 – Bem Bom – Doce 1982 # 13 Portugal
83 – Making Your Mind Up – Bucks Fizz 1981 #1 Reino Unido
84 – Congratulations – Cliff Richard 1968 #2 Reino Unido
85 – Un Jour un Enfant – Frida Boccara #1 1969 França
86 – A Force De Prier – Nana Mouskouri 1963 8 # Luxemburgo
87 – Goodbye To Yesterday – Elina Born & Stig Rästa 2015 #7 Estónia
88 – Questo Amore – Ricchi & Poveri 1978 #12 Itália
89 – Love Will Set You Free – Engelbert Humperdinck 2012 #25 Reino Unido
90 – A Million Voices – Polina Gagarina 2015 #2 Rússia
91 – Un, Deux, Trois – Catherine Ferry 1976 #2 França
92 – Play Back – Carlos Paião 1981 #18 Portugal
93 – L’Oiseau Et L’Enfant – Marie Miriam 1977 #1 França
94 – Si La Vie Est Cadeau – Corinne Hermès Luxemburgo 1983 #1
95 – Refrain – Liz Assia 1956 #1 Suíça
96 – L’amore È Un Attimo – Massimo Ranieri 1971 #5 Itália
97 – Knock, Knock (Who’s There?) – Mary Hopkins 1970 #1 Reino Unido
98 – Hunter Of Stars – Sebalter 2014 # 13 Suíça
99 – Jack In The Box – Clodagh Rodgers 1971 #4 Reino Unido
100 – La, La, La – Massiel 1968 1 # Espanha
João Peste Guerreiro
PS: Este Top é da exclusiva responsabilidade do autor do artigo, e resulta de uma apreciação pessoal e, obviamente, subjetiva.