Realizador de Thunderbolts revela segredo do sucesso do novo filme da Marvel
Thunderbolts é o novo sucesso da Marvel, mas o que é que Kevin Feige exigiu para que este filme não fosse apenas mais um na lista?
Desde os primórdios do MCU, Kevin Feige tem sido o maestro invisível, orquestrando narrativas entrelaçadas com uma precisão quase obsessiva. Mas agora, com “Thunderbolts”, há um novo mandato: liberdade. Não a liberdade do caos, mas a de contar uma história que se sustente sozinha, sem exigir do espectador uma maratona de 30 filmes anteriores. Será que a Marvel está, finalmente, a abrir as portas a novos fãs—ou será apenas um truque para esconder algo maior?
A regra de ouro de Kevin Feige
Jake Schreier, o realizador de “Thunderbolts”, não teve uma tarefa fácil. Quando Kevin Feige lhe passou a missão, a exigência era clara: “Faz com que funcione para quem nunca viu um único filme da Marvel.” Num universo onde cada cena de pós-créditos é um quebra-cabeças para os iniciados, esta diretriz soa quase herética. Mas é precisamente essa a revolução silenciosa que Feige está a operar.
Schreier confessou à GamesRadar+: “Para todos eles, tentámos começar do zero.” Isto significou reimaginar personagens como Yelena Belova (Florence Pugh) e Bucky Barnes (Sebastian Stan) sem depender da bagagem narrativa acumulada. “O Kevin disse-me desde o início: ‘Faz algo diferente.’ E nós focámo-nos primeiro no interior das personagens, depois na ação.” E que diferença faz isto? A ação, quando surge, não é um espetáculo vazio—é uma extensão do conflito emocional de cada membro da equipa.
Sebastian Stan, numa rara incursão como líder dos “Thunderbolts”, personifica essa mudança. “O Bucky já passou por coisas que os outros ainda estão a processar,” explicou Schreier. “Isso permitiu-lhe assumir um papel novo, que o MCU nunca lhe deu antes.” Ou seja: não estamos perante os mesmos heróis de sempre, mas perante figuras em reconstrução, cada uma com cicatrizes distintas.
O lugar dos Thunderbolts no MCU
Se há algo que define os “Thunderbolts”, é a sua natureza de underdogs. Não são os Vingadores, não são os X-Men—são anti-heróis, vilões reformados e soldados desiludidos. Num universo saturado de ícones, porquê investir num grupo que nem nas bandas desenhadas foi sempre prioritário? A resposta está na palavra que Feige tanto repete: diferente.
Assim, os atrasos causados pelas greves de 2023 e a reestruturação forçada de “Avengers: Kang Dynasty” (agora “Avengers: Doomsday“) deixaram a Marvel em terreno instável. “Thunderbolts” tornou-se, assim, não só um filme, mas uma declaração de intenções. Se o MCU quer sobreviver, precisa inegavelmente de histórias que funcionem isoladamente—mesmo quando fazem parte de um todo maior.
E funciona? Os spoilers sugerem que sim. O final, com a proclamação final dos “Novos Vingadores”, avança a narrativa do universo, mas o verdadeiro triunfo está no equilíbrio entre drama íntimo e espetáculo. Assim, a cena do abraço de grupo dos “Thunderbolts” a salvar o mundo do Void não é apenas emocionante—é uma metáfora para o que Feige quer alcançar: unidade na diversidade.
Será Thunderbolts o início de uma era mais acessível para a Marvel, ou apenas um oásis no deserto da continuidade infinita? Deixe a tua opinião nos comentários.