Afinal o ChatGPT está sobretudo a ser usado para estes fins
Um novo estudo da OpenAI, em colaboração com a Universidade de Duke, Harvard e o National Bureau of Economic Research, mostra uma mudança significativa na forma como milhões de pessoas em todo o mundo utilizam o ChatGPT. O que começou como uma ferramenta pensada para aumentar a produtividade no trabalho transformou-se, em 2025, num recurso sobretudo ligado à vida pessoal.
Para que é usado o ChatGPT na espera pessoal?
Quando o ChatGPT foi lançado em novembro de 2022, a promessa era clara: ajudar a responder a emails, redigir relatórios e simplificar tarefas laborais. No entanto, os números mais recentes indicam que essa não é a principal função atual.
Em meados de 2024, quase metade das interações tinha um carácter profissional. Já em meados de 2025, apenas pouco mais de um quarto das conversas se relaciona com o trabalho. Ou seja, mais de 70% das mensagens trocadas com a inteligência artificial são de caráter pessoal.
Apesar desta mudança, a utilização continua a crescer. O ChatGPT regista cerca de 700 milhões de utilizadores semanais ativos e processa mais de 2,5 mil milhões de mensagens por dia, o que equivale a 29 mil mensagens por segundo.
Porque é isto acontece?
O relatório destaca também uma alteração no tipo de interações. No ano passado, a escrita representava mais de um terço do uso da plataforma. Atualmente, essa fatia reduziu-se para cerca de um quarto. Em contrapartida, a procura de informação passou de 14% para 24% das conversas, aproximando o ChatGPT de um papel semelhante ao de um motor de busca.
De acordo com os investigadores, esta evolução demonstra que a ferramenta tem um impacto alargado na economia global e que o aumento do uso não profissional pode traduzir-se em ganhos sociais relevantes.
Quem está a impulsionar a mudança?
O estudo analisa ainda os perfis demográficos que mais recorrem ao ChatGPT e revela tendências claras:
- Género: em janeiro de 2024, apenas 37% dos utilizadores tinham nomes considerados femininos e um ano depois, esse número subiu para 52%, mostrando que as mulheres usam a plataforma de forma ligeiramente superior aos homens;
- Idade: quase metade dos utilizadores (46%) tem entre 18 e 25 anos;
- Geografia: o crescimento mais rápido ocorre em países de rendimento médio, com PIB per capita entre 10 mil e 40 mil euros;
- Educação: quem tem formação superior tende a usar o ChatGPT com mais frequência para fins profissionais;
- Profissão: ocupações técnicas e bem remuneradas apresentam maior probabilidade de recorrer ao ChatGPT para tarefas de trabalho.
Os dados sugerem que o ChatGPT está a consolidar-se como um assistente do dia a dia. A sua função já não se limita ao ambiente profissional, mas expande-se para áreas como educação informal, lazer e apoio emocional.
Esta transformação indica que a inteligência artificial está a tornar-se um recurso tão comum quanto os motores de busca tradicionais, mas com a vantagem de oferecer respostas conversacionais adaptadas a cada utilizador.