Estas são as 5 músicas essenciais de Kendrick Lamar
Kendrick Lamar atua hoje em Portugal, no Estádio do Restelo, juntamente com SZA. Descobre connosco cinco músicas essenciais para entenderes este grande artista contemporâneo.
Com uma discografia aclamada pela crítica e pelo público, a obra de Kendrick Lamar, rapper premiado vindo de Compton, é um mergulho profundo nas complexidades da experiência afro-americana, da saúde mental e da luta pela identidade.
Estas cinco canções que seleciono não só representam marcos na sua carreira, mas também funcionam como janelas para as suas inquietações líricas e ao seu estilo que o tornam num dos melhores rappers americanos de todos os tempos.
“ADHD”
Começando com “ADHD”, do seu primeiro álbum Section.80, de 2011. Aqui somos confrontados com uma representação crua da alienação juvenil e do uso de substâncias como fuga. A faixa, com a sua batida melancólica e o flow introspetivo de Kendrick, pinta assim um quadro vívido de uma geração perdida, procurando sentido num mundo confuso. É uma introdução perfeita à sua capacidade de narrar histórias com autenticidade e vulnerabilidade.
“Bitch Don’t Kill My Vibe”
Avançando para o já clássico álbum good kid, m.A.A.d city. Encontramos então “Bitch, Don’t Kill My Vibe”, uma declaração descontraída sobre a auto-preservação e a busca pela paz interior no meio do caos. Esta faixa é um hino à individualidade e à recusa em ser diminuído por energias negativas.
A sua mensagem intemporal ressoa com milhões de fãs, tornando-se assim numa das suas canções mais conhecidas e um must-listen para quem explora a discografia de K-Dot.
“The Blacker the Berry”
Saltando assim para a sua densa e complexa obra To Pimp a Butterfly, “The Blacker the Berry” emerge como um grito de raiva e desilusão contra o racismo sistémico e a hipocrisia social. Com uma entrega agressiva e letras que desafiam o ouvinte a confrontar verdades desconfortáveis, esta faixa é de destaque e um momento de maior intensidade em To Pimp a Butterfly. A canção explora a tensão interna e externa de ser negro nos Estados Unidos, com Kendrick a confrontar também as suas próprias contradições enquanto ser humano e artista afroamericano. É um grande marco no hiphop.
“DNA.”
A explosiva “DNA.” de DAMN representa mais um momento musical mais direto e assertivo na sua narrativa. Aqui, Kendrick exibe a sua proeza lírica e autoconfiança, explorando a sua herança cultural e o que o torna quem ele é. A batida pulsante e entrega vocal dinâmicas tornam-na uma faixa eletrizante que solidifica assim a sua posição como um dos maiores MCs da sua geração.
“Euphoria”
Por fim, a mais recente “Euphoria”, lançada em 2024, é exemplo magistral da “diss track”, um subgénero do hip-hop onde os artistas utilizam a música para “desrespeitar” ou atacar verbalmente um rival. No caso de “Euphoria”, o alvo explícito é o rapper canadiano Drake, no auge de uma das mais mediáticas rivalidades da história do rap. Kendrick utiliza a faixa para desferir críticas incisivas à autenticidade de Drake, ao seu caráter e à sua relevância artística, com versos cortantes e uma entrega vocal que oscila entre a calma calculista, a fúria e um sentido de humor algo absurdo.
Estas cinco músicas são, portanto, um ponto de partida essencial para qualquer um que deseje explorar o legado de Kendrick Lamar. Estas revelam as múltiplas camadas de um artista verdadeiramente singular.
Quais são as tuas favoritas?