Produtores de Building Star Trek em entrevista | Filme é para quem não conhece o franchise

Star Trek fez 50 anos em 2016 e nada melhor para celebrar a data do que falar com os produtores do mais recente documentário da saga: Building Star Trek!

Star Trek comemorou em setembro o 50º aniversário da estreia da Original Series. Com o objetivo de celebrar esta data estiveram presentes na Comic Con Portugal os produtores Elliott Halpern e Elizabeth Trojian, responsáveis pelo mais recente documentário sobre a saga.

Building Star Trek mostra cenas inéditas das séries originais destacando as inovações científicas e todos os equipamentos que inspiraram gerações. Mas desengana-te se pensas que o documentário é apenas para os Trekkers. Os produtores revelaram que o filme é para os fãs e para todas as pessoas que não conhecem nada sobre Star Trek.

Vem conhecer mais sobre a produção de Building Star Trek e descobrir o que Elliott Halpern e Elizabeth Trojian pensam sobre os novos filmes da saga.

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star trek

Para as pessoas que não conhecem o documentário, podem contar-nos o que podemos encontrar em Building Star Trek?

ElizabethBuilding Star Trek é um filme sobre a celebração do 50º aniversário da estreia da Original Series. Retrata como a série inspirou a ciência a tornar real aquilo que existia na série. Explora como é que a produção alterou o futuro, a ciência, a cultura pop e política. Acaba por falar do passado e do futuro.

Elliot – Resumindo fala de como a ficção científica influencia a ciência.

 

Numa entrevista afirmaram que não queriam produzir um documentário nostálgico, por quê?

Elliot – Nós não fazemos filmes desses. Mas parece ser um documentário interessante, principalmente para os fãs, porque iriam ver entrevistas dos atores a falar da produção.

Nós temos uma parte nostálgica no documentário, porém nós queríamos fazer algo diferente. Fazer um documentário que mostrasse a influência de Star Trek, um filme que “olhasse para trás”.

Acima de tudo nós queríamos fazer um documentário que introduzisse as pessoas para Star Trek. Não queríamos que fosse apenas para fãs, mas para quem vai conhecer pela primeira vez.

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Elizabeth – Por exemplo também é para quem viu apenas os novos filmes. Tentamos inspirar as pessoas para que elas vejam as séries originais.

 

Então a principal diferença entre este documentário e os restantes documentários sobre Star Trek prende-se com o facto de não ser apenas para os fãs?

Elizabeth – Sim, e foi por isto que o documentário se tornou muito difícil de fazer. Nós tínhamos de fazer algo que agradasse aos fãs, mas também que cativasse as pessoas que não conhecem Star Trek.

Elliot – Nós tivemos de apresentar o panorama geral e os principais aparelhos da série. O documentário teve de apresentar a série original não só para os fãs mas também para os que não conheciam. É por isso que nós recebemos muitos comentários dos fãs a dizerem que devíamos ter explorado mais certos aspetos.

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Os fãs deram sugestões de novos documentários sobre Star Trek? Vocês gostariam de realizar um novo?

Elliot – Honestamente não. Não somos assim. Nós fazemos um documentário e partimos para um novo projeto. Não faz sentido para nós fazer uma sequela do documentário com mais material.

 

E se fosse um documentário com uma abordagem diferente?

Elliot – Dependeria da abordagem.

Elizabeth – Eu acho interessante explorar a influência de Star Trek na sociedade e nas mentalidades das pessoas. Gene Roddenbery [criador da série] foi um vanguardista ao mostrar que as mulheres, em especial as mulheres afro-americanas, podem ser cientistas. Não disse que podem fazer qualquer coisa, disse que podem ser cientistas e capitãs. É algo muito à frente para a época. Além disso, Gene mostrou que uma equipa pode ser multicultural e que todos trabalham para o mesmo.

Elliot – A ficção científica era um género muito querido na década de 60 e 70. Mesmo os grandes músicos, como Jimi Hendrix, se interessavam por este género. Acho que também seria importante explorar como Star Trek influenciou a cultura de massas.

 

No documentário, não estão presentes apenas entrevistas com atores e escritores das séries, mas também com professores e cientistas. Quanto tempo tiverem para produzirem Building Star Trek?

Elizabeth – Fomos contactados no outono de 2014 para realizar o documentário, como forma de celebrar o 50º aniversário em 2016. O filme foi lançado em setembro deste ano, por isso tivemos cerca de um ano para as gravações.

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Elliot – A produção durou cerca de 20 meses, o que é muito curto para decidir a abordagem, contactar as pessoas envolvidas, gravar e editar. Normalmente é necessário dois anos para realizar um documentário.

Elizabeth – Tivemos de ser muito metódicos e organizados em quem entrevistar. Não queríamos nem podíamos falar com toda gente. Muitos cientistas ficaram de fora da produção, mas era impossível falar com todos.

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Disseram que este documentário serviu para chegar a pessoas que não conheciam Star Trek. Acham que há cada vez mais jovens interessados neste universo?

Elliot – É difícil para nós saber isso. Não temos uma reação direta sobre isso.

Elizabeth – Eu acho que vai existir sempre novos fãs. O meu filho adora a Original Series e está sempre a assistir. Agora com a disponibilidade de assistir as séries em streaming permite que o universo chegue aos mais jovens.

 

Acham que os novos filmes também ajudam para chegar a novos fãs?

Elizabeth – Sem dúvida! Os filmes estão excelentes! Simon Pegg e J.J. Abrams fizeram um ótimo trabalho.

Elliot – Os novos filmes conseguem captar a essência e chegar aos mais jovens.

 

Por último, qual o primeiro contacto com Star Trek e como ficaram fãs do franchise?

Elizabeth – A minha família é grande, tenho muitos irmãos. Nós tínhamos por hábito assistir televisão e eles adoravam a Next Generation então eu também acabei por acompanhar e ficar fã.

Elliot – O meu primeiro contacto foi com a Original Series. Na altura era o único programa a cores e, como só havia uma televisão a cores no meu bairro, nós íamos sempre para lá para assistir ao programa a cores todos juntos. Como era fã de ficção científica, a série agarrou-me logo desde o início.

 

A Comic Con Portugal realizou-se entre os dias 8 e 11 de dezembro, na Exponor, em Matosinhos. 

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